Madrugada de sexta pra sábado e eu aqui na pilha pra colocar esse trampo no ar, nesse final de semana o Surra estará se apresentando aqui em Maringá-PR e antes de rolar essa gig daora, que ainda vai contar com as bandas Refutare e Sinistro de Arapongas-PR, falamos com o Guilherme e o Victor, baixista e baterista da banda respectivamente, e o resultados vocês conferem a seguir, e pra você que é da região cole pra conferir uma das bandas mais fodas que ouvi nesses últimos tempos!
Fala galera, obrigado
por falar conosco, primeiramente gostaria de comentar o hilário (com direito a
premiação no Golden Shit Awards rs) clipe que vocês fizeram pra faixa título de
seu último disco, “Tamo na merda”, como foi que rolou a produção dessa pérola?
Guilherme: Como é muito comum acontecer o lançamento do Tamo
Na Merda (disco) demorou mais do que imaginávamos para sair. Pegamos os CDs
quase as vésperas da nossa tour pra Europa, sendo que o planejamento inicial
era para ele ficar pronto no primeiro trimestre de 2016. Chegando da Europa
ainda fizemos mais alguns shows aqui pelo Brasil, ou seja, ficou muito
complicado trabalharmos um videoclipe mega produzido nessas condições.
Foi nessa ideia que nos reunimos e demos a ideia para o Leeo para fazermos um clipe mais simples, um lance mais DIY mesmo, de uma música mais rápida.
Buscamos referências de coisas toscas e cômicas que adoramos, tipo Pepa Films e Hermes e Renato, e o Leeo criou um roteiro pra música Tamo Na Merda. Com a agenda de shows estava muito complicado viabilizar a execução dessa ideia de mal gosto então foi quando o Fabio Prandini (Paura, Samsara Discos) nos deu uma força e fez a ponte com a produção do canal do Meninos da Podreira. As ideias bateram completamente e em menos de 4h captamos todas as imagens e tivemos um dia muito divertido. O resultado foi essa película ridícula que rola na interwebs junto com entrevistas para o canal do MDP e até uma premiação.
Foi nessa ideia que nos reunimos e demos a ideia para o Leeo para fazermos um clipe mais simples, um lance mais DIY mesmo, de uma música mais rápida.
Buscamos referências de coisas toscas e cômicas que adoramos, tipo Pepa Films e Hermes e Renato, e o Leeo criou um roteiro pra música Tamo Na Merda. Com a agenda de shows estava muito complicado viabilizar a execução dessa ideia de mal gosto então foi quando o Fabio Prandini (Paura, Samsara Discos) nos deu uma força e fez a ponte com a produção do canal do Meninos da Podreira. As ideias bateram completamente e em menos de 4h captamos todas as imagens e tivemos um dia muito divertido. O resultado foi essa película ridícula que rola na interwebs junto com entrevistas para o canal do MDP e até uma premiação.
Ano passado vocês
fizeram sua estreia em solo europeu, como foi a experiência por lá? Qual o
saldo dessa tour pra vocês?
Guilherme: Foi uma experiência muito foda tanto pra banda
quanto pras nossas vidas. Passar os perrengues da “tour life”, tocar direto,
conhecer MUITA gente de diferentes locais do planeta evoluiu muito a nossa
banda em todos os aspectos. Pra nós o saldo foi muito positivo e superou nossas
expectativas. As bandas brasileiras tem uma fama muito boa dentro da Europa e
bastante gente curte o jeito tupiniquim de fazer uma desgraceira.
Foi divulgada
recentemente a capa de um Split que vocês vão lançar junto com o MooM, como
rolou a parceria com os caras e o que você pode nos falar dessas três faixas
inéditas que farão parte do Split?
Guilherme: Conhecemos os caras do MooM de Israel em Vienna,
na Áustria. Chegamos com certa antecedência para o show e eles estavam
hospedados no mesmo local que nós. Demos vários roles pela cidade e trocamos
muitas ideias antes do nosso show... rolou aquela parada de melhores amigos
instantaneamente. Depois de ver o show dos caras tivemos mais certeza ainda que
precisávamos fazer um lançamento juntos. Daí surgiu a ideia do Split que
estamos trabalhando durante esse ano.
O Surra curte
lançamentos no formato de vinil, quais as vantagens que vocês veem nesse
formato e por uma questão de gosto pessoal mesmo, qual formato vocês preferem
entre CD e vinil?
Guilherme: Vemos hoje no vinil um material bem bacana e que
é muito valorizado pela galera que ainda curte consumir música em mídias
físicas. Além do som ser excelente todo o trabalho da arte e o ritual de
colocar uma bolacha pra rodar fazem parte de um jeito muito único de curtir o
som. O CD por mais que não tenha toda essa parada, a arte ser mais reduzida e
tal, hoje já se tornou um material voltado pra pessoas que curtem “colecionar”
música também. Ou seja, por mais que o grande público consuma muita música por
meios digitais nós fazemos questão de lançar materiais físicos para
materializar os nossos projetos pois acreditamos muito nessa conexão que o
material físico tenha com os sons.
A banda segue com a
produtividade em alta desde o seu surgimento, a que se deve esse ritmo de
produção, que pra nós é ótimo, pois sempre é bom ouvir um novo som da banda?
Guilherme: Em termos musicais se deve principalmente a
nossas diversas influências e “piras” de cada hora estar curtindo um tipo de
som, trazendo uma ideia ou uma influência nova. Quanto as letras toda a
situação política no Brasil e mundial nos faz ter cada vez mais assuntos pra
abordar. O mais bacana que no Surra nós 3 trazemos ideias de letras, de riffs e
com a quantidade de merda que temos na cabeça ela se torna sempre um terreno
fértil.
Uma parada que não
poderia deixar de comentar é sobre o DVD “A porra pegou – Ao vivo em Belém”,
apresentação e público insanos no registro, gostaria aí que você relatasse como
se deu a produção desse projeto?
Guilherme: A produção foi toda feita de maneira DIY e
coordenada por nossos amigos de Belém. Toda equipe de câmeras foi voluntária,
backline emprestado, dentre outras coisas. Tudo isso foi muito importante para
viabilizar a execução do projeto. Depois finalizamos com 2 parceiros nossos de
Santos. Toda edição de vídeo foi feita pelo Gabriel Imakawa e a mixagem e
masterização do áudio pelo Ivan Pellicciotti, que foi responsável pela maioria
das nossas gravações. Ainda hoje esse é um dos nossos “cartões de visita”, pois
é um registro muito verdadeiro do que somos como banda e do que é um show do
Surra.
O “Tamo na merda” é o
primeiro full álbum do Surra, até então vocês vinham lançando EPs, vai rolar
mais um disco cheio num futuro próximo?
Guilherme: Com certeza, como falamos anteriormente nosso
terreno de ideias está bem adubado de merda e estamos sempre compondo coisas
novas nos intervalos das nossas agendas. Estamos em fase de planejamento desse
segundo álbum full, pois é algo que demanda muito tempo, dinheiro e dedicação.
Talvez antes disso ainda trabalhemos alguns EPs/Splits por serem formatos de
lançamentos mais viáveis pra realidade da banda.
Está rolando aí a
pleno vapor, a tour “South of Braza”, com várias datas no sul do país, como tem
sido a tour até aqui e quais as expectativas para as próximas apresentações?
Guilherme: A tour tem superado todas as expectativas. A
região Sul do país tinha sido a que menos tínhamos tocado desde o início da
banda. Pra ser bem sincero achamos que a nossa pegada de som não era muito a
cara da região e que a tendência era realmente não termos muitas oportunidades
pelo Sul. Temos certeza que os próximos shows no Paraná e o fechamento em Porto
Alegre serão ótimos shows! Toda essa energia da galera tem compensado as
diversas horas com o cú sentado nos ônibus da vida.
Vimos que em outubro
vocês partem para datas no nordeste, trocamos uma ideia com o Caio da Desalmado
recentemente e parece que vai ser um giro em parceria das bandas?
Guilherme: Sim! Temos com o Desalmado hoje uma amizade muito
foda e no início do ano fizemos uma reunião e falamos: “Temos que fazer alguma
coisa juntos”. Disso surgiram diversas ideias que vão rolar esse ano e essa foi
uma das principais. Tirando em Teresina o Surra nunca tocou no Nordeste e o
Desalmado também não. Decidimos unir forças e fazer uma tour conjunta entre as
2 bandas. Outras paradas Surra e Desalmado vão rolar também ainda esse ano que
vamos divulgar em breve.
A banda foi
confirmada como umas das atrações do tradicional festival Roça N’ Roll, onde
vão dividir o palco com várias bandas nacionais e internacionais de peso, como
rolou o convite e o que vocês acharam do line up deste ano?
Guilherme: Tocar no Roça ‘n’ Roll é realmente uma realização
pra gente. Eu (Guilherme) particularmente sempre acompanhei o festival (até
porque sou fã do Tuatha de Dannann) e estar vigorando entre uma das atrações é
uma das principais realizações da banda pra esse ano. Quem nos ajudou com a
divulgação do nosso material para a organização foi o Rafael da Restless
Booking, que auxiliou a preparar os releases e outras paradas que a organização
do fest pede. Quanto ao line up estamos tão animados para ver os outros shows
quanto pra tocar.
As letras do Surra
são de cunho social e político, a banda tem um posicionamento claro, como vocês
tem visto essa galera do underground que diz curtir apenas o som das bandas que
tem esse tipo de ideologia pra dar aval pra suas posturas conservadoras e até
fascistas em alguns casos?
Victor: Essa galera que tá no underground ‘só pelo som’ e
ainda tem essa mentalidade, não deveria nem estar no underground. A própria
lógica da cena de música independente é de que isso é mais do que música, ainda
mais no hardcore, grind, metal, etc... Acho que essa galera tem que refletir
bem o que quer da vida e pensar direito na cultura que ela consome. Algumas
bandas por aí não se importam com mensagem nenhuma, só querem se aparecer ou
falar de algo que não é sincero, ou falar sobre comportamentos e questões das
quais não entende absolutamente nada... É complicado. Acho que falta mais
honestidade e uma atenção maior com o que é falado.
Agora as perguntas de praxe, que bandas da cena atual vocês destacariam, que merecem ser ouvidas por
quem tá afim de conhecer um som novo?
Victor: Das bandas que estão na correria também acho que
vale apena ouvir Desalmado, Institution, Cursed Slaughter, Paura, Cemitério,
Chuva Negra, Anti-Corpos, Depois da Tempestade... São todas bandas que sabemos
da batalha e respeitamos, não só pela música como pelas pessoas envolvidas.
Quais discos você considera
indispensáveis na sua coleção ou na de qualquer pessoa que curta um som?
Victor: Difícil falar, mas acho que esse é o meu top 5 discos
essenciais:
Black
Sabbath – Paranoid
The Smiths
– The Queen is Dead
Nirvana –
Nevermind
Wu-Tang
Clan – Enter the Wu-Tang (36 Chambers)
Metallica –
Master of Puppets
Pra finalizar,
aproveitando que dia 30/04 vocês passarão aqui por Maringá-PR, reservo esse
espaço pra que mande um salve pra galera que vai colar lá no Tribos Bar pra
prestigiar a banda e pra suas considerações finais também, obrigado e nos vemos
no rolê! Valeu!
Victor: Muito obrigado pelo espaço e pelo apoio! Obrigado a
toda a galera que acredita nas nossas ideias e no nosso som. Dia 30/4 estaremos
fazendo um barulho massa por aí!
Contato SURRA:
surrahardcore@gmail.com
Ouça o som dos caras em: