sexta-feira, 24 de abril de 2020

ENTREVISTA RE-ANIMATION

O Re-Animation é uma banda de  de São Paulo/São Carlos -SP formada por  ex membros da Cursed Slaughter, praticam um som altamente agressivo com letras politizadas, um thrash crossover com muito conhecimento de causa, possuem um EP lançado em 2018, "Exército de fudidos" que possui quatro faixas que são um excelente cartão de visitas pro poderio de fogo que a banda possui, a banda é composta por Marcelo Araujo - Guitarras e Backings, Bruno Morais - Bateria, Jhonata Figueiredo - Baixo e Backings e Daniel Pacheco nos vocais, com quem batemos um papo que vocês podem conferir a seguir!!!



Fala Daniel, tudo tranquilo? Obrigado por falar com o Microfonia, gostaria de saber como surgiu o Re-Animation, visto que a base da banda é de integrantes do Cursed Slaughter?

Daniel: Opa Evandro, tudo bem mano, é sempre um prazer trocar ideia com vocês. O Re-Animation surgiu de uma ideia nossa de continuar a fazer um som depois do término do Cursed. A gente queria manter aquele som mais rápido e também abordar assuntos diferentes nas letras. 

Ao formar ou reformular a banda as referências permaneceram as mesmas ou vocês procuraram incorporar outros tipos de influencias pra compor a sonoridade da banda?

Daniel:O Cursed foi uma banda que os principais compositores do instrumental eram o Ricardo e o Rodrigo. O Re-Animation é uma banda com outros compositores, existem influências em comum sim, mas a forma como elas são abordadas é diferente. Como vocalista/letrista minhas influências ainda são as mesmas, indo de RDP até Testament.

Em termos de referências quando falamos de crossover/thrash no underground nacional, que bandas vocês destacam nesse gênero?

Daniel:Sem demagogia e sem "puxa saquismos", seria até injusto não falar da Eskröta e do Cerberus Attack. Sempre falo do Imminent Attack que tem uma qualidade fudida e estão voltando as atividades, tem os caras do Cranial Crush também lá do ABC, estamos bem servidos nesse estilo :)

Como foi o processo de composição do EP “Exército de fudidos”? Facilitou o fato de vocês já possuírem um certo entrosamento?

Daniel:Foi um lance muito natural mas também complicado, eu moro em São Carlos e tenho uma puta dificuldade de escrever letras sem todo o instrumental pronto. Então eu ia para SP uma vez por mês, a gente fazia o instrumental juntos, eu gravava com o celular e escrevia as letras para no próximo mês a gente ter uma pronta e trabalhar em outra rsrs. Mas o entrosamento já estava lá, o Bruno que entrou na batera já tocava com o Marcelo havia muito tempo também.

A arte da capa do EP é bem legal, quem é o artista responsável pela ilustração utilizada?

Daniel:Foi o WendellNarkdemi, procurem no Instagram, o cara é um monstro.



Quem produziu o EP e como foi o processo de gravação desse material?

Daniel:Quem produziu foi o Jhon França, um irmão p/ gente com certeza. Ele já tinha produzido o disco do Cerberus Attack e eu tinha gostado muito do que eu tinha ouvido até então. A batera e a voz foram gravadas em estúdio e as cordas foram feitas no esquema caseiro, com interface. 

Com relação ao direcionamento das letras, vocês tomaram um direcionamento mais politizado, o que vocês buscam abordar nas letras?

Daniel:No momento que a gente vive é muito natural para uma banda que tem raízes no punk e hardcore falar da insanidade coletiva que tem rolado né? Não tem como abordar o tema sociedade sem tocar nesse assunto.  A gente também tem letras abordando outros temas, mas para esse EP achamos legal focar mais nessa parte.

Há material inédito além do que foi lançado no EP? Vocês pretendem lançar um album completo no futuro?

Daniel: Existe sim, nós temos mais umas 4 ou 5 músicas prontas. A real é que nosso futuro é muito incerto, como eu disse a distância dificulta bastante as coisas, e eleva os custos para produtores realizarem um evento com a gente no cast. Vontade de gravar o disco a gente tem com certeza mas vamos ver como as coisas caminham.

Como está sendo esse momento de quarentena para a banda e quanto isso tem impactado a cena a seu ver?

Daniel:Até antes da quarentena para nós a coisa estava meia parada, fizemos poucos shows depois do lançamento do EP por conta da distância, mas todos eles tinham sido muito bons! Agora o impacto na cena é uma parada que eu tenho acompanhado de perto. O maior impacto fica para quem vive exclusivamente de música, donos de estúdios, bares, etc. E agora é a hora de quem pode, tentar ajudar essas pessoas que mantém de certa forma a cena viva. Musicalmente eu vejo as bandas procurando alternativas, vi algumas lives, lançamento de singles mas realmente a troca de energia ao vivo é o que mantém uma banda, então é um período que está sendo e ainda será difícil, mas muito necessário, é uma fase de adaptação e resistência. Ajude aí a banda que você curte, compra um merchan, compartilhe o disco e etc., ajude as pessoas para que a cena também sobreviva.

Uma pergunta pra pensar de forma positiva num momento pós-quarentena, que bandas a Re-Animation gostaria de dividir o palco, se fosse pra montar um festival em que vocês fossem os headliners, hipoteticamente falando, ou seja, qualquer banda em qualquer período da história!!!

Daniel:Rapaz ficaria até pequena para gente, acho que DRI, Ratos, Dark Angel, FKÜ e Megadeth do início dos anos 90. Ninguém nem ficaria para ver a gente, mas acho que essas bandas são meio que a base do nosso som.

Mantendo nosso tópico de sempre que nunca falta em nossas entrevista, gostaríamos que citassem quais são os 5 melhores álbuns de todos os tempos para você, independente de gênero.

Daniel:
Ratos de Porão - Ao Vivo 
Sepultura - Arise
Helloween - Keeper of the seven keys II
Shaman - Ritual
Suicidal Tendencies - Lights… camera… revolution

Pra finalizar, gostaria de deixar esse espaço pra que mande sua mensagem como bem entender e a quem interessar, muito obrigado pela ideia e vida longa a Re-Animation!!!

Daniel:Muito obrigado pelo espaço, queria pedir de verdade que nesse momento as pessoas que podem ajudar, com qualquer valor ou com qualquer outra coisa, ajudem quem está precisando. O isolamento é necessário, mas ele traz prejuízos imensos a trabalhadores que precisam sair de casa. Vamos estender a mão e nos ajudar, independente de estilo musical. Se informem e fujam de fake news.





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