terça-feira, 31 de dezembro de 2019

ENTREVISTA TURBULENCE

Aos 45 do segundo tempo viemos pra entregar nosso último trampo de 2019, entrevista com nossos conterrâneos da Turbulence, prata da casa que apesar de seu pouco tempo de existência, na ativa desde 2016, já demonstra que tem tremendo potencial, é o que podemos conferir ao ouvir o EP "Madness", que traz cinco faixas de um metal/punk de respeito, bebendo nas melhores fontes do estilo e mostrando que tem muita personalidade ao compor, além de uma produção muito boa, enfim, confiram como foi nosso papo com o Barth, baixo e vocal da banda!!!




Fala galera, obrigado por falar com o Microfonia, a Turbulence tem uma história recente, iniciou as atividades em 2016, gostaria que nos contassem como se iniciou a trajetória da banda?

Barth: Valeu Microfonia, muito obrigado a oportunidade de falar um pouco sobre a Turbulence e o som que a gente faz. Então, sim, temos uma história recente, praticamente ainda estamos engatinhando em termos de gravações e material já registrados. A Turbulence surgiu da minha inquietude de fazer um som que fosse minimalista, direto, sem frescura, inspirado em coisas como Motorhead (claro), Discharge, Inepsy, Venon, Anti-Cimex, GBH, Toxic Holocaust, Gehennah entre outros. Quando eu me mudei pra Maringá-PR, quase 5 anos atrás, já cheguei com essa idéia e procurei o Maka (batera) que já era meu amigo e eu já sabia que era um baita batera. Começamos o projeto nós dois. Alguns meses depois conheci o Léo (ex-guitarra) que completou o time e começamos a trampar nos sons e riffs que eu já tinha.

A produção do “Madness EP” ficou foda, vi que foi gravado e mixado no Estúdio Vox em Maringá, quem ficou a cargo da produção desse trampo?
Barth: Murilo Cesar Gusso Lugnani é o nome do cara. Infelizmente o estúdio Vox não existe mais. O Murilo foi obrigado a sair do local aonde ele tinha o estúdio à 10 anos por que a rede Condor (malditos apoiadores do Bozo) compraram o prédio aonde ele tinha o estúdio e expulsaram ele de lá. O Murilo fez mágica com nosso som! Toda gravação foi feita de forma orgânica, os únicos efeitos que existem no registro são alguns ecos e delays nos vocais em partes muito pontuais dos sons. O instrumental inteiro saiu conforme foi gravado sem nenhum tratamento com simuladores nem nada, tudo cru. Procure pelas bandas Desgraceria (play Ódio), Ataque de Tubarão, Comsequência (com M mesmo), são outros registros que esse cara gravou e que mostram o talento que esse mano tem atrás de uma mesa de som.

O ano de 2019 foi bem produtivo para a banda, com várias apresentações e o lançamento do EP, quais rolês vão ficar marcados na memória e onde vocês tem vontade poder levar o som do Turbulence?
Barth: Na verdade o ano de 2019 foi um ano de reestruturação da banda. Tocamos pouco esse ano, passamos quase o ano todo ensaiando e pensando sons novos. Léo, nosso antigo guitarra, foi morar em Portugal e foi quando recrutamos o Rustuk (Distanásia) pra tocar com a gente. 2017/2018 havíamos tocado muito bem... Maringá (claro), Cascavel, Londrina, Curitiba, Arapongas e Rancharia (que foi inesquecível e aonde a gente meio que apareceu na cena em meio à galera que já tem uma caminhada no underground. Acho que o show de Rancharia foi especial pra gente, foi aonde demos as caras, mesmo sem material lançado). Em 2018 lançamos o EP e isso foi um passo legal. Agora a gente só quer saber de gravar mais coisa e tocar por ai... na real é o som que vai levar a gente. Da minha parte a única ambição é tocar e

lançar as nossas idéias. 




Vocês vão disponibilizar o material no formato físico? Como fazer pra adquirir merch da Turbulence? 

Barth: O Selo Digital Yourself, do nosso amigo André Lucas (Andros) lançou o nosso EP. Ele foi uma das pessoas que conhecemos em Rancharia. Com ele você consegue nosso EP em CD, que ficou lindão, e de muitas outras bandas do underground regional. A gente chegou a fazer uma edição independente em serigrafia do EP mas saíram apenas 30 cópias e já não existe mais.

Quem foi o responsável pela arte que ilustra a capa do EP? Ficou bem legal e achei que bate com a proposta sonora da banda, merece até uma peita hein!
Barth: Foi o Léo, nosso antigo guitarra. Na real a peita existe com uma arte parecida, feita pelo Léo também, mas também já esgotou.

Em Madness vocês apresentam cinco faixas que mostram todo o poderio de fogo da banda, porém depois de acabar de ouvir as faixas já pensei na mesma hora, quando haverá novos sons da Turbulence, porque realmente o som da banda tem muita personalidade, vocês possuem planos para fazer um full no futuro?

Barth: Não sei se faremos um Full logo, temos material pronto pra gravar, músicas que a gente já toca, mas conversando com a banda acho que nossa preferência seria lançar outro EP ou um Split. Gostaríamos de achar alguma banda que pareça com a gente pra lançar um Split de próximo lançamento, quem sabe uma banda de fora pra que nosso som pudesse ser ouvido em outro canto do mundo. Gosto destes formatos em parceria, acho que agrega muita coisa pras bandas. É a cara do underground...cooperação.

De cara na descrição da banda vocês já se definem como sendo um power trio que pratica metal/punk, então gostaria dissertassem um pouco pra nós sobre quem são as fontes de inspiração e influencia para a Turbulence.

Barth: Até já falei...Motorhead é a principal com certeza, primeiro por ter nascido como um Power trio, depois pela temática e potência do som. Sempre gostei de bandas viscerais e acho que essa é uma das essências do rock n’ roll. Outras influências são Discharge, Inepsy, Venon, Gehennah, Toxic Holocaust, Whipstriker, Ant-Cimex e uma banda paulista que eu particularmente gosto muito chamada Urutu, se você não conhece procure conhecer, eles são muito bons.

Quais os temas que procuram abordar em suas letras e de que forma funciona o processo de composição da Turbulence?

Barth: Bom, não gosto muito de me apegar a esse ou aquele tema, se eu sentir que tenho que escrever sobre algo eu faço, realmente, sem me apegar à estereótipos do metal ou desse ou daquele estilo. Acho isso de temáticas muito limitado. Veja as bandas que se denominam metal/punk por aqui, todas tem um apelo sombrio, falam de coisas tipo morte, batalhas, o mal, o sobrenatural, apocalipse pós-moderno...enfim, particularmente eu gosto de escrever sobre coisas que vão desde a tríade sexo, drogas e rock n’ roll, até questionamentos existenciais. Uma coisa que eu levo muito em consideração é escrever sobre coisas que eu vivi, que eu senti, que eu experimentei, ou que estou vivendo, sentindo, experimentando. Não vou escrever sobre a espada do Odin, não faz o menor sentido pra mim (kkk até rimou, podia usar isso em alguma letra). Acredito que quando o artista fala sobre coisas pessoais isso soa mais sincero, logo, alguém vai se identificar de uma maneira verdadeira. Quando eu escrevo “Sometimes I wake in a bad way, Feeling a blow to my head, This is the warning that all can happen, I telling you but you don’t understand” eu não to falando da boca pra fora, eu realmente tenho esses impulsos que por vezes são difíceis de controlar.
Sobre o processo de composição... normalmente a gente tem idéias de riffs ou melodias, registra em casa e da uma pré-lapidada nisso. Depois a gente mostra e se falta algo vamos somando as idéias. Temos músicas que foram parcerias com amigos também, letra de um e melodia nossa, melodia de outro e letra nossa... gosto dessas coisas misturadas e com somas de influências.

Pra não perdermos o costume de pedir listas aos nossos entrevistados, gostaria que vocês nos dissessem quais são em sua opinião os cinco melhores álbuns que já ouviram.

Barth: Bah, só 5 kkk difícil...

- Ramones – It’s Alive

- Inepsy – Rock N’ Roll Babylon

- Exodus – Bonded By Blood

- Discharge – Hear Nothing, See Nothing, Say Nothing

- Ratos de Porão – Ao Vivo


- Menção honrosa: Trio Parada Dura – Música doída da porra... 




Pra finalizar, deixo o espaço pra que mandem seu salve como bem entender, obrigado por falar com o Microfonia e sucesso pra Turbulence!
Barth: Antes de tudo muito obrigado pelo espaço e por curtir nosso som que é feito de forma humilde, simples mas muito verdadeira. Obrigado a todos os brothers que sempre nos apoiaram em especial ao Nick Edwards, ele sabe a importância dele, ao André da Digital Yourself, ao Joe e Raoni (Room Mate) da Ruído Records que fez todo o trampo de colocar nosso som no bandcamp e Spotify e a todos que de alguma maneira nos deram/dão suporte pra que a gente continue a tocar e a ter uma banda. Bozo é bandido e quem passa pano não é meu amigo. ANTIFA SEMPRE!



PACIFISTA ATÉ ENCONTRAR UM FASCISTA!!!!! 

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

CLÁSSICOS RECENTES DO UNDERGROUND NACIONAL #5 - DFC - O MAL QUE VEM PRA PIOR (2005)



DFC é uma entidade do roque veloz nacional, quando o assunto é hardcore, crossover, pancadaria e letras ácidas e cheias de ironia, esses caras de Brasília são reis!

Eu sempre curti hardcore, foi um dos primeiros gêneros que me identifiquei quando comecei a curtir um som, através do Raimundos num primeiro momento e a sede por algo mais agressivo sempre rolou, então recebi um choque quando conheci o DFC diretamente pelo “O mal que vem pra pior”, o capiroto na capa já me chamou a atenção logo de cara e quando ouvi os primeiros segundos de “Ciclo dos tiranos” que cita os nomes de todos os filhos da puta que nos governaram até aquele ano de 2005, percebi que estava diante de um grande disco! 





Mesmo hoje, quase quinze anos depois de lançado, não tem como não curtir hinos atemporais como “Vai se fuder no inferno”, Paranoia Satânica” e “Aqui Jazz”, no entanto estamos falando de um álbum que somadas todas as faixas tem menos de 20 minutos de gravação, não tem pausa pra respirar, não tem balada, não tem dedilhado, é riff veloz e levada insana, berros desesperados que traduzem um sentimento de urgência que há nas músicas, com reflexões bem humoradas, até com um certo humor negro eu diria, de um mundo de poucas perspectivas e que não está muito diferente hoje em tempos de terra plana. 


Citei poucas faixas pra se destacar pois pra mim  é difícil escolher algo pra eleger como o melhor desse disco, pois ele vence pelo conjunto, tudo aqui se complementa e aborda com visão ácida  assuntos que nos são comuns, como em "Terror doméstico", "Ode ao ódio" ou "Festa da carne".

Então amigos, é uma experiência necessária, ligar seu som bem alto e conhecer esses 20 minutos de destruição e massacre sonoros, outros pontos a se ressaltar são a personalidade única da banda, ao ouvir um disco do DFC, saberemos que são os caras, o vocal do Túlio é uma marca registrada, e mesmo com as inúmeras encarnações que a banda já teve, nunca deixou de destilar o mais puro hardcore podre e subversivo, aquelas músicas de assustar os mais desavisados e pra incomodar quem curte uma “estética” mais clean na música.






DFC - O MAL QUE VEM PRA PIOR - 2005

Tracklist 

1. Ciclo dos Tiranos 
2. Interrogação 
3. Hidelbrando Chainsaw Massacre 
4. Ha Males que Vem Para Pior 
5. Paranoia Satânica 
6. Jogando com o Diabo 
7. Nada Sem Valor 
8. Grandes Merda 
9. Play it Again, Tio Sam 
10. Vai se Fuder no Inferno 
11. Musica Para Ouvir Fudendo 
12. Festa da Carne 
13. Ode ao Odio 
14. A Vingança de Chorão 
15. Existência Ignóbil 
16. Aqui Jazz 
17. Corroído Pelo Ódio 2 
18. Eu Sou Sem Educação 
19. Sadomasoquismo 
20. Eu Quero Vomitar 
21. Terror Doméstico 

Formação : 
Túlio : Vocal 
Miguel : Guitarra 
Leonardo : Baixo 

sábado, 14 de dezembro de 2019

ENTREVISTA DROWNED (FERNANDO LIMA)


Realmente uma grande satisfação poder falar com o Fernando Lima, vocalista do Drowned, que é uma das bandas que mais curti desde que comecei a ouvir metal, como cito na entrevista, "By the grace of evil"(2004), que está sendo relançado este ano de forma comemorativa, foi um dos primeiros discos que comprei na minha vida e desde então sempre tive uma especial admiração pelo trabalho do Drowned, que nunca decepcionou e sempre se manteve com lançamentos relevantes e se renovando a cada novo trabalho, sendo assim é motivo de orgulho poder publicar essa entrevista com esse grande expoente do metal nacional, confiram logo menos e saibam mais sobre os projetos e ambições da banda!







Fala Fernando, obrigado por falar com o Microfonia, gostaria de começar perguntando sobre a atual fase da banda, visto que tem rolado reuniões com antigos membros e o relançamento do “By the Grace of evil”, existe algum projeto de novos sons envolvendo a formação original da banda?

Fernando Lima: Eu é que agradeço a oportunidade. Por enquanto, a ideia foi fazer o Festival “Novembro Amaldiçoado” com o Rodrigo Nunes tocando baixo como na época do By the Grace of Evil e Bonegrinder e o Rafael Porto (atual baixista do Drowned) tocando guitarra nas músicas do Bonegrinder, pois ele era guitarrista nesta época. A experiência foi muito boa. Como o nosso álbum “By the Grace of Evil” está comemorando 15 anos e foi relançado, achamos uma boa oportunidade para comemorar. A atual formação do Drowned está muito firme e não temos motivos para desfaze-la para embarcar em um revival. Pode ser q aconteça outro show com o Rodrigo como convidado, mas não sabemos nem onde nem quando... rs
A princípio estamos trabalhando em novas ideias para um próximo trabalho com a formação atual da banda.



Dia 17/11 rolou uma apresentação com antigos membros da banda no Novembro Amaldiçoado, evento que rolou em BH, como foi a sensação de se reunir com uma galera com quem não tocavam a tanto tempo e como foi a vibe dessa apresentação pra quem não pode conferir esse momento ao vivo?

Fernando Lima: É uma formação que conquistou muito território no Brasil, fizemos boas e divertidas turnês na época e tem um carisma grande em relação ao público. Foi com certeza um show bem energético e trouxe a mente várias lembranças positivas. Em breve sairá um álbum ao vivo desta apresentação e quem não pode presenciar vai ter a oportunidade de ouvir um pouco e sentir a energia da apresentação.



Tenho acompanhado as versões turbinadas de sons inesperados que vocês tem feito covers, como surgiu a ideia desse projeto de lançar um cover por mês de uma banda diferente, e existe a possibilidade de compilar esse material e lançar um álbum de covers do Drowned?

Fernando Lima: Esta ideia surgiu há alguns anos e só concretizamos em 2019. Não sei ao certo de quem foi à ideia inicial. Na verdade são versões e não covers.  Foi muito legal tocar aquelas músicas principalmente às inesperadas, que não são referências tão óbvias para nós. Acho que elas são as mais interessantes porque neste caso conseguimos colocar muito de nossa personalidade nos arranjos.

Gostaria de falar um pouco sobre esse relançamento do "By the grace of evil"(2004), não posso deixar de citar meu carinho especial por esse disco, pois foi um dos primeiros discos que comprei na minha vida e curto demais a sonoridade da banda nesse álbum, alguma razão especial pra esse disco ter sido escolhido para um relançamento? Existem planos para relançamento de mais algum material?

Fernando Lima: Que honra! Fico feliz por este disco ter esta importância para você. Acho este um dos melhores da nossa discografia. Na verdade, em 2019, o By the Grace of Evil completa 15 anos de lançamento e como já estava fora de catálogo, nada melhor para comemorar do que um relançamento com uma música inédita gravada na época, músicas ao vivo do show de 25 anos da Cogumelo Records em 2005 e algumas fotos deste show.



Vocês fazem parte do cast da Cogumelo Records, que carrega uma história pesada tendo lançado várias bandas lendárias do cenário mineiro, poderia nos contar um pouco sobre como é fazer parte de uma gravadora que é parte viva da história do metal brasileiro?

Fernando Lima: Desde quando começamos com a banda foi nosso objetivo lançar nosso trabalho pela Cogumelo Records. Tanto pela sua história quanto pela sua competência. Grande parte de tudo que eu escutei e escuto até hoje vem da Cogumelo. Desde os Clássicos até as novidades. Eles fazem um bom trabalho com o Drowned e nossa relação é de parceria e respeito.

Falando um pouco mais sobre cena, Minas tem um terreno fértil quando o assunto são bandas de metal talentosas, Drowned é uma das provas vivas disso, que bandas na atualidade vocês consideram que carregam a bandeira do grandioso metal mineiro e que vocês indicariam pra ouvirmos com atenção?

Fernando Lima: A lista é grande, viu? (rs...) vou falar algumas que me lembro agora...
Expurgo, Mata Borrão e Stomachal Corrosion – Grind Core/Metal
Preceptor, Scalped e Rastro de Ódio – Death Metal
In Nomine Belialis, Agaurez – Black Metal
Black Feather Klan e Double Cross – Metal
E muitas outras...

O Drowned possui uma rica discografia, são sete discos lançados ao longo da carreira, sempre apresentando evolução na sonoridade, vocês consideram que houve bastante mudança no som da banda ao longo dos anos, com a vinda de novos membros e a chegada de novas influências, como vocês enxergam essa linha do tempo dos trabalhos da banda? Tem algum disco que vocês tem uma preferência? Tipo, esse é especial pra banda?

Fernando Lima: Sim, creio que fomos trabalhando nossas influencias de maneira diferente ao longo dos anos e a cada lançamento algum elemento da nossa sonoridade ficou mais evidente do que em outro. Com certeza fomos amadurecendo nossa maneira de compor e fazer os arranjos das músicas. O 7TH para mim é o nosso melhor álbum. Eu gosto de tudo que tem nele, de todas as músicas. Não é porque é o trabalho mais recente, mas é realmente o disco que eu considero o mais completo, com as músicas mais cativantes e pesadas. Outro álbum que eu gosto muito é o Bio-violence. Estes são os dois melhores na minha opinião.





Continuando no campo das influências, que bandas ou artistas são referência sonora para a banda? O que você costuma escutar quando está em fase de composição para um novo disco?

Fernando Lima: A banda no geral escuta de tudo e quando começa a criar isto reflete nas composições. Eu escuto muita coisa diferente dentro e fora do Metal quando estamos compondo e trabalhando na minha parte dos arranjos. Eu ultimamente tenho escutado bandas como Gojira, 2 Times Terror, Mortiis, Paradise Lost, os dois últimos álbuns do Rotting Christ, Nevermore (sempre!), Warrel Dane e muitas outros.

Mantendo nossa fiel tradição de pedir listas aos entrevistados, quais são os cinco maiores discos já lançados segundo Fernando Lima?

Fernando Lima: Dificílimo fazer uma lista com 5 maiores álbuns já lançados... rs
Nevermore “Dead Heart in a Dead World”
Slipknot “slipknot”
Death “Symbolic”
AC/DC  “Back in Black
Iron Maiden “Iron Maiden”

Fernando, gratidão pela atenção e disposição em nos atender, gostaria de reservar este espaço pra que deixe seu recado como bem entender, valeu!!!

Fernando Lima: Agradeço demais a oportunidade de responder a esta entrevista.
Ano que vem o Drowned promete surpresas! Terminamos o projeto dos covers/versões, mas muito mais novidades vêm por aí. Fiquem ligados no nosso canal do Youtube (https://www.youtube.com/user/drownedmetal/featured). Para mais informações sobre a banda acessem o facebook  (https://www.facebook.com/DrownedMetal/) e o Instagram (https://www.instagram.com/drowned_band) .




sábado, 7 de dezembro de 2019

ENTREVISTA COM O CAIO AUGUSTTUS (CANAL SCENA/DESALMADO)


Fala pessoal, o papo de hoje é com o Caio Augusttus, vocalista da banda de Death/Grind Desalmado, que já entrevistamos por aqui, mas hoje o tema da nossa conversa será respeito de sua outra empreitada, o Canal Scena, que envolve uma galera super empenhada em entregar conteúdo de qualidade e cem por cento underground, trazendo bandas que não são fáceis de se achar um vídeo ao vivo de qualidade na rede e ainda com quadros que falam sobre música underground de forma leve e inteligente, é como bater aquele papo com os amigos sobre som, uma boa forma de se informar e conhecer novos sons, visto que sempre rolam dicas muito legais, acompanhem o canal e apoiem iniciativas como essas, pois o trabalho é duro amigos e precisamos que canais assim permaneçam vivos e produzindo material, pois temos poucas pessoas produzindo algo de qualidade como o Scena, então lembrem-se também de colar no apoia.se e dar aquela força pra manter a parada ativa, no mais, se liguem na ideia e valeu Caio pelo papo daora!!!




Fala Caio, obrigado por falar conosco, gostaria de saber como surgiu a ideia para a produção do Canal Scena?

Caio AugusttusPor circular muito com o Desalmado nos últimos anos, notei uma esquizofrenia no cenário e também a falta de renovação do publico, depois olhei para os blogs e vi que muita gente tinha desistido, os canais do youtube eram poucos, foi então que tomei a decisão junto do Estevam de fazer algo usando o estúdio e criar conteúdo que pudesse divulgar as bandas locais. Tinha visto essa experiência fora do país, no áudiotree, então a ideia era fazer algo nos mesmos moldes, que resgatasse parcialmente a MTV, emissora que teve grande importância em boa parte da formação musical da minha geração. Aconteceu que tinha desistido, mas graças a João, Natália, Otávio e Estevam, conseguimos formar um coletivo de pessoas e dar sequencia na ideia.

Quem são as pessoas envolvidas nesse projeto que fazem a parada acontecer junto contigo Caio?

Caio Augusttus:João Lucas, Otavio Rosseto, Natalia, Ed Chavez, Matheus, Adriessa e Estevam, depois chegaram o Léo pra ajudar, mas teve também o Davi, o Hugo e outras pessoas ajudando um pouco. Como se trata de um coletivo estamos querendo expandir um pouco pra ver se fica mais suave para as principais partes envolvidas, que é de edição de vídeo e som, mas é uma tarefa complicada.

De que maneira vocês desenharam o formato de produção dos vídeos, como funciona a criação dos quadros, escolhas dos temas, etc.?

Caio Augusttus:Cara, a parte dos quadros foi uma elaboração minha, da Natalia e do Estevam, as pautas são minhas, quem tira ideia do nada sou eu e vou lá gravar, ou chamo alguém, mas agora estamos pensando 2020 de forma mais programada, incluindo até reunião de pauta, até porque não precisa ficar tudo na minha cabeça porque não é muito produtivo e corremos o risco de ficar se repetindo.

Como tem sido a recepção ao conteúdo produzido pelo Scena? Visto que vocês produzem vídeos com uma qualidade incrível e bandas que não são tão fáceis de encontrar um material de qualidade ao vivo no youtube?

Caio Augusttus:O pessoal tem elogiado muito, por onde passo com o Desalmado sou cumprimentado pelo canal, o mesmo acontece com todas as pessoas envolvidas. Tem sido bem foda nesse sentido, com relação a qualidade acho que deu certo de encontrarmos as pessoas certas e que tem um bom gosto, a gente se cobra muito pra sair algo legal, particularmente também me cobro e acho que tem espaço pra evoluir mais.




Sou muito fã do Shuffle, Listão e do Falatório, sempre ouço as dicas que vocês trazem, como funciona a produção desses quadros do canal?

Caio Augusttus: Olha, os temas normalmente são meus, mas a gente tem um banco de assunto. É algo simples mesmo, Shuffle a gente procura apresentar bandas novas e a prioridade é sempre banda brasileira, já o listão tem a pegada de esclarecer duvidas e propor dicas simples pro pessoal envolvido no underground, é como se fosse compartilhamento de experiências, achamos isso válido demais. Sobre o Falatório, é o caso mais inusitado, particularmente não achava que iria dar certo, mas deu, o povo gosta muito e existe a possibilidade de diversificar o papo pra além das situações do underground. A gente quer colocar alguns quadros novos, vamos ver como será isso.



O canal possui uma conta no apoia.se pra angariar fundos pra bancar as produções, como funciona pra quem quiser colaborar com o canal?

Caio Augusttus: Tem de se inscrever no apoia-se e contribuir com um valor mínimo, a gente popularizou, então 10 paus por mês já ajuda demais, o teto são 30 reais. A ideia é ganhar na quantidade, até porque entendemos que a maioria tá sem grana, todo mundo fudido por conta da crise econômica, mas quem pode ajudar, com pouco colabora muito mesmo.

Que dificuldades vocês consideram como grandes empecilhos na produção de conteúdo underground no país? Visto que as redes sociais ajudam, porém os algoritmos do negócio limitam a visibilidade do negócio?

Caio Augusttus: A gente não tem como disputar com os medalhões que eram da MTV ou até dos canais mais tradicionais, tipo o Show Livre, não temos verba pra colocar em publicidade para consequentemente, conseguir maior adesão de inscritos no canal. Nossa estratégia é trilhar pelo caminho do alcance orgânico, intercalando bandas mais consagradas com as mais desconhecidas, uma puxa a outra no canal. A gente sabe que esses algoritmos estão prontos para minar nossa iniciativa e priorizar quem bota dinheiro.

Quais os projetos do canal para 2020, tem alguma novidade que gostaria de nos adiantar sobre o canal que vai rolar nos próximos meses?

Caio Augusttus: A gente vai lançar o quadro dedicado a debater discos específicos, a tendência é tratar a musica com ainda mais prioridade, obviamente que temos a particularidade de sermos mais críticos do ponto de vista politico, não escondemos isso de ninguém, mas em 2020 queremos fazer a musica prevalecer, até porque é um canal de musica.

Como você avalia o desempenho do canal até aqui, produzindo conteúdo underground de qualidade e falando sobre assuntos que curtem, porque creio que seja prazeroso entregar conteúdos que tratam sobre paradas que curtimos, tem algo que vocês buscam em termos de alcance com o canal?

Caio Augusttus: Surpreendente. Não achei que iriamos alcançar 7 mil inscritos, não achei que teríamos uma média de 1,5k views em quadros sem banda, já considero uma puta vitória tudo isso.

Caio, gostaria de agradecer pelo tempo concedido pra falar conosco, desejar muito sucesso ao Canal Scena e ao Desalmado e reservar este espaço pra mandar seu salve como preferir, obrigado!!!

Caio Augusttus: Quero agradecer em nome de todos que participam e participaram do Scena, incluindo você que ajuda a divulgar o canal e o underground. Precisamos fortalecer nossa cultura e esses espaços são fundamentais. Valeu demais a todos que assistem o canal.

Prestigie o trabalho do Canal Scena no Youtube CLICA AÍ E VAI

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

DARKTOWER - OBEDIENTIA (2019) - REVIEW MICROFONIA






Confesso que não conhecia o trabalho da DarkTower, até aqui, pois vou me aprofundar mais em seus trabalhos anteriores pra descobrir mais sobre o som da banda depois do que ouvi aqui no “Obedientia”.
Depois da introdução com “Punishment” que cria um clima obscuro pra preparar o terreno pra o que estar por vir os caras vem de cara com “Downfall”, abre o disco e já demonstra que não haverá piedade para ouvidos despreparados, Black/Death metal de qualidade extrema, fiquei impressionado logo nessa faixa, uma variedade de elementos, apesar de toda a agressividade sonora entregue é impressionante o equilíbrio com nuances melódicas muito bem encaixadas pra compor o que é a marca registrada desse play.
Na sequência “God Above Nothing”, início cadenciado e melódico, uma sutil parada pra em seguida despejar uma das faixas mais brutais do disco! Título auto explicativo, sem mais!!!
‘’Higland Ceremony” introduz a sequência com uma flauta medieval e barulho de fogueiras que é interrompido pelo som de uma batalha que se inicia junto aos gritos que já se emendam com a levada da bateria e dão início a “Winged Snake Communion’’, faixa com trechos cadenciados que mostram outra particularidade da sonoridade deste disco, a influência do heavy metal tradicional que casa e se encaixa perfeitamente no contexto da faixa, não posso deixar de citar o belo solo presente  aqui, melodia incrível e de muito bom gosto!
“Praxis Against Ignorance” apresenta um riff melódico e levada cadenciada e o refrão executado em alta velocidade, curti bastante essa faixa, e aqui outro solo espetacular, acho válido ressaltar que a dupla de guitarristas Raphael Casotto e Rafael Morais fez um trabalho do qual devem se orgulhar nesse disco!
“Obedientia” a faixa que dá nome a esse disco não poderia ser menos do que épica, visto tudo o que já ouvi até agora nesse disco, velocidade máxima, pesada e com belas melodias de guitarra, Rômulo Grilo que é responsável pelas baquetas nem parece ser estreante na banda e mostra muito entrosamento na cozinha composta também pelo baixista Rodolfo Ferreira.
Como já havia percebido em alguns outros momentos a influência do heavy metal tradicional presente no disco se mostra novamente na levada sensacional que abre “Rites of Conscience” e dá o senso rítmico da faixa que tem momentos velozes e aqui eu devo exaltar o vocal de Flávio Gonçalves que é extremamente versátil variando entre o rasgado tipicamente black metal e o gutural, o time que compõe a Dark Tower é pesado, músicos técnicos e talentosos.
“The Carnal Splendour” é simplesmente brutal e minha faixa preferida no disco, pois sintetiza um pouco de tudo o que vimos até aqui, inicia quebrando tudo e na altura dos 4:30 os caras mandam uma levada pra quebrar o pescoço que caminha para o gran finale da faixa novamente em velocidade máxima, deixando a gente atônito com as mudanças de andamento que rolam durante a faixa, pra salvar na playlists sem medo!!!
O disco finaliza com a instrumental “...As the Obedient Marches to the Abyss...” que difere de todo o restante, com um clima melancólico, até porque é triste que um grande disco esteja acabando, vale dizer que por menção honrosa esse disco deveria entrar na lista de melhores de 2019, sem dúvida, infelizmente já publicamos, mas que a justiça seja feita, um dos melhores albuns desse ano, que a DarkTower tenha vida longa e nos brinde com mais trabalhos incríveis como esse!!!



DarkTower é:

- Flávio Gonçalves (vocal);

- Raphael Casotto (guitarra);
- Rafael Morais(guitarra);
- Rodolfo Ferreira (baixo);
- Rômulo Grilo (bateria)




DarkTower – Obedientia (2019)

(Electric Funeral Records/Extreme Sound Records/Cangaço Rock Comunicações/Native Blood Produções – Nacional)



01. Punishment
02. Downfall
03. God Above Nothing
04. Higland Ceremony
05. Winged Snake Communion
06. Praxis Against Ignorance
07. Obedientia
08. Rites of Conscience
09. The Carnal Esplendour
10. ...As the Obedient Marches to the Abyss...