• Membros: Alex (Bateria), Aldo (Vocal), José (Guitarra)
Pedrada!
Única definição que posso colocar para esse trio de Sucre, Bolívia.
Com forte influência em Ratos de Porão (até na abreviação do nome da banda: PxDxMx ,), Napalm Death e Brujeria, o trio composto por Alex (Bateria), Aldo (Vocal) e José (Guitarra), mandaram muito bem num único disco de estúdio lançado em 2017 com o título homônimo ao da banda.
Além disso, o trio boliviano tem um disco lançado no ano passado, “Em Vivo 2016”, um trabalho curto de um show que eles realizaram na capital boliviana Sucre, em 2016. Agressivo, direto ao ponto e convidativo para um moshpit bem intenso, o disco é um bom trabalho de grindcore, ideal para banguear com umas e outras na cabeça (risos).
Um ponto fraco para esse trabalho (bem sacado pelo Evandro), é que a mixagem poderia ser mais trabalhada, pois a bateria ficou em maior destaque e tirou um pouco o peso das guitarras. Fora isso, disco pesado, banda de potencial na cena. Ansioso pelo próximo rolê dos caras!
programações e orquestrações), Yousef "Azurayl" Alrumaidheen (Vocal), Adel Alqattan
(Guitarra) e Ali Ebrahim (Guitarra)
Você parou pra pensar o que os países árabes gostam de ouvir? Pois eu lhe respondo que eles gostam muito de Heavy Metal! O pequenino Kuwait, país que faz fronteira com o Iraque e Arábia Saudita, epicentro do Islamismo (cerca de 85% da população é islâmica!), também produz maravilhas dentro da cena metaleira. E o Divine Disorder é um ótimo exemplo!
A banda foi fundada em 2010 por Jassem "Darkvain" Alrumaidheen (Baixo, programações e orquestrações) e Yousef "Azurayl" Alrumaidheen (Vocal), logo depois se formou um quinteto, composto por Mahmoud "Mortis" Tahan (Teclados), Adel Alqattan (Guitarra) e Ali Ebrahim (Guitarra) e eles se dedicam a aliar produções musicais rebuscadas com a brutalidade do death.
Em 2014 eles lançaram o álbum “Garden of Dystopia” com alguns convidados conhecidos. A lista inclui Karl Sanders do Nile (guitarras em "Children of Menace" e "The Arcanist"), Paolo Rossi do Fleshgod Apocalypse (vocais em "Theatrical Demise") e Oliver Palotai do Kamelot (orquestração e programação em "Theatrical Demise" e "Rusted Libra").
Enfatizando Karl Sanders (aí é um palpite meu!), através de suas pesquisas e andanças, ele deve ter descobrido o Divine Disorder através de suas buscas sobre músicas do Oriente Médio e norte da África, já que ele é um grande conhecedor de cultura árabe e egípcia. O som dos caras soa como teatral e orquestral, com muitos lampejos de teclados e sintetizadores e percebi também uma ótima mixagem em todo o trabalho.
Em resumo, das terras que margeiam o Golfo Pérsico temos uma banda que posso dizer que está inserida dentro do estilo “Death Metal Progressivo Sinfônico” - a denominação é estranha, mas tem tudo isso! - e para quem gosta desse rolê, vale a pena conferir!
• Membros: Luis Guillermo Ramírez (Baixo), David Guerrero (Bateria), Jose Fernando Muñoz (Guitarra) e Alejandro Restrepo (Guitarra e Vocal)
Diretamente das montanhas de Medellín, Colômbia, a banda Antagon é uma ótima opção para quem aprecia o tradicional thash / death oitentista e é prova que do país caribenho temos, além de bons cafés, boas bandas de metal na cena underground. O nome “Antagon” vem do latim, ANTA - CONTRA e AGON - representa o conceito do antagonismo, simbolizando a sociedade em que vivemos: “O império do antagonismo, hostilidade, a inveja e o egoísmo”.
A banda está na ativa desde 1992 e possui somente um álbum lançado, o “Mental Pollution”, de 1993. A formação atual está assim: Luis Guillermo Ramírez (Baixo), David Guerrero (Bateria), Jose Fernando Muñoz (Guitarra) e Alejandro Restrepo (Guitarra e Vocal).
Com letras criticando guerras, racismo, ganância e destruição do planeta, o Antagon é uma das bandas pouco conhecidas na cena latino-americana, mas presente na cena underground colombiana.
Ouvindo o som dos caras, dá para perceber claramente influências de Slayer, Sepultura, Hellhammer e Death. O vocal de Restrepo dá um toque death nas melodias recheadas de thrash executadas com muita técnica. O disco começa com uma intro de guitarra, lembrando as intros clássicas do thrash, como a de “Beneath the Remains” do Sepultura e até mesmo da intro belíssima de teclados do álbum “R.I.P.” dos suíços do Coroner.
Na sequência, vem um petardo chamado “Slave”. Com uma letra que trata da escravidão, da ganância e do poder, que atrapalham os indivíduos na busca pela verdadeira liberdade. A faixa é recheada de riffs e um thrash altamente convidativo para um moshpit.
A faixa título do álbum, “Mental Pollution”, é um pé na porta. Trata de um mundo falecido, da destruição em massa da natureza, da hipocrisia do ser humano passando por cima da fauna e da flora mundial, além do aquecimento global e da ganância por dinheiro (um retrato bem parecido com o Brasil atual, não!?). Para mim, uma das faixas mais incríveis desse álbum. Depois, “Corrupt Fleshes”, a música fala dos empresários e políticos que se dizem “heróis” do povo, mas agem sem escrúpulos para serem donos de grandes fortunas, espalhando a fome, a miséria, a violência e a desigualdade em seus territórios. Destaque nessa música para o solo de guitarra ao final, belíssimo! “Blood Legacy”, que fala de loucura e descontrole do ser humano, é uma das faixas na qual o death metal está bem presente. Brutal e direto ao ponto, a música é bem trabalhada com belos solos de guitarra. Um som intenso e sombrio. Ainda recheado de críticas ferrenhas ao poder, a faixa “Shaped by Terror” apresenta mensagens pessimistas de um futuro incerto nas mãos de falsos profetas e que, ao contrário de esperança, espalham o sentimento de ódio e dor à sociedade. Um destaque nesta música é que a banda parece ter fortemente se inspirado no solo de introdução da “South of Heaven” do Slayer.
Para finalizar, minha preferida, “Act of Contriction”. Com letra que aborda a burrice de ser um racista, a música começa e termina com um dueto de guitarras maravilhoso, com uma sequência brutal de riffs que me deu vontade de quebrar tudo aqui em casa em meio a essa quarentena (risos).
Em resumo, Antagon é uma banda que me causou boa impressão e me provoca a buscar mais bandas de nossos irmãos latinoamericanos. Um thrash muito bem tocado, técnico, com um vocal muito bom voltado ao death com letras bem fortes. Eu só espero que os colombianos voltem a gravar mais um álbum de inéditas um dia, já que “Mental Pollution” é o único e ótimo trabalho realizado no início dos anos 90.
Fala pessoal, primeiramente obrigado por falar com o Microfonia, gostaria que nos contasse como surgiu a Hellway Patrol com essa combinação de músicos vindos de diferentes nichos do underground e como funciona essa parceria na hora de compor?
Ricardo: O prazer é nosso. A Hellway Patrol surgiu da vontade de fazer som pesado, mas sem nenhuma amarra com algum subgênero específico. O método de composição é bem livre; às vezes as músicas surgem em jams, às vezes um de nós já chega com ideias de riffs e bases para arranjarmos e finalizamos uma música quando ela soa bem o suficiente pra gente.
O EP “Desert Ghost” obteve boas críticas na mídia especializada e traz 3 faixas que mostram que o potencial criativo da banda tem muito a nos oferecer, como foi o processo de concepção das faixas que figuram nesse EP e qual a impressão da banda em relação ao alcance que teve esse material?
Ricardo:A três faixas foram compostas na mesma época do nosso primeiro EP, a ideia de um lançamento separado veio por causa das participações. Desde ensaios já imaginávamos “Satan Free Me” e “Fear The War Machine” com os vocais da May Undead e do Silvano respectivamente. Ficamos muito feliz com o resultado final e com a recepção da mídia especializada. Vemos a reação dos fãs as músicas sendo executadas ao vivo e também na venda dos discos, mas ainda nos debatemos um pouco nas plataformas digitais. Estamos tentando achar meios de divulgar melhor e termos mais alcance no youtube, spotify, etc...
Recentemente vocês estiveram em turnê pelos EUA e México, como foram essas datas e de que forma surgiu a oportunidade de realizar a tour?
Ricardo:A oportunidade surgiu de um convite da Restless Booking Agency. Foram 16 shows em 3 semanas. Fizemos shows de segunda, terça, etc… Foi uma experiência incrível, a resposta ao nosso som foi muito positiva. Foi muito interessante conhecer a cultura underground de lá. Por um lado o público realmente apoia as bandas em tour, compram muito merch, deixam gorjetas e assistem o show de perto. Por outro lado, cada banda tem que ter seu próprio backline, a cada show eram trocados amplificadores, bateria, etc… então as trocas de palco demoravam um pouco mais que aqui.
O que vocês tem a dizer das bandas que dividiram o palco com a Hellway Patrol nessa tour, alguém que vocês nos indicariam que devemos conhecer?
Ricardo:Nós tocamos com bandas de vários estilos e nos divertimos bastante. Destaque para Bombscare, Tazumal, Wartroll e Infiltrator, mas uma banda que recomendamos muito é uma que nem dividiu palco com a gente chamada Blind Illusion. O vocalista Mark já vinha mandando mensagens desde que anunciaram nosso show em Oakland e apareceu com uns presentinhos. A banda existe desde 1979 e foi uma das primeiras de Thrash da Bay Area, já teve na formação Les Claypool e Larry Lalonde e os dois primeiros lançamentos foram produzidos por Kirk Hammet. Foi muito divertido passar um tempo com Mark e o baixista Tom.
Em Londrina vocês organizam a Hellway Fest, evento que traz bandas de destaque nacional e internacional pra dividir os palco com nomes locais do underground, como surgiu a ideia do fest, que dificuldades vocês enfrentaram pra organizar esse evento e existem planos para mais edições?
Ricardo:A ideia partiu da cena mesmo. A gente faz contato com bandas de diversos lugares e quando eles estão em tour entram em contato conosco para tentar fazer algo aqui, e a gente tenta fazer. A dificuldade é financeira, porque apesar de Londrina ter uma cena bacana, a situação econômica do país está prejudicando muito o bolso do headbanger. Promover um show custa dinheiro e o fazemos sem nenhum patrocínio, então tentamos fazer do melhor jeito pra banda e público, mas é difícil. Não estamos planejando o próximo ainda, mas pode ser que role um neste ano.
Vocês incluíram alguns sons inéditos em sua última tour, a banda tem previsão de lançar um novo material? Pretendem lançar um full ou o formato de EP é mais interessante? E porque esse formato?
Ricardo:Sim, estamos tocando várias músicas novas, testando versões diferentes de algumas inclusive e pretendemos lançar um full lenght esse ano. Estamos em buscas de selos e parceiros e acho que já chegou a hora da banda lançar um álbum completo.
Foi lançado um clipe para a faixa “Desert Ghost”, primeiro vídeo da banda, como foi esse processo para vocês?
Ricardo:Antes da última tour nosso produtor sugeriu que um vídeo clipe oficial ajudaria na divulgação dos shows, então fizemos o mais rápido e com o menor custo possível. A locação foi uma olaria desativada e tivemos a sorte de achar o talentosíssimo Felipe Pitta que abraçou o projeto e conseguimos matar a filmagem em uma só manhã. O resultado foi melhor do que o esperado.
Voltando um pouco no tempo, em 2019 vocês realizaram uma turnê pelo velho continente, passando por vários países, como foi essa experiência, visto que a Europa é sempre um objetivo da maior parte das bandas, e como foi a recepção ao som de vocês por lá?
Ricardo:Por lá fizemos uma turnê mista, onde além de shows do Hellway Patrol éramos os músicos de apoio pro cantor hillbilly norte americano Willie Heath Neal. Mesmo em shows só de country as pessoas compravam nosso merch e ficavam muito interessadas no fato de ter uma banda de metal apoiando um músico de outro estilo. Fizemos também show na Alemanha onde tivemos que repetir o repertório porque o Hellway tinha apenas 7 músicas e o público pedia mais. Nós planejamos voltar pra lá logo que possível, a cena musical é incrível.
Pra manter nosso tradicional costume de pedir listas aos nossos entrevistados, poderia nos indicar na opinião pessoal da banda quais seriam os 5 melhores álbuns de todos os tempos?
Ricardo:Essa pergunta é bem difícil porque a gente realmente gosta de muita coisa. Listamos 5 álbuns que nos influenciaram individualmente em ordem aleatória e que todos nós curtimos de maneira geral.
Ricardo Pigatto:
Thin Lizzy - Jailbreak
Megadeth - Rust in Peace
The Cure - Disintegration
The Darkness - Permission to Land
Huntress - Spell Eater
Thiago Franzim:
Frank Zappa - Joe's Garage
Slayer - Ranning Blood
AC/DC - High Voltage
Motorhead - Ace Of Spades
Creedence Clearwater Revival - Bayou Country
Netto Pavão:
Helloween - The Time of the Oath
Dream Theater - Scenes From a Memory
Daft Punk - Random Access Memories
Opeth - Ghost Reveries
Green Day - American Idiot
Pra finalizar, gostaria de agradecer novamente por dispensar um tempinho pra falar com o Microfonia, desejar vida longa e sucesso a Hellway Patrol e reservar esse espaço pra que mande seu salve como bem entender.
Ricardo:Muito obrigado Microfonia pela entrevista e por todo trabalho que fazem em prol da música underground. A todos os leitores; continuem apoiando a cena, nos sigam em nossas redes sociais e esperamos ver vocês na estrada em breve. Obrigado
A banda cearense Rematte disponibilizou em todas as plataformas de streaming, e também em formato de videoclipe, sua nova música de trabalho: “Sob o Luar”. O lançamento é o primeiro desde seu primeiro EP – auto-intitulado, de 2018 – e marca a nova fase do grupo. Agora com um “t” a mais no nome, os músicos Daniel Gadelha (vocal), Álvaro Abreu (bateria), Jonas Monte (baixo) se juntam a Thiago Barbosa (guitarra) para apresentar um som mais maduro desde sua estreia.
Com uma letra metafórica, “Sob o Luar” questiona a necessidade de estarmos encaixados em padrões pré-estabelecidos, além da importância da superação dos medos e a busca da nossa própria identidade, como conta Daniel, vocalista e compositor da Rematte: “No single, apresentamos a noite como um ambiente propício para o surgimento de questionamentos, impaciências, mas também de busca pela liberdade. É na noite que nos permitimos tirar o peso do cotidiano, do dia repetitivo. É quando podemos transpor nossos medos, abismos, o fato de estarmos sendo conduzidos por uma grande engrenagem e ser somente nós mesmos. É preciso romper com essa normalidade acomodada a qualquer preço, para não cairmos nesse mar sem compasso, sem empatia e desconexão com o outro. É quando as ‘velas’ se libertam em alto mar”.
“A música também traz um verso que pode parecer óbvio, mas que muitas vezes nos esquecemos nessa rotina frenética. Quando falamos que ‘Só o amor desperta, nos liberta disso tudo...’, não falamos só daquele amor entre um casal, mas de tudo que essa palavra engloba: amizade, amor pelos entes queridos, amor próprio, entre outros. É ele que nos dá energia para virarmos essa chave e sair dessas dinâmicas destrutivas que muitas vezes entramos”, completa Álvaro.
O single foi gravado no Comu Studio, em Fortaleza, e produzido pela Rematte, juntamente com produtor Matheus Brasil, que já havia trabalhado com o quarteto no primeiro EP. Já o clipe, tem a assinatura de Vicente Ferreira (Vomor Produções), em parceria com o grupo.
Lembro da sensação depois de ouvir “Grosso”, EP de 2014 dos caras do Tonelada, peso absurdo, agressividade ilimitada, brutal, os caras tinham uma proposta clara ali, som direto, visceral e sem firulas, sonoridade ignorante! No final de 2019 eles retornam com o selo que define a sonoridade da banda, como título de seu album, a proposta permaneceu intacta, em “Ignorante” e em suas 10 faixas e pouco mais de 30 minutos me trouxeram duas constatações, a primeira é a de que estamos diante de uma banda que tem personalidade e demonstrou crescimento e evolução em suas composições sem perder a essência daquilo que querem apresentar em seu som e a segunda é de que precisamos olhar mais para o que acontece fora do eixo sul – sudeste e sacar o que nossos amigos tem a oferecer, o underground BR é muito talentoso e todos os cantos dessa terra maltratada por essa gente escrota que detém o poder tem grandes bandas, discos e eventos a nos oferecer!
Vamos ao disco, nível aqui é alto senhores, execução redondinha e produção na medida pra mostrar todo o peso que essa máquina é capaz de criar, e é muito peso envolvido, riffs brutais, cozinha certeira somados ao vocal insano, fazem a combinação que tornam a audição prazerosa pra quem curte porradaria sonora de qualidade!
Faixas como “Você nasceu aqui (Fudeu)”, “Inimputáveis” e “Cilada” que tem a participação de Thiago Queiroz do Inherence dão o tom do tamanho da paulada que vocês irão encontrar aqui, sem sombra de dúvidas um dos grandes lançamentos do ano, merece menção honrosa na nossa lista de melhores de 2019 que acabou saindo antes do lançamento do disco aqui citado, mas o Tonelada tem muita lenha pra queimar e com certeza esse trampo ainda vai trazes grandes resultados para a banda, já que demonstra que os meninos do MS estão com a faca nos dentes e prontos pra tomar geral de assalto com toda a brutalidade de “Ignorante”