terça-feira, 31 de outubro de 2017

CLÁSSICOS RECENTES DO UNDERGROUND NACIONAL #3

GRITANDO HC - GRITANDO HC (1997)



Esse ano um dos discos mais fodas do hardcore nacional completa 20 anos de lançamento, tem um sabor especial pra mim falar sobre esse registro, pois o Debut do Gritando HC figura entre as primeiras bandas com as quais comecei a curtir um som lá atrás.

Então temos aqui uma ótima combinação pra se tornar tema da nossa série dos Clássicos recentes do underground nacional, pois tem 20 anos redondo de lançamento e é lembrado com saudosismo por muitos que foram contemporâneos ao mesmo.

Um disco de estreia sensacional, 28 minutos de hardcore punk de primeira, divididos em 17 faixas, entre as quais figuram hits do underground instantâneos, digo isso sem medo, afinal quem de vocês nunca ouviu "Velho Punk"? Tudo isso aliado ao vocal enérgico do saudoso Donald que casava perfeitamente na sonoridade da banda.

Aqui encontramos vários sons que se tornaram clássicos, de cara a primeira faixa que é extremamente contagiante, um hino, "Punks não morreram", impossível ouvir sem sentir vontade de sair pogando pela sala, seguida de "Aéreo na piscina" pra quem curte dropar no skate com trilha sonora e a homanagem ao mostro verde da Marvel, "Hulk"!!!



Depois disso seguimos com a balada (?) punk, "Quero ser punk com você", percebam que citei as qutro primeiras faixas em sequência aqui, diífcil eleger destaques, disco inteiro é muito daora, mas pra não citar o track list inteiro, daqui em diante vou citar faixas que acredito que vocês precisam escutar e vou colocar minha visão pessoal aqui, logo, talvez alguns não concordem mas é indispensável colocar como destaques a pesada "Eu protesto", faixa insana, convidativa a moshs violentos, o hino máximo do Gritando HC que já falamos aqui, "Velho Punk" (estamos caminhando pra isso né), a ode ao goró acustica, "Hino do alccol" e pra finalizar com as próprias palavras da banda , a singela homenagem a maior banda de punk rock do mundo, "Quero meu ingresso pro show do Ramones".

Enfim, aproveite que essa beleza está fazendo aniversário e ouça novamente, conheça, redescubra, seja como for, com certeza vai deixar seu dia melhor ouvir um bom disco de hardcore e Gritando HC sempre será uma boa recomendação pra quem queira conhecer esse estilo musical que tanto amamos aqui no Microfonia!

Abraço e até a próxima!!!


TRACKLIST


01. Punks Não Morreram
02. Aéreo Na Piscina 
03. Hulk 
04. Quero Ser Punk Com Você 
05. Eu Odeio O Sistema 
06. Libertar Nossas Correntes 
07. Nunca Se Humilhar 
08. Pra Que Cadeia? 
09. Levante O Moicano 
10. Kaos 
11. Quero Meu Ingresso Pro Show Do Ramones 
12. Gritando HC 
13. Eu Protesto 
14. Terra Da Garoa 
15. Skate Punk
16. Velho Punk 
17. Hino Do Álcool 





OUÇA GRITANDO HC EM:

http://www.deezer.com/artist/4352689

https://open.spotify.com/artist/19XpD8usAYOdO3hwmQ06i4




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Matéria by Microfonia Underground Blog

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terça-feira, 3 de outubro de 2017

ENTREVISTA GUERRILHA 13

E aí galera, iniciamos os trabalhos no mês de outubro com essa entrevista com os manos da Guerrilha 13, banda de de punk/hardcore de Arapongas-PR, em atividade desde 2012 os caras estão sempre no corre, seja organizando eventos como o Punk Rock Animal, seja nos preparativos para o lançamento de seu EP que deve acontecer dentro de algum tempo e que nós obviamente iremos conferir, mas se quer saber mais sobre os caras, confiram o bate papo a seguir que realizamos com a banda e compartilhe o trabalho pra fortalecer!!!


Fala pessoal, começando aí pelas apresentações, quem são as cabeças por trás da Guerrilha13?

A banda Guerrilha13 já passou por algumas várias mudanças na formação desde seu início. Atualmente a formação da banda conta com William Lopes no vocal, Felipe Molina no baixo, Wesley Kelson na bateria e Jhefferson Alexandre na guitarra. Essa formação tem sido a mais forte e engajada com as idéias que a banda busca reproduzir em suas músicas e apresentações.

Como vocês se juntaram pra tocar e como se deu a escolha por praticar nosso amado punk/hardcore?

Os integrantes William Lopes e Felipe Molina tocam juntos desde de 2009, os dois tinham uma banda de punk rock que teve seu fim em 2011, com a saída do baixista e do baterista. Em 2012 os dois sentiam que não dava pra ficar parado e então criaram o Guerrilha13, com o intuito de tocar um punk rápido, agressivo e sem frescuras. Sendo assim, Wesley Kelson foi convidado para tocar bateria e Alan para tocar baixo. Com a saída do baixista, ouve uma reformulação na banda. Felipe assumiu o baixo e Thiago Guimarães entrou para assumir a guitarra. Essa formação durou dois anos, e agora com a saída do Thiago Guimarães, entrou em seu lugar o Jhefferson Alexendre. A reformulação não foi só na formação, mas também nas ideais. Temas libertários e de protesto passaram a ser mais freqüentes nas letras escritas pela banda. Músicas como “Fascistas Maldtitos Não Passaram” “Vá a Luta”e “Mancha de Sangue” passaram a fazer parte do novo repertorio da banda.
Escolhemos tocar punk/hardcore por ser um estilo de música agressivo e ao mesmo tempo simples, no qual traz diversos ideais que admiramos, como o “faça você mesmo”e liberdade de expressão. Atualmente acreditamos que o punk é uma ótima ferramenta libertária para esmagar fascistas e de conscientização dentro da cena underground.



O que vocês podem nos contar sobre a cena underground de Arapongas?

Existem muitas bandas ótimas dentro da cidade. Acredito que a palavra que possa definir a cena aqui seja “resistência”, por muitos anos a cena underground de Arapongas não foi muito bem valorizada, as bandas sempre estiveram num corre constante para organizar seus próprios eventos por conta própria, dificilmente aparecia uma ajuda para a cultura da cidade. Quando o Old Box surgiu uma nova esperança nasceu, dando espaço para as bandas locais tocarem e ensaiarem, diversas bandas passaram a surgir também. Agora as coisas estão mudando um pouco, com os incentivos culturais que estão acontecendo dentro da cidade. Esse ano surgiu o Espaço G1 que era um galpão que estava parado, e que foi reativado pela prefeitura através do Tadeu (Humorista), nesse espaço todo artista e músico tem a chance de poder realizar seus eventos com apoio da prefeitura. A cena vem crescendo cada vez mais nessa cidade, nós do Guerrilha13 estamos muito contentes em fazer parte dessa cena e de toda a sua trajetória.

Acompanho algumas bandas daí e vejo que sempre rola um evento, “Rock no Parque”, quem é responsável pela organização do mesmo e com qual frequência rola essa gig?

Esse evento tem 3 anos, e foi idealizado pela prefeitura de Arapongas, com o intuito de realizar um festival de bandas que duram dois dias no Parque dos Pássaros. Lá todas as bandas de rock da cidade podem se apresentar e mostrar seu trabalho para o publico de Arapongas e região. O evento é sempre realizado de 1 em 1 ano.

Vivemos um momento tenso politicamente, com muita gente se mostrando a favor de idéias absurdas, passando pano pra faxos, racistas, homofóbicos, inclusive gente da própria cena, qual a visão de vocês a respeito disso e como vocês acreditam que essa situação possa ser combatida.

Toda essa situação absurda que vem acontecendo pode ser combatida através de muita conscientização na cena e em nossas casas também. Nada se resolve com extremismos e conservadorismo, Tentamos fazer essa conscientização através de nossas músicas e de nossas posições no dia-a-dia, acreditamos que essa luta deve ser diária e não somente nos palcos. Não tem sido fácil, alguns torcem o nariz para esses temas que buscamos tratar nas nossas músicas, mas temos tido uma boa recepção do público. Nós do Guerrilha13 não iremos fraquejar diante de todo esse absurdo que vem acontecendo mundo afora. A nossa voz e nossos instrumentos são as nossas armas nessa batalha, e sempre bateremos de frente contra fachos, racistas, homofóbicos e sexistas.

Quais bandas vocês consideram essenciais no punk rock nacional, que são obrigatórias pra qualquer um que queira conhecer o que foi e o que é esse movimento no país hoje?

Essa está na ponta da língua... Cólera.. Tudo nessa banda nos fascina. É uma banda que começou simples e hoje é umas das mais importantes no cenário punk nacional. Foi através dela que conseguimos entender o que é ter uma atitude punk. Graças a essa banda entendemos que ser punk vai além de apenas ficar chapado, de ficar arrumando briga desnecessária. Cólera nos ensinou que punk é militância, é buscar por uma cena mais consciente, lutar contra qualquer forma de opressão e fazer um som que fale sobre coisas importantes para a cena, fazer som punk só pra se aparece na cena falando qualquer merda não faz o menor sentido pra gente.


Falando um pouco mais sobre a cena em sua cidade, vocês fazem parte de mais alguma banda além da Guerrilha, algum outro projeto?

Nosso baixista Felipe Molina e nosso baterista Wesley Kelson tocam juntos na banda de reggae “Familia Da Raiz”. O vocalista William Lopes segue com projetos como escritor, com poemas e contos e também segue militando pela causa antifascista e anarquista na cena local.

A Guerrilha 13 investe em música autoral? Tem algum material que vocês pretendem lançar num futuro próximo?

Valorizamos muito o som autoral desde o inicio, pois é exatamente isso o que faz a banda ter uma identidade própria. Temos muitas músicas autorais no repertorio. Muitas delas o publico já conhece e canta e poga muito durante os eventos, e isso nós enche de felicidade e forças. 
Pretendemos lançar um ep em breve, com as músicas: “Igreja Universal do Reino da Exploração”, “Guerra Nuclear”, “Verdades e Mentiras”, “Mito é o Caralho”e “Fascistas Malditos Não Passaram”, dentre outros sons.


Gostaria que vocês nos dessem detalhes sobre o evento “Punk Rock Animal”, aproveitar e elogiar a causa nobre com a qual colaborarão e saber como surgiu a idéia pra esse rolê e se pretendem estender pra mais edições?
Obrigado pelas palavras! Estamos bem contentes com a repercussão do evento, muitas pessoas estão falando sobre, é o primeiro evento assim na cidade. A idéia surgiu através do William Lopes (vocalista) e Eduardo Zandomeghi, junto de uma equipe formada por Amanda, Charlotte, Bruno Punk, Michael (tatuador) e também com ajuda de outros amigos que formam a cena punk local. Não posso deixar de falar do grande apoio que o Tadeu (humorista) tem nos dado liberando o espaço G1 para realizar este evento.
Tudo surgiu com o objetivo de ajudar a ONG Opaa que faz um grande trabalho na cidade de Arapongas dando abrigo e assistência a cães abandonados. A ONG vem passando por algumas dificuldades, então focamos em ajudar-la com a ração que conseguirmos arrecadar no Punk Rock Animal. A gig também visa dar espaço para outros artistas punks e simpatizantes do movimento que trabalham com arte de rua, artesanato, poemas, zines, malabares.
O outro objetivo que tentaremos alcançar é o de conscientizar a cena punk e underground abordando temas libertários que irão estar presentes durante a realização do evento.



Obrigado aí por falar conosco, e deixo a palavra final com vocês pra que mandem seu recado como bem entender!
Nós do Guerrilha13 é que agradecemos por nos convidar para essa entrevista. Temos total admiração pelo trabalho que o “Microfonia Underground Blog” tem realizado trazendo informações sobre a cena underground e dando voz e apoio às bandas da cena local. Parabéns ao blog pelo trabalho que vem sendo realizado!
Nossa palavra final vai para todos que estão nessa guerrilha que é o meio underground: Não desistam, não baixem a cabeça, criem suas bandas, apoie sua cena underground, busquem conhecimento e lutem por uma cena mais consciente e livre de qualquer preconceito e opressão.













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Entrevista by Microfonia Underground Blog
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