quinta-feira, 25 de maio de 2017

ENTREVISTA NADA EM VÃO

Posso dizer que me considero amigo dos caras do Nada em Vão, desde o ínicio da banda me vejo envolvido com os lançamentos da banda de alguma forma e até mesmo antes da formação da banda com a entrevista que realizei com a antiga banda do Pirata, o Mais Que Palavras, que me levou a descobrir o Nada em Vão e também entrevistá-los pro outro blog com o qual colaborava, surgido em 2015 e com dois Eps muito legais lançados, os caras desenvolvem um punk rock cheio de energia e melodia, e transmitem uma energia muito boa, além da mensagem carregada de positividade, particularmente sou fã desse trabalhos, ouço muito pois me coloca numa vibe muito boa e recomendo que vocês conheçam o som desses quatro rapazes de Brasilia, confiram a entrevista a seguir e saibam um pouco mais sobre eles!




Fala galera, obrigado por falar conosco, legal poder acompanhar essa continuidade do trabalho do Nada em vão, vamos começar fazendo um raio x de seu mais recente lançamento, o EP “Sempre em frente”, quais as impressões da banda sobre esse novo trabalho? O que vocês acham que mudou desde a estreia da banda até aqui em termos de sonoridade?

Nada Em Vão: Primeiramente, #FORATEMER. Para a gente, este segundo EP é mais coeso porque o Lucas (vocalista) tinha entrado na banda um pouco antes da gravação do primeiro EP ou seja, as músicas já estavam praticamente prontas. Claro que ele deu as contribuições, mas é diferente de participar desde o princípio, saca? No “Sempre Em Frente” todos participaram do processo de composição e isto fez a gente alcançar este resultado. E o que mudou um pouco foi a velocidade, hoje em dia tocamos bem mais rápido as músicas do EP homônimo.

Pra esse EP, vocês fizeram um clipe pra faixa “Perdidos e confusos”, como foi o processo de gravação desse clipe, quem foram os responsáveis pela produção do mesmo, e qual a razão dessa faixa ser a escolhida para o clipe?

Nada Em Vão: O clipe de “Perdidos e Confusos” foi produzido pelos nossos amigos da Produtora Candela. A gente já conhecia o Rafael Homero, da equipe da Candela, porque ele havia feito o clipe de nossos amigos do My Last Bike e o resultado nos agradou.

Escolhemos esta música principalmente por causa da mensagem forte que ela passa. Existe um discurso de ódio muito presente, tanto na internet quanto no dia a dia. Então quisemos mostrar que é possível pensar diferente, é possível agir diferente sendo mais humano e tendo mais empatia. E o pessoal da Candela conseguiu captar exatamente isto com o clipe, pois o roteiro foi todo deles.

Vocês vão dividir o palco com o Chuva Negra em alguns dias, no evento Atos de rebeldia 1, qual a proposta desse evento, e como se dá a organização dos eventos underground em Brasília?

Nada Em Vão: A gente organiza shows há muitos anos em Brasília. Já participamos de diversas produtoras e coletivos, e resolvemos neste ano dar início a este projeto após o fim das Matinês Hardcore. O pessoal que ajudava na matinê continua ao nosso lado, mas chegou o momento de mudar de nome, até porque a proposta é um pouco diferente. Infelizmente não conseguimos mais oferecer o jantar gratuito, mas agora teremos um debate em todos os eventos. Nesta edição, teremos um bate papo sobre racismo, pois precisamos repensar a presença negra no hardcore. Precisamos pensar por que existem poucas bandas com integrantes negros, precisamos pensar no porquê disto. Ah, a ideia do nome surgiu de uma música nossa, a Transformar, pois a liberdade hoje em dia é um ato de rebeldia.



Aproveitando o gancho, além do Brazlandia Underground, há outros coletivos atuantes no underground de sua região que você destacaria?
Nada Em Vão: Sempre escutamos por aí que a cena do DF está fraca, mas vejo vários shows acontecendo por aqui, não estamos parados. O pessoal do Brazlândia Underground é um bom exemplo, atualmente Brazlândia é o melhor lugar do DF para se tocar. Casa cheia, rango vegan e boa infraestrutura. Além deles, existem também várias pessoas bastante atuantes aqui no DF, temos o Fellipe CDC, do Terror Revolucionário, que organiza o HeadBangers Attack Festival há muitos anos. Tivemos esses dias o Bruxaria, que foi um evento produzido somente por mulheres e isto é muito importante porque estamos em 2017 e praticamente nada mudou, continuamos com os mesmos erros. Temos ainda o pessoal do Maltrapilhos, com a MTP Produções, que trouxeram recentemente o Flicts para o DF. Enfim, temos muita gente disposta a contribuir com a cena punk e hardcore do DF e nós estamos neste meio, ajudando sempre que for possível.

Uma marca registrada do Nada em vão que se percebe de cara é o som direto mas com bastante melodia e sempre mensagens legais abordadas nas letras, que bandas vocês consideram como referência pro som que vocês desenvolvem?
Nada Em Vão: Individualmente, várias bandas nos influenciam, mas para montar o Nada Em Vão, pensamos em bandas como Bouncing Souls, Social Distortion, Face to Face, Iron Chic, Red City Radio, Banner Pilot, RVIVR, Hot Water Music e Millencolin. 



Novamente vocês gravaram no 1234 Recording Studio, e dá pra sacar tudo na medida na parte de produção do EP, pelo visto vocês se sentem em casa lá, além da banda certamente estar mais entrosada, foi mais fácil o processo nessa segunda empreitada? Algo mudou no processo de composição para o “Sempre em frente”?
Nada Em Vão: O 1234 Recording Studio é a segunda casa de todos nós. O estúdio é do Pedroca, lá ficamos à vontade para produzir e gravar. Tanto que já fizemos duas sessões ao vivo lá, a primeira da música Equivocado há uns anos e outra este ano, com “O Tempo”, que já foi publicada, e “Respostas”, que será divulgada em breve.

A principal diferença entre os dois EPs foi a produção do Álvaro Dutra no Sempre Em Frente. O Álvaro é nosso amigo há anos, já tocamos e produzimos shows juntos. Não poderíamos ter feito uma escolha melhor. O Álvaro se transformou em integrante por uns meses, viveu toda nossa rotina como banda e trabalhou como nunca para alcançarmos o resultado. Foi a gravação que nos deixou mais feliz.

Vivemos uns tempos um tanto difíceis no país, onde a argumentação foi deixada de lado e vemos uma onda de ódio sendo destilada, apesar dos pesares as temáticas das letras no EP se mantém otimistas e positivas, como vocês se sentem vivendo aí no olho do furacão de toda ebulição política que vivemos?

Nada Em Vão: É importante deixar claro que somos totalmente contra este governo golpista que está atualmente no poder. Brasília é uma cidade maravilhosa para viver, mas ao mesmo tempo é triste estar perto de toda esta sujeira que acontece nos Três Poderes da República e também no governo local. Não dá para ser apolítico com toda esta situação e todas estas reformas sendo realizadas sem o menor debate com a população. Se elas passarem, somente os mais pobres serão prejudicados e isto não podemos aceitar. Portanto, as mensagens positivas não querem dizer que somos cegos em relação a tudo que está acontecendo ao nosso redor. É apenas uma forma que encontramos de mostrar que podemos ser melhores pessoas. É a forma que encontramos para tentar mudar o mundo.



O Nada em vão já dividiu o palco com muitas bandas legais desde o início de sua trajetória, e a cena do centro-oeste é bem ativa e produtiva, que bandas desse cenário vocês destacariam no momento?

Nada Em Vão: Ah, temos diversas bandas fodassas aqui no DF. Passamos por uma fase boa, com o What I Want, Deceivers, Toro, Doze Volts, Maltrapilhos, Agressivo Pau Pôdi, Terror Revolucionário, Violator, My Last Bike, Ingrena, Gran Turismo, Paradisi, Crushed Bones Estamira e em breve teremos o lançamento do Braz Attack. Isso sem falar no clássico DFC, lógico.

A arte de “Sempre em Frente” foi desenvolvida pelo Shamil Carlos do Horace Green, como surgiu o nome dele pra fazer o trampo?

Nada Em Vão: O Shamil é nosso amigo há anos, desde uma minitour que ele fez por aqui com o Don Vito e Seus Foguetes. Com o Horace Green, ele já veio três vezes e já levou também o Mais Que Palavras, antiga banda do Pirata, para São Paulo. Sempre tivemos está forte ligação, pois ele canta em “Ainda é possível”, do primeiro EP. E estávamos conversando com ele durante o processo de produção do Sempre em Frente e ele se ofereceu para fazer. A gente ficou super feliz e topou na hora. Nada melhor que contar com as amigas e amigos ajudando, né? Nada mais hardcore.

Vocês pretendem manter seus lançamentos no formato de Eps? Ou pode pintar um full por aí?

Nada Em Vão: Ouvir dizer que ano que vem tem um full, hein? Após dois EPs, acho que este é o caminho. Aguardem, vamos trabalhar muito para realizar este sonho em 2018.

Falando nisso, quais são os planos para o segundo semestre? Vocês já possuem novos sons compostos?

Nada Em Vão: Estamos com uma música nova e algumas ideias. Vamos trabalhar com mais calma, nosso plano é gravar somente no próximo ano, então temos tempo para nos dedicar a vídeos ao vivo e clipes que pretendemos lançar ainda este ano.

Se tudo sair como o planejado, até o fim do ano soltamos um single, mas você sabe como funciona o mundo independente, né? É devagar, mas pode ter certeza que vamos fazer.

Vamos mandar aquele Top 5 agora, conseguiriam listar cinco discos essenciais e obrigatórios pra vocês?

Pirata: Só cinco? Se fossem dez já seria difícil. Acho que cada um vai citar o seu... Eu fico com “NOFX – so long and thanks for all the shoes”; “Bad Religion – Suffer”; “Bad Brains – Brains”; “Ramones – Ramones” e “Descendents – Everything Sucks”. Faltou um Hot Water, mas o Pedroca vai citar, então tá bom... eheheheh E faltaram também várias bandas nacionais como Dead Fish, Ratos de Porão, Blind Pigs, Garage Fuzz, mas eram somente cinco discos, né? hehehehhehe

Delton: “Green Day – Dookie”; “Ramones – Rocket to Russia”; “Rancid – ...And Out Come The Wolves”; “Teenage Bottlerocket – They Came From The Shadows” e “Against Me! - Transgender Dysphoria Blues”, além de uma menção honrosa a todos os discos e ep´s do Pinhead Gunpowder hehehe

Lucas Cardoso: "Dead Fish - Zero e Um"; "Descendents - Cool to be you"; "The Flatliners - Dead Language"; "Sport - Colors"; "Red City Radio - Titles".

Pedro:"NOFX - So long and thanks for all the shoes e Punk In Drublic"; "Pennywise - Straigh Ahead"; "Misfits - K7 que meu amigo gravou..." heheheh; "Further Seems Forever - How to start a fire"; e "Hot Water Music - Caution"

Pra finalizar, gostaria de agradecer pela atenção e reservar o espaço pra que mande sua mensagem a todos que acompanham o Nada em vão e aos leitores do Microfonia! Valeu!
Nada Em Vão: Em primeiro lugar, gostaria de agradecer ao apoio do Microfonia. A gente sabe o quanto é difícil manter um veículo de comunicação alternativa no Brasil e sabemos que vocês só fazem isto porque gostam, porque amam o underground. A contribuição de vocês é imensa para manter a cena viva.

Em segundo lugar, gostaríamos de deixar aqui os nossos contatos e redes sociais. Se alguém se interessar pela gente, entre em contato. Tudo que nós fazemos é por amor ao hardcore/punk então nada melhor que fazer mais amigas e amigos nesta jornada.

Escute: www.nadaemvao.bandcamp.com

Assista: https://www.youtube.com/channel/UChmInea-WkUlnzdDyAF5QjQ

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Muito obrigado!!!










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