Disponível somente no Amazon Prime, é um documentário belíssimo que fala da história da empresa dinamarquesa, sua visão, sua importância e o legado que a empresa deixou para a sociedade, além de ter uma legião de fãs das peças plásticas no mundo todo. Ademais, as peças de Lego, segundo o documentário, é objeto de estudo por grandes centros de pesquisa (inclusive dentro da área da saúde e espacial). É uma espécie de documentário que faz os mais velhos como eu voltarem no tempo, além de concluir que o Lego extrapola os limites de ser somente um brinquedo, é muito mais que isso. Depois que eu pesquisei para escrever a respeito desse documentário, eu descobri que o concorrente da Amazon Prime, a Netflix possui também um material sobre a Lego, mas focado no museu Lego House, concluída sua construção em 2017 em Billund, na Dinamarca.
Galera, o nome desse documentário foi perfeitamente escolhido, pois eu acredito que nunca tinha visto um documentário tão maluco, bizarro e insano como esse, tratando a trajetória dos cariocas que criaram o movimento “Saravá Metal”, o Gangrena Gasosa. Banda que foi confirmada para o Abril pro Rock desse ano (e que agora não sei mais se vai rolar devido a tudo isso que está acontecendo no mundo), o documentário trata de uma trajetória totalmente maluca, começando pelas origens, nos meados de 1990 e até histórias da inesquecível turnê que eles fizeram na Alemanha, em 2001 e os dias de hoje. Esse material é facilmente encontrado no Youtube, mas se quiserem o material físico, procurando bem em lojas especializadas, existe em DVD duplo, onde além do documentário, esse material possui um show realizado no Inferno Club, em São Paulo, no dia 03 de dezembro de 2011. Uma das coisas mais malucas que assisti na minha vida dentro do rolê da música underground, sem exageros!
3 - O Barato de Iacanga (2019)
Lindo! Esplêndido! Histórico! Confesso que fiquei muito empolgado ao assistir esse documentário que posso dizer que é um gatilho para que o Rock In Rio acontecesse no Brasil. Muita gente (como eu) não sabe que no meio do mato do interior de São Paulo, numa cidadezinha chamada Iacanga, ocorreu um dos maiores acontecimentos (se não for o maior!) da Música Popular Brasileira, que foi o Festival de Águas Claras. O documentário (disponível no Netflix) trata de como foi realizado as quatro edições desse Festival (1975, 1981, 1983 e 1984) e toda a peregrinação dos “bichos-grilo” de todo o país, começando como um festival que cultuava muito mais que a música brasileira, mas a reunião de pessoas que queriam somente cultivar o amor, a paz e o pensamento coletivo, e que mais tarde teve interesse muito maior, havendo acordos que culminaram em mudanças de formato, dinheiro e alcance nacional. Não é a toa que esse festival foi apelidado de “Woodstock Brasileiro”. Festival ocorrido na Fazenda Santa Virgínia, onde o idealizador do Festival era Antonio Checchin Junior, mais conhecido como Leivinha, o documentário mostra como ele conseguiu reunir em Iacanga grandes nomes da MPB, como Os Mutantes, O Terço, Jorge Mautner, Sandra de Sá, Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, Gilberto Gil, Alceu Valença, João Gilberto, Raul Seixas e até Moraes Moreira, que nos deixou na última segunda-feira (13/04/2020), decorrência de um infarto do miocárdio. Assistindo a esse documentário, me fez ficar mais curioso em pesquisar sobre artistas de que nunca ouvi falar ou de que tinha ouvido falar e que nunca cheguei a ouvir um som, como por exemplo, Hermeto Pascoal, que tem uma carreira de 70 anos na música e um dos maiores multi-instrumentistas brasileiros na atualidade...e vivo! (ele tem 83 anos). Vocês devem estar se perguntando: “Esse cara tem uns surtos musicais muito malucos. Ele consegue comentar de HC, Thrash, Death e ao mesmo comenta sobre MPB.” Eu respondo que você está certo! Eu surto musicalmente e aconselho a todos terem esse surto, porque ele é produtivo, desde que a pesquisa seja focando a boa música. Nesses últimos oito anos, andei pesquisando muito sobre MPB e confesso que, junto com o Thrash e o Punk, a MPB é um dos meus grandes amores musicais. Enfim, no resumo, é um belíssimo documentário, um registro histórico da Música Popular Brasileira.
Quando eu tinha lá pelos meus 14 anos (faz tempo!) eu lembro que meu primeiro impacto com Chico Science & Nação Zumbi foi num programa da MTV exibido pela Astrid Fontenelle (acho que era o Disk MTV) e que estava passando o clip de “A Cidade”. Depois de muito tempo na minha vida adulta eu conheci os caras mais a fundo e, na minha opinião, Chico Science & Nação Zumbi foi o maior acontecimento musical brasileiro e cultural ocorrido nos anos 90, sem sombra de dúvidas! O documentário mostra, a vida de Chico Science, a vila onde nasceu, suas ideias de criar mais que um movimento musical, mas uma manifestação cultural que fizesse Recife ser conhecida como fábrica de grandes artistas e de movimentos coletivos voltados ao fomento da cultura e da arte. Um lance muito interessante nesse documentário é a importância de Liminha na produção do “Da Lama ao Caos” e como decolaram para o sucesso em menos de três anos de banda, além da viagem que a banda realizou no seu primeiro rolê internacional, um festival que ocorreu em Nova Iorque. Sou suspeito de falar de um documentário da banda que já perdi a conta de quantos rolês já fiz para vê-los ao vivo e que faço questão de ter material físico deles (possuo 4 plays deles). Para quem é fã ou para quem não conhece e quer conhecer como é a cena cultural em Recife, considero como material imperdível.
5 - Fyre Festival: Fiasco no Caribe (2019)
Antes de falar desse documentário, quero dizer que conheci o camarada Evandro, idealizador do Microfonia Underground através de um fiasco de festival, que foi o Metal Open Air. Eu reservei minhas suadas férias de abril de 2012 e resolvi sair de Barueri-SP para São Luis-MA esperando ver um imenso festival, mas que os organizadores foram corruptos e falastrões, entregando um festival que quase não ocorreu devido à solidariedade de algumas bandas com os fãs, mas que tinham todas as razões de não ocorrer. Lá,vimos um mar de gente indo dormir em celeiros de cavalos, sem segurança, com algumas ocorrências de roubo de câmeras fotográficas e celulares. O Metal Open Air foi um inferno, um desastre! Processei os organizadores, mas ficou em vão, eles não compareceram em nenhuma das duas audiências de conciliação e a causa ficou arquivada. Financeiramente, tive prejuízos. Mas tive lucros sentimentais, como a amizade com muitos camaradas que conheci lá e que até hoje tenho contato. Evandro, um dia vamos tomar umas ouvindo umas podreiras....kkkk Eu iniciei assim, porque o documentário sobre o Fyre Festival é parecido com o que passei no Maranhão, claro que com abordagens musicais e financeiras totalmente distintas. Disponível no Netflix, o documentário trata de um festival luxuoso que aconteceria nas Bahamas e que foi um fiasco devido a uma onda de mentiras, corrupção e loucura do empresário e organizador do evento, Billy McFarland. O Fyre Festival “prometeu” mais que um festival, mas uma experiência exclusiva. Com ingresso VIP que poderiam ultrapassar os 100 mil dólares, incluindo alta gastronomia, “gente bonita” e acomodações de luxo. Em resumo, um festival para as elites, com estrutura milionária, mas com Blink 182 e Disclosure (???) nos palcos (quem tem muito dinheiro realmente gasta com muita merda e nem liga pra isso). O resultado mostra no documentário um verdadeiro inferno, mostrando a chegada do público encontrando cabanas improvisadas e colchões, além da “alta gastronomia” prometida ser um pão de forma com duas fatias de queijo e tomate. Confesso que é um documentário revoltante, ainda mais para mim e para o Evandro, que, tivemos situações parecidas em abril de 2012, mas que considero um ótimo material de tudo que não se deve fazer quando se planeja um evento.
Documentário produzido pela BBC trata de uma cena experimental do movimento underground germânico em meados dos anos 60 e 70 e como esse movimento serviu de inspiração para grandes artistas, como David Bowie e Iggy Pop. O material foca em entrevistas com integrantes dos maiores expoentes do Krautrock, como o Tangerine Dream, Amon Düül, Faust, Neu!, Can e Kraftwerk e como o pós-guerra foi o gatilho para que a Alemanha tivesse um movimento musical próprio e autêntico. Confesso que desse movimento eu conheço somente o Kraftwerk (inclusive fui no show deles em 2009 aqui em São Paulo), fazendo com que eu conheça mais sobre esse rolê, mesmo sabendo que não é de meu apreço.
TEXTO POR BETO FILHO
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