quinta-feira, 23 de novembro de 2017

ENTREVISTA CAOS LÚDICO

Hoje nosso papo é com a Caos Lúdico, banda de punk rock com influências de Ska e reggae que lançou recentemente seu EP de estreia, "Teoria do lúdico", trazendo letras retratando passagens cotidianas em que podemos nos identificar que combinadas a sonoridade compõe o resultado diversificado e agradável de se ouvir que encontramos nas faixas, falamos com o João, guitarrista e vocalista da banda, que nos deu mais detalhes sobre o trabalho lançado e momento atual da banda, confiram a seguir!!! Valeu!!!





Fala João, obrigado por falar com a gente, pra começar gostaria de falar sobre o EP lançado pelo Caos Lúdico recentemente , "Teoria do Lúdico", como tem sido a recepção da galera ao trabalho da banda?


João: Eu que agradeço o convite do blog Microfonia Underground que ajuda e fortalece a cena independente brasileira. Respondendo à primeira pergunta, começamos a gravar o EP em junho de 2016 e disponibilizamos em streaming somente em março de 2017. São seis músicas gravadas no Orbis Estúdio, contando com a produção musical de Marcos Pagani. Foi um aprendizado marcante e valioso. Melhoramos nitidamente como grupo depois da gravação. Mesmo sendo um primeiro EP, queríamos fazer um trabalho com seriedade, carinho e amor pela música e acabamos gostando do resultado. Quanto à recepção do público, tanto nosso EP quanto nossos shows estão sendo bem recebidos. Fazemos sempre questão de tocar da melhor forma possível para alcançar, conquistar e interagir com quem está presente. Ficamos entusiasmados com a agitação e com a colaboração das pessoas que vão sempre aos nossos eventos, escutam nossas músicas e nos ajudam nas redes sociais. Espero que continue assim.



Como foi o trabalho de composição dessas faixas, elas ficaram bem diversificadas, como funciona o processo da banda na hora de escrever e onde vocês buscam inspiração?

João: Antes de formar a banda, eu já escrevia e tinha algumas bases prontas e acabamos usando algumas dessas composições que combinavam com o estilo do grupo. Quando eu acabo uma letra ou uma base, mando para os outros integrantes por meio da internet e eles montam os arranjos em seus instrumentos. Depois, chegamos no ensaio, trocamos sugestões e ideias sobre a composição e, no final, vemos no que deu. Muitas vezes, a música flui e finalizamos já no primeiro ensaio, em outras, montamos com mais calma ou guardamos para outro momento. A inspiração nos arranjos vai de acordo com o que cada um escuta e tem como referência. O interessante do grupo é que cada um costuma ouvir vertentes distintas do rock e isso acaba sendo um ponto positivo. Pessoalmente, em toda minha vivência musical, escutei mais punk rock, hardcore, ska e reggae por conta do que meus pais escutavam lá em casa e dos shows que me levavam desde pequeno. Meu pai já teve banda de hardcore e é um orgulho imenso manter isso.



Sobre as letras das faixas, quem as escreve e o que buscam transmitir quando as desenvolve?

João: Quando eu escrevo, busco transmitir o que eu estou sentindo no momento e uso também alguns recortes do cotidiano. No EP, as letras tratam de várias coisas: Diversão entre amigos, anseios e desejos de um adolescente, a influência do meio em que vivemos, a dificuldade do indivíduo em ser o que deseja sem se preocupar com as críticas e não poderia faltar uma letra tratando da nossa atual situação política que somente está favorecendo os enganadores de plantão. Temos muitas histórias e pensamentos para serem escritos, passamos por tantas experiência boas e ruins que poderíamos escrever todos os dias.

Ainda nesse campo das inspirações, acho o nome da banda interessante, como rolou a escolha desse nome? Qual a história por trás?
João: Achar um nome para banda foi um tarefa difícil. Ficamos um bom tempo pensando em vários nomes até que o baixista, Nando, sugeriu o “Lúdico”. Eu gostei, mas achei que seria legal colocar o “Caos” – desordem, confusão, a possibilidade de tudo – para criar uma ideia mais completa, apesar de ser bem aberta. Aí surgiu o Caos Lúdico.



O material está disponível no formato físico, ou no digital apenas?

João:Sim, temos também formato físico em digipack, com direito a encarte com letras, fotos e informações da banda. Embora ele não tenha a mesma força se compararmos a anos anteriores, achamos muito importante fazer esse formato. É uma forma de arrecadar fundos para a banda e de distribuir para pessoas importantes no meio da música. Já distribuímos o nosso EP para bandas (dentro e fora do DF), produtores, rádios etc. Além disso, parte do público ainda prefere o "modo antigo" ou não possui o streaming.

No final de Outubro a banda lançou o clipe para a faixa "Ska na Praia", que ficou bem legal, e é uma faixa que achei muito boa quando ouvi a banda logo de cara, como foi o trabalho pra captação desse clipe?

João: Que bom que você gostou! O clipe foi realizado com imagens captadas durante o show de lançamento do nosso EP que fizemos no Teatro Sesc Garagem. Esse espaço é um dos palcos mais emblemáticos da capital, pois muitos eventos históricos da música brasiliense aconteceram por lá. Foi uma honra e agradecemos imensamente por isso ter acontecido. A música faz parte do EP e agrada a maioria dos ouvintes. Fizemos a produção de forma independente e a equipe da Acrafilmes fez um trabalho de excelente qualidade.

Quais são os próximos compromissos do Caos Lúdico e de que forma a galera pode entrar em contato pra chamar vocês pra tocarem?

João: Nosso plano para o fim desse ano é encerrar os shows já marcados por Brasília, mas estamos sempre abertos para aumentar nossa agenda de apresentações. Sempre gostamos de tocar, cada show é uma história e uma experiência nova. Isso é extremamente essencial para o grupo. Quem quiser chamar a gente para algum evento, pode mandar uma mensagem pelo e-mail caosludico.oficial@gmail.com ou nos contatar por meio do Facebook ou Instagram.

O ano está se aproximando do fim então acho pertinente perguntar, quais os projetos para 2018?

João: O plano é começar a pré-produção do nosso próximo material. Temos algumas composições novas, com mais presença dos metais, que tocamos nos shows e queremos gravar. Não tem nada definido ainda, mas é um enorme desejo nosso. Como somos uma banda independente, estamos tendo dificuldade para financiar todo esse processo. Precisamos pensar em uma forma de passar por esse obstáculo.

Mandando nossa pergunta de praxe em todas entrevistas, gostaria que nos listasse 5 grandes discos de todos os tempos pra vocês, aquele top five de cabeceira!

Essa pergunta é muito difícil. Mas esta é a lista dos cinco discos da banda. Um álbum para cada um:
João (Vocal/Guitarra): The Clash- Álbum: London Calling

Nando Saab (Baixo): The Cure- Álbum: Disintegration

Victor Gurgel (Bateria): Led Zeppelin- Álbum: IV

Ramon Santana (Trompete): Miles Davis- Álbum: Kind Of Blue

Vidal (Trombone): Ultraje a Rigor- Álbum: Nós Vamos Invadir Sua Praia



João, novamente nosso muito obrigado, sucesso ao Caos Lúdico e reservo este espaço pra que deixe sua mensagem como desejar!!! Valeu!!!

João: Agradecemos à Microfonia Underground pela oportunidade. É bonito ver esse apoio à cena que está ocorrendo. Pelo que vivo hoje, acho que ela tem um bom caminho a seguir. Temos que viver com menos "regras" e parar de ditar o que é música. Se não tivermos diversidade, nunca teremos um cenário musical de qualidade. Quem quiser, conhecer nosso EP, ele está disponível no Youtube, Spotify, Apple Music, Deezer, entre outros.



Seguem os links:

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terça-feira, 31 de outubro de 2017

CLÁSSICOS RECENTES DO UNDERGROUND NACIONAL #3

GRITANDO HC - GRITANDO HC (1997)



Esse ano um dos discos mais fodas do hardcore nacional completa 20 anos de lançamento, tem um sabor especial pra mim falar sobre esse registro, pois o Debut do Gritando HC figura entre as primeiras bandas com as quais comecei a curtir um som lá atrás.

Então temos aqui uma ótima combinação pra se tornar tema da nossa série dos Clássicos recentes do underground nacional, pois tem 20 anos redondo de lançamento e é lembrado com saudosismo por muitos que foram contemporâneos ao mesmo.

Um disco de estreia sensacional, 28 minutos de hardcore punk de primeira, divididos em 17 faixas, entre as quais figuram hits do underground instantâneos, digo isso sem medo, afinal quem de vocês nunca ouviu "Velho Punk"? Tudo isso aliado ao vocal enérgico do saudoso Donald que casava perfeitamente na sonoridade da banda.

Aqui encontramos vários sons que se tornaram clássicos, de cara a primeira faixa que é extremamente contagiante, um hino, "Punks não morreram", impossível ouvir sem sentir vontade de sair pogando pela sala, seguida de "Aéreo na piscina" pra quem curte dropar no skate com trilha sonora e a homanagem ao mostro verde da Marvel, "Hulk"!!!



Depois disso seguimos com a balada (?) punk, "Quero ser punk com você", percebam que citei as qutro primeiras faixas em sequência aqui, diífcil eleger destaques, disco inteiro é muito daora, mas pra não citar o track list inteiro, daqui em diante vou citar faixas que acredito que vocês precisam escutar e vou colocar minha visão pessoal aqui, logo, talvez alguns não concordem mas é indispensável colocar como destaques a pesada "Eu protesto", faixa insana, convidativa a moshs violentos, o hino máximo do Gritando HC que já falamos aqui, "Velho Punk" (estamos caminhando pra isso né), a ode ao goró acustica, "Hino do alccol" e pra finalizar com as próprias palavras da banda , a singela homenagem a maior banda de punk rock do mundo, "Quero meu ingresso pro show do Ramones".

Enfim, aproveite que essa beleza está fazendo aniversário e ouça novamente, conheça, redescubra, seja como for, com certeza vai deixar seu dia melhor ouvir um bom disco de hardcore e Gritando HC sempre será uma boa recomendação pra quem queira conhecer esse estilo musical que tanto amamos aqui no Microfonia!

Abraço e até a próxima!!!


TRACKLIST


01. Punks Não Morreram
02. Aéreo Na Piscina 
03. Hulk 
04. Quero Ser Punk Com Você 
05. Eu Odeio O Sistema 
06. Libertar Nossas Correntes 
07. Nunca Se Humilhar 
08. Pra Que Cadeia? 
09. Levante O Moicano 
10. Kaos 
11. Quero Meu Ingresso Pro Show Do Ramones 
12. Gritando HC 
13. Eu Protesto 
14. Terra Da Garoa 
15. Skate Punk
16. Velho Punk 
17. Hino Do Álcool 





OUÇA GRITANDO HC EM:

http://www.deezer.com/artist/4352689

https://open.spotify.com/artist/19XpD8usAYOdO3hwmQ06i4




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Matéria by Microfonia Underground Blog

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terça-feira, 3 de outubro de 2017

ENTREVISTA GUERRILHA 13

E aí galera, iniciamos os trabalhos no mês de outubro com essa entrevista com os manos da Guerrilha 13, banda de de punk/hardcore de Arapongas-PR, em atividade desde 2012 os caras estão sempre no corre, seja organizando eventos como o Punk Rock Animal, seja nos preparativos para o lançamento de seu EP que deve acontecer dentro de algum tempo e que nós obviamente iremos conferir, mas se quer saber mais sobre os caras, confiram o bate papo a seguir que realizamos com a banda e compartilhe o trabalho pra fortalecer!!!


Fala pessoal, começando aí pelas apresentações, quem são as cabeças por trás da Guerrilha13?

A banda Guerrilha13 já passou por algumas várias mudanças na formação desde seu início. Atualmente a formação da banda conta com William Lopes no vocal, Felipe Molina no baixo, Wesley Kelson na bateria e Jhefferson Alexandre na guitarra. Essa formação tem sido a mais forte e engajada com as idéias que a banda busca reproduzir em suas músicas e apresentações.

Como vocês se juntaram pra tocar e como se deu a escolha por praticar nosso amado punk/hardcore?

Os integrantes William Lopes e Felipe Molina tocam juntos desde de 2009, os dois tinham uma banda de punk rock que teve seu fim em 2011, com a saída do baixista e do baterista. Em 2012 os dois sentiam que não dava pra ficar parado e então criaram o Guerrilha13, com o intuito de tocar um punk rápido, agressivo e sem frescuras. Sendo assim, Wesley Kelson foi convidado para tocar bateria e Alan para tocar baixo. Com a saída do baixista, ouve uma reformulação na banda. Felipe assumiu o baixo e Thiago Guimarães entrou para assumir a guitarra. Essa formação durou dois anos, e agora com a saída do Thiago Guimarães, entrou em seu lugar o Jhefferson Alexendre. A reformulação não foi só na formação, mas também nas ideais. Temas libertários e de protesto passaram a ser mais freqüentes nas letras escritas pela banda. Músicas como “Fascistas Maldtitos Não Passaram” “Vá a Luta”e “Mancha de Sangue” passaram a fazer parte do novo repertorio da banda.
Escolhemos tocar punk/hardcore por ser um estilo de música agressivo e ao mesmo tempo simples, no qual traz diversos ideais que admiramos, como o “faça você mesmo”e liberdade de expressão. Atualmente acreditamos que o punk é uma ótima ferramenta libertária para esmagar fascistas e de conscientização dentro da cena underground.



O que vocês podem nos contar sobre a cena underground de Arapongas?

Existem muitas bandas ótimas dentro da cidade. Acredito que a palavra que possa definir a cena aqui seja “resistência”, por muitos anos a cena underground de Arapongas não foi muito bem valorizada, as bandas sempre estiveram num corre constante para organizar seus próprios eventos por conta própria, dificilmente aparecia uma ajuda para a cultura da cidade. Quando o Old Box surgiu uma nova esperança nasceu, dando espaço para as bandas locais tocarem e ensaiarem, diversas bandas passaram a surgir também. Agora as coisas estão mudando um pouco, com os incentivos culturais que estão acontecendo dentro da cidade. Esse ano surgiu o Espaço G1 que era um galpão que estava parado, e que foi reativado pela prefeitura através do Tadeu (Humorista), nesse espaço todo artista e músico tem a chance de poder realizar seus eventos com apoio da prefeitura. A cena vem crescendo cada vez mais nessa cidade, nós do Guerrilha13 estamos muito contentes em fazer parte dessa cena e de toda a sua trajetória.

Acompanho algumas bandas daí e vejo que sempre rola um evento, “Rock no Parque”, quem é responsável pela organização do mesmo e com qual frequência rola essa gig?

Esse evento tem 3 anos, e foi idealizado pela prefeitura de Arapongas, com o intuito de realizar um festival de bandas que duram dois dias no Parque dos Pássaros. Lá todas as bandas de rock da cidade podem se apresentar e mostrar seu trabalho para o publico de Arapongas e região. O evento é sempre realizado de 1 em 1 ano.

Vivemos um momento tenso politicamente, com muita gente se mostrando a favor de idéias absurdas, passando pano pra faxos, racistas, homofóbicos, inclusive gente da própria cena, qual a visão de vocês a respeito disso e como vocês acreditam que essa situação possa ser combatida.

Toda essa situação absurda que vem acontecendo pode ser combatida através de muita conscientização na cena e em nossas casas também. Nada se resolve com extremismos e conservadorismo, Tentamos fazer essa conscientização através de nossas músicas e de nossas posições no dia-a-dia, acreditamos que essa luta deve ser diária e não somente nos palcos. Não tem sido fácil, alguns torcem o nariz para esses temas que buscamos tratar nas nossas músicas, mas temos tido uma boa recepção do público. Nós do Guerrilha13 não iremos fraquejar diante de todo esse absurdo que vem acontecendo mundo afora. A nossa voz e nossos instrumentos são as nossas armas nessa batalha, e sempre bateremos de frente contra fachos, racistas, homofóbicos e sexistas.

Quais bandas vocês consideram essenciais no punk rock nacional, que são obrigatórias pra qualquer um que queira conhecer o que foi e o que é esse movimento no país hoje?

Essa está na ponta da língua... Cólera.. Tudo nessa banda nos fascina. É uma banda que começou simples e hoje é umas das mais importantes no cenário punk nacional. Foi através dela que conseguimos entender o que é ter uma atitude punk. Graças a essa banda entendemos que ser punk vai além de apenas ficar chapado, de ficar arrumando briga desnecessária. Cólera nos ensinou que punk é militância, é buscar por uma cena mais consciente, lutar contra qualquer forma de opressão e fazer um som que fale sobre coisas importantes para a cena, fazer som punk só pra se aparece na cena falando qualquer merda não faz o menor sentido pra gente.


Falando um pouco mais sobre a cena em sua cidade, vocês fazem parte de mais alguma banda além da Guerrilha, algum outro projeto?

Nosso baixista Felipe Molina e nosso baterista Wesley Kelson tocam juntos na banda de reggae “Familia Da Raiz”. O vocalista William Lopes segue com projetos como escritor, com poemas e contos e também segue militando pela causa antifascista e anarquista na cena local.

A Guerrilha 13 investe em música autoral? Tem algum material que vocês pretendem lançar num futuro próximo?

Valorizamos muito o som autoral desde o inicio, pois é exatamente isso o que faz a banda ter uma identidade própria. Temos muitas músicas autorais no repertorio. Muitas delas o publico já conhece e canta e poga muito durante os eventos, e isso nós enche de felicidade e forças. 
Pretendemos lançar um ep em breve, com as músicas: “Igreja Universal do Reino da Exploração”, “Guerra Nuclear”, “Verdades e Mentiras”, “Mito é o Caralho”e “Fascistas Malditos Não Passaram”, dentre outros sons.


Gostaria que vocês nos dessem detalhes sobre o evento “Punk Rock Animal”, aproveitar e elogiar a causa nobre com a qual colaborarão e saber como surgiu a idéia pra esse rolê e se pretendem estender pra mais edições?
Obrigado pelas palavras! Estamos bem contentes com a repercussão do evento, muitas pessoas estão falando sobre, é o primeiro evento assim na cidade. A idéia surgiu através do William Lopes (vocalista) e Eduardo Zandomeghi, junto de uma equipe formada por Amanda, Charlotte, Bruno Punk, Michael (tatuador) e também com ajuda de outros amigos que formam a cena punk local. Não posso deixar de falar do grande apoio que o Tadeu (humorista) tem nos dado liberando o espaço G1 para realizar este evento.
Tudo surgiu com o objetivo de ajudar a ONG Opaa que faz um grande trabalho na cidade de Arapongas dando abrigo e assistência a cães abandonados. A ONG vem passando por algumas dificuldades, então focamos em ajudar-la com a ração que conseguirmos arrecadar no Punk Rock Animal. A gig também visa dar espaço para outros artistas punks e simpatizantes do movimento que trabalham com arte de rua, artesanato, poemas, zines, malabares.
O outro objetivo que tentaremos alcançar é o de conscientizar a cena punk e underground abordando temas libertários que irão estar presentes durante a realização do evento.



Obrigado aí por falar conosco, e deixo a palavra final com vocês pra que mandem seu recado como bem entender!
Nós do Guerrilha13 é que agradecemos por nos convidar para essa entrevista. Temos total admiração pelo trabalho que o “Microfonia Underground Blog” tem realizado trazendo informações sobre a cena underground e dando voz e apoio às bandas da cena local. Parabéns ao blog pelo trabalho que vem sendo realizado!
Nossa palavra final vai para todos que estão nessa guerrilha que é o meio underground: Não desistam, não baixem a cabeça, criem suas bandas, apoie sua cena underground, busquem conhecimento e lutem por uma cena mais consciente e livre de qualquer preconceito e opressão.













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Entrevista by Microfonia Underground Blog
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quinta-feira, 21 de setembro de 2017

ENTREVISTA BOCA BRABA HARDCORE

Hoje quem tá dando as caras por aqui são os manos da banda Boca Braba hardcore de Viamão-RS, que vem conquistando seu espaço lançamento após lançamento e trabalhando forte nisso, com letras críticas e conscientes e uma sonoridade que vai além do hardcore mesclando outras referências e dando ainda mais personalidade a música desses caras que eu indico que todos ouçam, sem mais delongas, confiram nosso bate papo e saibam mais sobre a BxBxHC!!!



Fala galera, vamos partindo do zero aqui, poderia nos mandar a ficha completa da banda e um pouco de sua história? Quem são os integrantes da Boca Braba HC? Como e quando vocês formaram a banda?

A Boca Braba Hardcore surgiu da união de 4 amigos de Viamão/RS (Douglas, Mateus, Vinícius e Max) para fazer um som numa festa de aniversário, em novembro de 2014. Depois do aniversário resolvemos continuar tocando por diversão, e 2 meses depois começamos a compor músicas próprias, juntamente com a entrada do Hígor e com a escolha do nome da banda. Agora a banda está quase completando 3 anos e já conta com uma penca de shows realizados, viagens, amigos, etc. Estamos só no início, o corre não para! 



Vocês lançaram a pouco tempo um EP, “Hardcore de galpão”, como foi o processo de gravação do mesmo e quem foi responsável pela produção e mixagem? Gosto de como soa o EP.

O “Hardcore de Galpão” foi um trampo intermediário, que lançamos pra poder respirar um pouco e produzir outros materiais com calma. O resultado dele ficou muito foda, e teve uma repercussão muito boa! Gravamos ele no estúdio Calabouço do nosso amigo Hamilton Contes, aqui de Viamão mesmo, e chegamos com os 5 sons já nos cascos no estúdio, foi só plugar tudo e gravar! Gravamos tudo em um fim de semana, e em um mês o Hamilton nos entregou as músicas prontas. Gravar com ele foi muito da hora, sempre que podemos indicamos ele para as bandas que querem gravar algo, o guri é muito bom no que faz... nós gravaremos lá o próximo CD, sem dúvidas!



Quais os planos para o restante de 2017, trabalhar a promoção do EP apenas ou vocês possuem projeto para lançar mais alguma coisa ainda nesse ano?
Nem estamos fazendo tantos shows este ano, estamos indo mais na manha e tentando selecionar melhor os picos que vamos tocar, tentando tocar em lugares que não tocamos ainda, por exemplo. Estamos com data da gravação do nosso primeiro clipe já marcada, e se tudo ocorrer bem, o mesmo sai ainda esse ano. Também temos um Live completo pra lançar, que foi gravado durante um show no teatro do SESC de Canoas/RS, e temos um minidocumentário sobre nossa viagem pra Brasília. Esperamos que saia tudo nesse ano ainda!

Como tem sido a recepção aos novos sons nas apresentações ao vivo da banda e aproveitando que tocamos no assunto quais são os próximos compromissos da Boca Braba HC?

A gurizada tem curtido pra caralho o Hardcore de Galpão, os novos sons são bem mais rápidos e mais curtos. É da hora ver que em alguns shows tem gente já cantando as músicas do EP, tendo em vista que somos uma banda bem nova... é muito doido ver isso sendo que lançamos há pouco tempo este trabalho. Acho que estamos no caminho certo! Seguem as próximas datas confirmadas:

23/09 - In Underground We Trust III - Estância Velha/RS
08/10 - Rock in Ruben - Sapucaia do Sul/RS

24/11 – Espaço Urbano - Viamão/RS
10/12 - Ensaio na Praça - Canoas/RS



Existem planos para visitar outros estados levando o som da banda? Que lugares vocês gostariam de tocar se houvesse oportunidade?
O plano principal é esse, botar as bundas na estrada e viajar o máximo que aguentarmos! É claro que não podemos sair a qualquer momento os 5 dentro de um carro tocando por todo o Brasil, todos nós trabalhamos e as viagens rolam organizando com bastante antecedência. Já viajamos pra Santa Catarina em 2015, e este ano viajamos pra Brasília, que foi muito doido! A viagem que fizemos este ano nos abriu a mente e mostrou que podemos fazer várias viagens curtas durante o ano, então o plano é começar a viajar com bastante frequência!

Ano passado vocês lançaram o “Entre ratos e pulguedo”, um título inusitado, poderia nos contar como surgiu esse nome para o disco?
Desde o início da banda, ensaiamos num Galpão do sítio onde eu (Douglas) moro. Durante muito tempo deixávamos os cachorros assistirem o ensaio, eles entravam lá e ficavam deitados no nosso meio só curtindo o som... o problema é que o galpão ficou crivado de pulgas, e era um parto pra ensaiar se coçando o tempo todo. Sobre os ratos, eles sempre estiveram no galpão, desde o início. Então “Entre Ratos e Pulguedo” foi literalmente como surgiu o primeiro CD!

Ainda sobre o disco “Entre ratos e pulguedo”, como foi o trabalho de divulgação do mesmo e como vocês avaliam os resultados obtidos com o disco?
O “Entre Ratos e Pulguedo” foi nosso primeiro trabalho de estúdio, e quando gravamos ele já tinha uma galera na expectativa, então o resultado foi muito bom, repercutiu bastante na época, muita gente nos conheceu através desse CD e muitas portas se abriram também. Fizemos um evento no final de 2016 pra lançar o CD, a função rolou na Converth em Viamão, e foi um dia absurdamente foda! Este show tá registrado lá no Youtube pra quem quiser ver!

Que temas vocês procuram abordar em suas letras, que mensagem a banda busca transmitir?

Nosso vocal (Vinícius Marques) sempre buscou escrever letras trazendo à tona todos os problemas que enfrentamos todos os dias graças à corrupção que rola no nosso país. Infelizmente é uma minoria que se interessa por música com conteúdo, mas as letras estão lá, pra quem quiser ouvir. Queremos começar a passar mensagens positivas nos nossos sons também, não só falando dos problemas que tal político está causando, mas dizendo algo pra quem estiver ouvindo como não baixar a cabeça, não desistir, etc. A mensagem continua sendo passada, mas de uma forma diferente.

Em termos de influência sonora, que bandas vocês citariam que serviram de inspiração para moldar a sonoridade que vocês praticam?
Sem dúvidas temos várias influências bem marcantes que cada um de nós trouxe pra banda... Raimundos, Pavilhão 9, Vômitos e Náuseas, Ratos de Porão, Testament, Suicidal Tendencies, Biohazard, Madball, Hatebreed, etc. Claro que são apenas influências, a união de tudo que ouvimos molda o nosso som, então não necessariamente vai ser claro tudo que ouvimos no som da Boca Braba... e acho que esse é o sinal de que estamos fazendo algo legítimo!

Seguindo a linha da pergunta anterior e mantendo nossa tradicional pergunta infame, poderiam citar na opinião pessoal de cada um de vocês quais são os cinco maiores discos de rock/metal/hardcore todos os tempos?
Lucas - Dokken - Back For The Attack

Hígor – Countdown to Extinction - Megadeth

Douglas – Anarkophobia – Ratos de Porão

Mateus – The Rise of Brutality - Hatebreed

Vinícius – Lapadas do Povo - Raimundos

Numa troca de figurinhas básica aqui, poderiam nos dar um panorama de como é a cena underground por aí no RS e destacar algumas bandas locais que deveríamos conhecer?
Temos muita coisa rolando no RS, em tudo que é canto, e muuuuuuita banda boa! Começamos a ter uma visão melhor da nossa cena e das bandas locais quando começamos a tocar no Signospub, em Porto Alegre, através do Phil Barragan (organizador e músico local). Ele nos viu tocando num Ensaio de Rua de Viamão (até então nós só tocávamos na nossa cidade) e nos levou pra Porto Alegre, aí conhecemos todas as bandas que hoje estão no mesmo corre que nós! Hempadura, 9Shot, R.E.D., CxFxCx, Roleta Russa, Chute no Rim, Pull The Trigger, OÇO, Terror66, entre outras.

Gostaria de agradecer pelo tempo dispensado em nos atender e reservar este espaço para que deixem sua mensagem aos leitores do Microfonia e fãs da banda como quiser! Valeu!

Gostaríamos de agradecer pela oportunidade de falar um pouco sobre a banda aqui e pelo interesse do Microfonia em divulgar nosso trabalho, a única coisa que esperamos ganhar depois de todo nosso perrengue é reconhecimento!

Gostaríamos também de agradecer todo mundo que sempre apoiou a banda, sejam nossos amigos ou pessoas que nos acompanham mesmo distantes, vocês fazem toda a diferença!

E pra finalizar, gostaríamos de convidar todos que nunca ouviram a Boca Braba a conhecer nosso trabalho! Estamos no face, instagram, youtube, spotify, deezer... em tudo que é lugar, é só fritar!

Hardcore Lives!



https://bocabrabahardcore.bandcamp.com/releases


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quarta-feira, 13 de setembro de 2017

ENTREVISTA DECEIVERS



O Deceivers já possui uma trajetória longa no underground nacional, em atividade desde de 1994, os caras possuem muita bagagem e historia pra contar, em plena atividade de divulgação de seu novo disco "Poisoning", lançado recentemente e disponível pra audição nas plataformas digitais de streaming e no Youtube, os caras seguem a todo vapor e vão realizar o show de lançamento do album em alguns dias, esse e mais vários detalhes a respeito do trampo dos caras vocês podem conferir a seguir na entrevista que realizamos com a banda, respondida pelo vocalista da banda, Gregório Salles! Confiram! 



Com uma trajetória que nos remete a 1994, gostaria que vocês resumissem um pouco dessa história nos dizendo quem é o Deceivers hoje e o que mudou para vocês em termos de sonoridade nesses tantos anos de estrada?


Realmente são muito e muitos anos...tudo mudou, a qualidade das bandas de hoje, as gravações e toda a pulverização que dá para fazer no digital. Vivemos essa transição toda e acredito que todas as bandas precisam se atualizar nessa nova realidade, onde “divulgação” virou algo muito maior e mais desafiador.

Podemos considerar que vocês são pioneiros no país ao executar essa sonoridade mais moderna, mesclando thrash, hardcore, hip hop, em que artistas vocês se inspiraram quando decidiram montar o Deceivers?

Cara ouvíamos muito Suicidal, Sepultura, Machine Head do começo, DFC, Restless, Os Cabeloduro, Pantera, e até Korn (lá de 96) .... Pra se ter uma ideia trocávamos ideia com os caras do System of a Down quando eles tinham apenas uma demo iniciando na gravadora... olha só.

Vocês lançaram recentemente Poisoning, novo álbum de inéditas depois de um bom tempo, qual tem sido a reação da galera a esses novos sons?

Estamos muito animados! Excelentes comentários e aparições em sites de peso. Há pouco estivemos na lista da Alternative Press, entre as “10 bandas do Brasil que você precisa ouvir”. Sabemos que o disco ainda tem que chegar mais longe e esperamos fazer isso nesse ano e no outro.

A produção de seu novo disco ficou a cargo do renomado produtor dinamarquês Jacob Hansen, como vocês chegaram a essa escolha para produção e de que forma foi que rolou o processo?

Na verdade, o Jacob fez a masterização e finalização dos áudios, um processo próximo a uma mix final; ficamos muito felizes com o trampo dele! A produção mesmo e a mixagem ficou a cargo de Marcos Pagani conosco. Só frisando que o Pagani tem no currículo bandas como Violator e DFC, ou seja, no Brasil não vemos mão mais importante para nos dar a sonoridade que precisamos.

Essa não foi a primeira vez que vocês trabalharam com um produtor gringo, seu EP Paralytic foi masterizado por Justin Shturtz, o que vocês acharam do produto final, soou como esperavam, falando pela banda no caso, para minha audição ficou realmente foda...rs.

Valeu demais! Aquele EP tinha que soar daquela forma, era uma transição mesmo! Também gosto daquele resultado, uma sonoridade mais orgânica...

Mantendo o foco em Poisoning, que temáticas vocês abordam nas letras de seu novo álbum?

Em Poisoning as letras vão para um lado mais pesado, metafórico e protestante. Nossa sociedade está envenenada, cheia de preconceito, e vivendo a violência do terrorismo. Em outra mão, existe a esperança, gente voltada para fazer o bem. O disco traz essa dualidade no som e nas letras, temos certeza que deve trazer a reflexão!

Com todo esse tempo de estrada vocês devem vir acompanhando diversas mudanças no mercado da música, vocês consideram positivas essas novas formas de consumir música que nos são oferecidas atualmente, como as plataformas de streaming por exemplo?

Muito! É um desafio ser uma banda independente e conseguir estar no digital... nos demanda tempo e muito trabalho. Buscamos fazer isso, lançando o disco de forma digital inicialmente, e trazendo muitas plataformas para apoiar isso. Em www.deceivers.com.br tudo isso pode ser visto!

A cena de Brasília tem muitas bandas legais, tendo crescido junto da mesma e ainda vivenciando o dia a dia do underground por aí, que bandas vocês destacariam no cenário atualmente?

Cara, das mais novas destaco o Slow Bleeding, Mais que Palavras, What I Want, Kankra, Extinction Remains e o Shotgun Killa. Das mais antigas temos Terror Revolucionário, DFC, Macakongs, Miasthenia, ARD, Totem, entre muitas outras. Não existe lugar como nossa cidade para parir bandas de qualidade!

Quais são os próximos compromisso da banda, para quem quiser sacar os shows da banda?
Temos o show de lançamento agora no dia 30/09, com DFC, Slow Bleeding e Kankra. Todos os esforços voltados para essa data.

Em tempos complicados como os atuais, como é para vocês viver próximo ao epicentro do turbilhão político que vive o país? Isso influencia de alguma forma suas composições, vocês transmitem essa vivência de sua realidade diária em suas músicas?
Muito. Acredito que vivemos o momento mais apolítico do Brasil, ainda bem. Isso precisa continuar com força total.... Em junho de 2013 tivemos nas ruas a expressão mais importante de um povo que não aguenta mais tanta patifaria no comando do país e suas instituições, aquilo marcou muito e ajudou a compor letras para o novo álbum com certeza.

Olhando para sua trajetória ao longo dos anos, que fatos vocês destacariam como marcantes na história da banda?
Primeiro show com DFC no Garagem do SESC, lançamento da primeira demo e toda a repercussão, show com Sepultura no Porão do Rock, a viagem e moradia em Los Angeles nos EUA, e claro, o novo disco Poisoning!

Mantendo o velho costume de fazer perguntas difíceis, gostaríamos que vocês listassem aí um top Five de álbuns que vocês consideram seminais em toda história.

Segue os meus:
Sepultura – Chaos AD
Machine Head – Burn my Eyes
Meshuggah – Obzen
Biohazard – State of the world address
Pantera – Far Beyond Driven

Para finalizar gostaria de agradecer pela atenção e reservar este espaço para que deixem sua mensagem para a galera que os acompanha e para os leitores do Microfonia.

Agradecemos muito a oportunidade! Peço desculpas pela demora nas respostas... estávamos na correria do disco novo. Esperamos todos vocês no nosso show de lançamento, e não parem de apoiar a cena local e as bandas independentes daqui, especialmente as que fazem música marginal e subversiva, as que não se curvam para agradar nada e nem ninguém, as que estão preocupadas em passar uma mensagem qualquer.

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quarta-feira, 6 de setembro de 2017

ENTREVISTA COM BIANCA NOVAIS DA UNDERGROUND BLASFEMME

Fala galera, nossa entrevistada de hoje é uma das organizadoras da coletânea "Mosh like a Blasfemme", que compila quatorze bandas do underground nacional que possuem mulheres na formação, dando visibilidade aos trabalhos desenvolvidos pelas minas Brasil afora, o que torna o trampo ainda mais interessante devido a sua representatividade, ela é também a pessoa por trás da Underground Blasfemme, atuando na organizações de excursões e eventos underground em Brumado-BA, com a palavra, Bianca Novais!








Olá Bianca, obrigado por falar conosco, primeiramente gostaria de parabeniza-la pela iniciativa da Underground Blasfemme juntamente ao Coletivo Mosh Like a Girl e aproveitar para saber como surgiu a parceria entre vocês e como surgiu a ideia para essa coletânea?


BIANCA NOVAIS: Olá Evandro, desde já agradeço por estar aqui dando espaço para essa entrevista. Bom, surgiu depois de várias conversas, entre as integrantes que na época faziam parte do Underground Blasfemme e Mosh like a Girl. O foco das nossas ideias era levantar fundos para promover eventos, aonde seria enaltecida a representatividade da mulher no underground. Foi assim que surgiu a ideia de lançar a coletânea, nada melhor do que conseguir nossa verba para os eventos do que uma coletânea que ajudaria a divulgar várias bandas com a presença feminina, nada mais justo! O foco da coletânea também era promover essa união entre os grupos, algo que realmente falta em nosso meio, com tantas disputadas de ego, ofensas desnecessárias e afins.


Como foi o trabalho para viabilizar o lançamento da “Mosh Like a Blasfemme”?


BIANCA: Sobre a coletânea, posso resumir que todo processo foi feito a partir de parcerias, amizades, foi uma verdadeira união de diversas pessoas das mais variadas vertentes o underground. A Libertinus Records e Resistência Underground, foram nossos maiores parceiros em toda caminhada. Muitos amigos e até pessoas que até então nem conhecia, ajudaram financeiramente, como uma espécie de troca, um ‘’crowdfunding’’ digamos assim, cada pessoa recebeu cópias do material depois! Foi algo impressionante, ver tantas minas e homens apoiando nossa causa. Outra parcela veio do nosso bolso mesmo.


De que modo vocês têm realizado a divulgação do trampo e como tem sido a recepção da galera em geral?

BIANCA: Nosso principal meio de divulgação é a internet, com parceria de blogs como o seu que vem abrindo um ótimo espaço para divulgação, compartilhamentos em rede social (facebook, instagram), quase sempre montamos stand em eventos na região, através de trocas com distros/selos, bandas amigas e que fazem parte da coletânea sempre ajudam na divulgação também!








E para adquirir uma cópia da coletânea, como a galera deve fazer?

BIANCA: Pra adquirir só entrar em contato comigo aqui mesmo pelo facebook ou na página do Coletivo Mosh Like a Girl. Custa somente R$5,00 reais. É um formato bem simples, em CD-R, com uma mini-zine em seu interior, capa envelope.

Quem foi responsável pela arte de capa e encarte da coletânea, ficou bem legal a apresentação gráfica, poderia nos dar detalhes a respeito?


BIANCA: A responsável pela criação de toda arte gráfica foi a Jess Cordeiro, integrante da Libertinus Records, uma grande parceira em tudo! A ideia era ser algo bem simples, que pudesse representar a imagem da mulher que faz parte de nosso meio, ela acertou em cheio! Indico a qualquer um o trabalho dessa moça.







Como foi o processo de escolha das bandas participantes da coletânea, de que forma rolou esse contato?


BIANCA: O principal foco era escolher bandas que compartilham de nossas ideias, não apoiamos o fascismo, racismo, homofobia, sexismo, White metal, nazismo, acreditamos que isso não deve fazer parte da música underground. Cada uma de nós quis compartilhar suas influências nessa coletânea, você vê que ela percorre quase todas as regiões do nosso país, com metal, punk, crust, hc, stoner, gothic rock, desde bandas conhecidas a bandas que acabaram de lançar sua primeira faixa. Cada uma de nós mostrou um pouco de sua essência, cada uma diferente e que compartilha as mesmas ideias, acho que esse deveria ser o conceito de uma coletânea, trazer essa diversidade.

Você é a mente por trás da Underground Blasfemme, ativa no underground e levantando essa bandeira numa região fora do eixo dos “grandes centros”, o que torna as coisas mais complicadas, situação que vivemos por aqui também, já que também nos situamos no interior do estado, rolaram muitas dificuldades para tornar esse projeto realidade?


BIANCA: Sempre foi difícil realizar qualquer coisa no interior, com a coletânea não foi diferente na dificuldade, desvalorização, muitas pessoas não enxergaram com bons olhos a proposta de uma coletânea focada na presença feminina, acredito que por preconceito, machismo, boa parte do interesse veio mais de fora mesmo, mas mesmo assim fiquei muito feliz com a repercussão em nossa região mesmo com alguns comentários negativos, mas isso faz parte.











Aproveitando o gancho do assunto de atuar no underground distante de grandes centros, como foi criada a Underground Blasfemme e como você avalia as realizações conquistadas até aqui?

BIANCA: A Blasfemme no começo foi criada como um coletivo, mas pela distância, alguns conflitos de ideias, acabou se separando, sem rancor, admiro todas as mulheres que estiveram comigo, são minhas parceiras. A coletânea foi uma conquista e tanto para mim e acredito que para todas as envolvidas, foi lançada no Listen Rock, em junho deste ano, onde ajudei na organização. Desde 2012 estive envolvida em organizações de eventos, excursões, mas considero a coletânea minha maior conquista e um novo começo para muita coisa que ainda tem por vir.

Observando as várias vertentes sonoras executadas pelas bandas presentes na coletânea, podemos sacar o quanto as mulheres envolvidas no underground são talentosas e produzem ótimos trabalhos, mas ainda falta visibilidade na cena e mais respeito e espaço, como você enxerga a realidade feminina dentro da cena atualmente?

BIANCA: Enxergo com certo otimismo. Cada dia vejo mais mulheres nos shows, antes era bem raro para mim ver mulheres em bandas e frequentando os shows aqui na região, nesses últimos dias o Nervochaos, Torture Squad e Hatefulmurder passaram por aqui, todas bandas com presença feminina, isso é excelente! Vejo cada vez mais essa representatividade, no tanto que já temos bandas novas aqui da região e de outras também para a próxima edição da coletânea. Como a Sujo crust/grind, aonde uma das integrantes do Mosh Like a girl faz parte, está em fase de composição, Kultist, Mau Sangue de SP, aonde minha amiga Karine Profana faz parte. Lojas formadas somente por mulheres, organizações, hoje vejo muitas mulheres envolvidas em eventos, seja como banda ou organização. Temos a Valhalla Produções que se formou aqui em Vitória da Conquista e já vão fazer a segunda edição do Rock Porão. Raquel Dantes que escreveu seu livro ‘’A Conquista do Rock’’, Gabriela Corrêa (Socialphobia) que tem a Caótica Distro, sinto que é uma vitória para nossa cena. Não sei se posso falar de lugares aonde não convivo, da cena em geral, mas acredito que não seja diferente que vem crescendo essa presença feminina nos mais diversos lugares, e acredito também que o machismo/sexismo, seja forte em qualquer lugar daqui, é um conceito bem enraizado não só no nosso país como na cena, que pra mim deveria abominar esse conceito moralista que tem uma influência muito forte do cristianismo, nossa cultura é fortemente influenciada por ele e muitos não conseguem se desprender disso, não conseguem ‘’evoluir’’. Ainda vemos muitas mulheres reproduzindo o machismo, pois muitas são quase um espelho dos homens ou companheiros, é mais fácil ser assim e ser aceita do que ter voz, não é? rs

Nós sempre pedimos de nossos entrevistados um top cinco de discos preferidos, mas aproveitando a ideia da “Mosh Like a Blasfemme”, gostaria que você destacasse aí uma lista de cinco bandas ou discos preferidos com mulheres na formação?


BIANCA: 1 – Coven – Witchcraft Destroys Minds & Reaps Souls

É meu disco favorito! O Coven trouxe algo, que na minha opinião, era totalmente diferente de tudo que acontecida nos EUA, com toda aquela onda de paz e amor, movimento hippie, uma banda trazer essa temática sobre ocultismo, uma sonoridade incrível! Pra aquela época tudo soou assustador e pra mim não foi diferente. Minha reação ao escutar e observar toda arte do disco foi única, fiquei semanas ouvindo todos os dias, faz parte da minha vida, minha maior influência musical assim por dizer.

2 – Joan Jett – Bad Reputation

Foi um disco marcante para mim e aposto que para muitas mulheres também. Conheci o projeto solo da Joan antes do The Runnaways e sempre a achei fantástica, lá na minha pré-adolescência quando a vi pela primeira vez queria ser ela hahaha (Sim, até cortei o cabelo igualzinho hahaha). Toda aquela rebeldia, cheia de si, sem se importar com parecer uma ‘’boa garota’’ como todas nós somos obrigadas a ser marcou bastante pra mim. ‘’ Uma garota pode fazer o que ela quer fazer e é isso que eu vou fazer’’ foi algo que me fez crescer bastante.

3 – Mythic – Anthology

Essa compilação foi o meu primeiro contato com esse trio que fez um Death/Doom matador, me lembro até hoje como foi ouvir Winter Solstice e ficar repetindo a faixa diversas vezes só por aquele baixo hahaha. É um material importantíssimo pra mim, foi umas das minhas ‘’portas de entrada’’ digamos assim ao metal.

4 – Valhalla - In The Darkness Of Limb e 

5 – Miasthenia – XVI

Tive acesso aos dois discos na mesma época, foi a primeira vez que ouvir bandas brasileiras com a presença feminina. São dois discos que para mim que estão entre os melhores do Metal extremo brasileiro, são bandas que me influenciaram fortemente como Headbanger.

Bianca, gostaria de agradecer novamente o tempo concedido para falar conosco, desejar vida longa e sucesso a Underground Blasfemme e reservo este espaço para que deixe sua mensagem como quiser aos leitores do Microfonia! Valeu!


BIANCA: Eu que agraço muito por você me fazer o convite para participar dessa entrevista tão fantástica e me levar a conhecer o seu Blog. Espero que seja o começo de uma grande parceria! Obrigada mesmo por ceder esse espaço para divulgar a coletânea Mosh Like a Blasfemme e falar um pouco dos meus projetos. Grande Abraço!!
















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sábado, 19 de agosto de 2017

ENTREVISTA COM JULIANA MAROTTA DO PROGRAMA ÓDIO MORTAL

Hoje nosso papo é com a apresentadora do programa de rádio Ódio Mortal, DJ e integrante do Coletivo Refuse Resist, Juliana Marotta, falamos a respeito dos trampos desenrolados por ela e sobre a participação feminina na cena underground e as barreiras existentes nesse sentido, no mais confiram a entrevista que ficou daora e conheçam mais  sobre a Bajul!!!



Fala Juliana, obrigado por ceder um tempo para trocar uma ideia com a gente, primeiramente gostaria de falar sobre o programa em que você é locutora, o Ódio Mortal, como surgiu o mesmo e de que forma você se envolveu nesse trampo?

Eaeeee! Valeu vocês do Microfonia! O Programa na verdade já tem uns boooons anos. O Chiclé (Flavio Fernandes), que apresenta o programa junto comigo, tinha uma gravadora nos anos 80, fez uma coletânea punk chamada Ódio Mortal e nesta época chamaram ele pra fazer um programa em uma rádio FM e ficou com o mesmo nome. Anos depois ele criou a Antena Zero com a Tati (Tatiana Meyer, sua esposa) em 2013 e “reviveu” o programa.
 Eu entrei em 2014, conhecia o pessoal da loja The Records (Loja de discos do centro de SP),  tinham o programa “The Records Noise Show” que também rolava as quintas-feiras, a rádio tem um grupo no facebook, então a galera costumava ouvir os programas e faziam tipo de um Chat. Neste período, o programa era apresentado pelo Chiclé e o Ricardinho (Ricardo Perez), um dia em um dos posts, o Ricardinho me chamou pra participar do programa e no mesmo dia da gravação, o Chiclé já “me intimou” pra ficar haha

Para quem desconhece o que rola no Ódio Mortal, como você descreveria o conteúdo que vai ao ar?

Resumindo: punk/hardcore com piadas sem graça hahaha. A gente brinca que é o programa mais esculhambado da Antena Zero, mas levamos a sério sim! haha O Ódio Mortal é um programa semanal, rola toda quinta-feira as 21h. Os setlists hoje em dia é bem variado!  Rola sons desde Powerviolence ao punk “mais calmo”. Tento sempre colocar bandas diferentes pra galera conhecer.

Hoje existe uma nova relação das pessoas com a música, as formas de ouvir e interagir se modificaram, com o streaming e as rádios on line, por exemplo, todos podem produzir e consumir conteúdo, você acha que isso auxilia ou atrapalha no underground, uma vez que existem centenas de pessoas jogando material na rede o tempo todo?

Hoje em dia ajuda bastante em divulgação e tal... Conhecer bandas, eventos e pessoas, coisas novas em geral... E ao mesmo tempo atrapalha se não tiver uma certa “conscientização” de apoio, por exemplo com bandas, lançam as paradas, mas a galera não compra um material físico, por ter na internet sem custo... A banda tem que pagar ensaio, pagar gravação, pagar os corres de arte pra aquilo tá no ar, acho superválido ter o material físico!

Como funciona o trampo de produção da programação do Ódio Mortal, quem mais trabalha com você nessa empreitada?

Sempre conversamos para decidir o Setlist, temos algumas vinhetas de temas que sempre tocávamos como Skate Punk, UK82, Straight Edge, Bagaceira (Powerviolence, fastcore e afins), Clássicos do Punk Rock (Punk Gringo) e Crássicos do Punk Rock (Punk Nacional). Ultimamente eu que tenho feito os sets e não tem algo em especifico. As vezes uso uma palavra chave pra fazer os blocos de músicas, procuro bandas diferentes para galera conhecer (e até eu acabo conhecendo mais nesta procura haha)
De início, o Chiclé apresentava sozinho, entrou o Ricardinho para ajuda-lo e eu logo uns meses depois. Após 1 ano mais ou menos que comecei o Ricardinho saiu e atualmente sou eu e o Chiclé que apresentamos e de vez em quando alguns amigos gravam com a gente também



Além do site, tem outros canais onde rola de conferir os programas inéditos e os anteriores?

Para escutar o programa, em tempo real é pelo site da rádio www.antenazero.com ou pode baixar o aplicativo TUNEIN e procurar pela rádio Antena Zero.
Os programas mais antigos (2016 para trás) estão pendentes para upload no nosso canal.  Este ano estamos atualizando Mixclound,  podem conferir aqui: https://www.mixcloud.com/programaodiomortal/
Na nossa página do facebook ( Programa Ódio Mortal ), tem um álbum de fotos com cada flyer e na legenda o link referente ao programa da foto. OS Setlists vocês podem conferir tanto no mixclound ou na nossa página. Usamos também um perfil no Instagram ( @programaodiomortal ) Onde colocamos os flyers da semana e algumas fotos ou “stories” da gravação do programa e divulgação de eventos envolvidos.

Como locutora de um programa de rádio, você deve ter contato com bastante material legal, que bandas que você conheceu nos últimos tempos que você diria que merecem ser ouvidas com mais atenção?

Aí você me complica! Hahaha É difícil mencionar algumas, porque sinceramente mesmo, quase todas bandas que recebemos no programa, que mandaram som para nós tocarmos, foram boas! E tem também o gosto musical pessoal, gosto das hardcore tipo oldschool, posso citar o Vingança 83, acho uma ótima banda com conteúdo político e sonoro! 1984 me agradou bastante também. Com um punk mais “pogante” (77) o Constraste, punk mais rápido o Bandido da Luz Vermelha. Manger Cadavre?  e Nuclëar Fröst além do som, as minas tem presença de palco no vocal bem legais! Static Control (Nardcore) que tem integrantes que já tiveram várias bandas legais... Mais pro metal o Cranial Crusher e Imminent Attack... Por fim, pra não estender mais haha sem puxa-saquismo nenhum, curti conhecer o Alto Nível de Insanidade, AxCxBx e o Mollotov Attack são as bandas do coletivos, porém eu conheci a pouco tempo também!

Você já integrou ou integra alguma banda atualmente?

Em 2008 eu participei do “No Estoy Convencido!” haha durou uns 4 meses e 1 show no Espaço Impróprio (RIP), aniversário de um amigo nosso o PUCCI FEST haha (mas gente é PUCCI mesmo, pq era o sobrenome dele, Renato Pucci! Haha) banda de hardcore com músicas próprias e tocávamos (tentávamos né!?) cover de Limp Wrist (Fake Fags) e Los Crudos (Las Madres), aliás, o nome da banda é referente a uma música do Los Crudos. Acabou por alguns dos integrantes se afastar dos roles de show e tal. Tem alguns vídeos no youtube, foram os únicos registros (Valeu Mauá Bucvideos!), tenho vergonha desses vídeos, pq tava morrendo de vergonha no dia.  Era/Sou muito tímida, não sei como encararia hoje. Além desse projeto, só estraguei música/show dos amigos hahaha

Como mulher, como você enxerga a participação feminina no underground atualmente? E o que você diria para incentivar outras minas a meter a cara seja tocando, produzindo, ou organizando eventos?

Cada dia tenho visto melhorar essas paradas, muito mais as minas na frente! Posso citar aqui alguns eventos  como o Maria Bonita Fest que já está na sua 5ª Edição, o HI HAT Girls Magazine que dão oficina de bateria em SP/RJ até para crianças e tudo voltado a mulheres, as minas do RAP , pelo mínimo que conheço tem feito as próprias batalhas... Entre outros fests produzindo por ELAS, não digo só mulheres cis, está surgindo aí mais fests com a visibilidade lésbica e trans! Apesar de todo role, todo lugar ter alguma pilantragem, as minas que querem realmente produzir, não deixem de correr atrás, procurar alguma oficina gratuita (pq grana eu sei que é bem difícil ter de boas haha), que não se desmotivem por críticas! Sempre terá!  Procura de repente as minas que já manjam dos eventos, a maioria sempre tá disposta a uma boa conversa e somar, não esperem tudo na mão, façam o corre de tudo que quiserem produzir por mais “difícil” (grana, tempo, conhecimento...) que seja.
Éééé... as minas tão se organizando cada vez mais, tomando espaços e cargos, bem legal de se ver!

Obviamente temos muito o que evoluir no que diz respeito a machismo e todo tipo de preconceito dentro da cena, isso existe e não há como negar, você já passou por alguma situação dessa natureza, no trabalho ou no rolê?

Quem nunca? Essa pergunta seria mais difícil você achar alguém que NUNCA tenha passado algo. Homens nunca entenderão, por mais que digam “ nossa que chato acontecer isso... nossa deve ser ruim a situação né, IMAGINO...”. Mas nunca vão entender e realmente imaginar, o que é atravessar a rua pra não passar na frente de um local cheio de homens, de poder estar até de tênis velho, moletom largo e calça larga, passar por um homem alheio e ouvir grosserias, desrespeito com você que só ta caminhando e sentir aquele medo e a raiva de querer revidar .... Querer ver satanás, mil demônios e a mina do exorcista na sua frente, mas não querer ver algum único homem de noite em rua pouco movimentada e/ou escura.  No meu trabalho aconteceram situações sim, mas não comigo. A última delas foi fora, um grupo de 5 meninas foram ao restaurante onde sempre almoçam após o horário e caras da mesa ao lado, ficaram fazendo gestos obscenos. Fora o que já ouvi falar de algumas colegas sobre outros empregos.... No underground passei sim, até hoje as vezes acontece, não é um lugar seguro como a gente sonha com os discursos libertários rs. Tem shows que você tá ali, parada, nem próximo a roda e nem nada, só de boas e aparece uns desgraçados apertando a cintura e tal. Ambiente escuro, muvuca, como saber quem foi? Vejo as minas que tocam, sempre falaram que são questionadas quanto ao que tocam e quanto aos aparelhos que usam, se sabem usar né.... Toda mina tem uma história pra contar, infelizmente. Além de situações únicas com você, tem aquela velha história que até hoje se repete. Se você namora alguém do role, você é simplesmente a NAMORADA DO FULANO, não você. Se querem te chamar pra algo, falam com ELE e não você.... Devem desculpas pra você? Falam pra ELE e não pra você. Se você apoia seu companheiro de alguma forma no que ele faz, o agradecimento vai pra ELE e você fica de bônus. Evento? Ah se seu companheiro não pode ir por algum motivo X, nem te chamam e etc... 

Que iniciativas no sentido de valorizar a participação das minas no underground, você destacaria hoje?

Com a resposta da pergunta acima, comecem não fazendo isso por favor haha Colem nos shows, vejam o material, não só de bandas, mas das minas que produzem algo. Ta fazendo um evento? (É uma merda porque soa como “cota de mina”) Mas chama elas também, faz um evento equilibrado...Não corta as falas delas rs E quanto as minas que já se organizam, que produzem... Lembre-se das minas MÃES por exemplo, que não podem colar por conta de filhos pequeno e etc. Eu não sou mãe e não tenho propriedade de falar disso, mas é algo a acrescentar sempre nos roles.

Você faz parte do coletivo Refuse/Resist, poderia nos falar um pouco a respeito do coletivo, que tipo de trampo realizam e quais os objetivos do mesmo?

O Coletivo Refuse/Resist surgiu em 2015, foi formada por 3 bandas do ABC Paulista, o Mollotov Attack, AxCxBx e o Alto Nível de Insanidade. Surgiu a ideia de fazer um fest para tocarem (onde surgiu o local que fizemos quase todos os shows também, Bar do Pixoca), o evento foi bom, o local foi bom e assim continuaram com os eventos. Eu participo há um ano mais ou menos, conheci o Marco Del Giorno (Baterista do AxCxBx e Alto Nível) meu companheiro, e o primeiro fest que vi foi em Abril/16, desde então sempre ajudava no que precisasse nos eventos e foi evoluindo. Não sei qual show exatamente eu comecei a fazer parte (oficialmente), mas quase sempre estive presente, principalmente do final do ano passado pra cá.  Eventos são abertos e é feito o “chapéu”. Passamos um chapéu e a galera contribui com o que tiver vontade. . A intenção é fazer virar os shows undergrounds mesmo, não tiramos nenhum dinheiro com isso e se tiver é totalmente revertido a melhoria dos equipamentos e a próximos fests (pois as vezes, acabamos tirando do nosso bolso pra fazer, fora nosso equipamento, as vezes de trampo que é utilizado e tal). Este semestre estamos um pouco parados, terá um evento grande em outro local, o Festival da Rua pra Rua onde nosso coletivo ajudará em uma das tendas do evento.
Deixo aqui um mini-doc que produzimos, o Tinguá Thrash em Set/16, de um dos fests.
E o canal do Youtube ( Coletivo Refuse/Resist ), onde podem conferir algumas das bandas que rolaram.



Para não perdermos nosso velho costume de plagiar a Roadie Crew, você poderia eleger os cinco melhores discos já lançados na sua opinião?

Essa pergunta é muito difícil hahahaha Sempre temos aquele 5+ a cada tempo... Tô pensando aqui... A gente sempre acaba esquecendo de algo né?! Mesmo não sendo “menos importante”.
Logo de cara já posso citar a Coletânea Welcome To Venice sem pensar! Tem 4 bandas maravilhosas do Crossover + o Los Cycos que foi um projeto pra esse disco. Inclusive, é o disco que mais amo da minha coleção hahaha
Vou citar também a demo do Shit With Corn Flakes, banda que fez minha adolescência (e posição política também) junto com Nerds Attack!, Nossa Vingança, Isabella Superstar entre outras da época, dos roles de amigos...
Uma outra demo/banda que me influenciou muito, ao curtir o Thrash/Crossover foi o Semen Churches do Possuído pelo Cão! Uma das bandas que não paro de escutar, tive oportunidade de conhece-los, fazer um show deles no Cidadão do Mundo em 2012 junto com uma galera e tal...
Gosto muito do som crossover, não sei qual seria realmente minha banda preferida, como já praticamente citei o Excel na coletânea, vou de Experiment In Fear do Evol!
O som Skate também, gosto demais! Pra fechar vou com o The Faction, banda que gosto muito! O Album No Hidden Messages!
Poxa, teria que ser tipo um +100 agora hahaha veio tantos em mente! Bandanos, Pennywise, Social Distortion, Chuck Norris (Brasil), Violator...

Finalizando, agradecemos novamente pela atenção e reservamos este espaço para que mande seu salve como desejar.

Agradeço novamente o convite para esta entrevista, primeira vez que escrevo para um blog também hahaha...Gostei bastante de ter feito, dos assuntos abordados, foi bem importante dizer. Valew todo mundo que chegou até aqui o final, baita textão nas respostas! Esperam que tirem proveito das ideias, repensem em alguns atos com as minas, conheçam bandas novas, etc...
Colem nos roles do Refuse/Resist, no Festival da Rua pra Rua, ouçam o Ódio Mortal, hahaha (momento jabázão total)
Valew demais! :D




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