terça-feira, 31 de dezembro de 2019

ENTREVISTA TURBULENCE

Aos 45 do segundo tempo viemos pra entregar nosso último trampo de 2019, entrevista com nossos conterrâneos da Turbulence, prata da casa que apesar de seu pouco tempo de existência, na ativa desde 2016, já demonstra que tem tremendo potencial, é o que podemos conferir ao ouvir o EP "Madness", que traz cinco faixas de um metal/punk de respeito, bebendo nas melhores fontes do estilo e mostrando que tem muita personalidade ao compor, além de uma produção muito boa, enfim, confiram como foi nosso papo com o Barth, baixo e vocal da banda!!!




Fala galera, obrigado por falar com o Microfonia, a Turbulence tem uma história recente, iniciou as atividades em 2016, gostaria que nos contassem como se iniciou a trajetória da banda?

Barth: Valeu Microfonia, muito obrigado a oportunidade de falar um pouco sobre a Turbulence e o som que a gente faz. Então, sim, temos uma história recente, praticamente ainda estamos engatinhando em termos de gravações e material já registrados. A Turbulence surgiu da minha inquietude de fazer um som que fosse minimalista, direto, sem frescura, inspirado em coisas como Motorhead (claro), Discharge, Inepsy, Venon, Anti-Cimex, GBH, Toxic Holocaust, Gehennah entre outros. Quando eu me mudei pra Maringá-PR, quase 5 anos atrás, já cheguei com essa idéia e procurei o Maka (batera) que já era meu amigo e eu já sabia que era um baita batera. Começamos o projeto nós dois. Alguns meses depois conheci o Léo (ex-guitarra) que completou o time e começamos a trampar nos sons e riffs que eu já tinha.

A produção do “Madness EP” ficou foda, vi que foi gravado e mixado no Estúdio Vox em Maringá, quem ficou a cargo da produção desse trampo?
Barth: Murilo Cesar Gusso Lugnani é o nome do cara. Infelizmente o estúdio Vox não existe mais. O Murilo foi obrigado a sair do local aonde ele tinha o estúdio à 10 anos por que a rede Condor (malditos apoiadores do Bozo) compraram o prédio aonde ele tinha o estúdio e expulsaram ele de lá. O Murilo fez mágica com nosso som! Toda gravação foi feita de forma orgânica, os únicos efeitos que existem no registro são alguns ecos e delays nos vocais em partes muito pontuais dos sons. O instrumental inteiro saiu conforme foi gravado sem nenhum tratamento com simuladores nem nada, tudo cru. Procure pelas bandas Desgraceria (play Ódio), Ataque de Tubarão, Comsequência (com M mesmo), são outros registros que esse cara gravou e que mostram o talento que esse mano tem atrás de uma mesa de som.

O ano de 2019 foi bem produtivo para a banda, com várias apresentações e o lançamento do EP, quais rolês vão ficar marcados na memória e onde vocês tem vontade poder levar o som do Turbulence?
Barth: Na verdade o ano de 2019 foi um ano de reestruturação da banda. Tocamos pouco esse ano, passamos quase o ano todo ensaiando e pensando sons novos. Léo, nosso antigo guitarra, foi morar em Portugal e foi quando recrutamos o Rustuk (Distanásia) pra tocar com a gente. 2017/2018 havíamos tocado muito bem... Maringá (claro), Cascavel, Londrina, Curitiba, Arapongas e Rancharia (que foi inesquecível e aonde a gente meio que apareceu na cena em meio à galera que já tem uma caminhada no underground. Acho que o show de Rancharia foi especial pra gente, foi aonde demos as caras, mesmo sem material lançado). Em 2018 lançamos o EP e isso foi um passo legal. Agora a gente só quer saber de gravar mais coisa e tocar por ai... na real é o som que vai levar a gente. Da minha parte a única ambição é tocar e

lançar as nossas idéias. 




Vocês vão disponibilizar o material no formato físico? Como fazer pra adquirir merch da Turbulence? 

Barth: O Selo Digital Yourself, do nosso amigo André Lucas (Andros) lançou o nosso EP. Ele foi uma das pessoas que conhecemos em Rancharia. Com ele você consegue nosso EP em CD, que ficou lindão, e de muitas outras bandas do underground regional. A gente chegou a fazer uma edição independente em serigrafia do EP mas saíram apenas 30 cópias e já não existe mais.

Quem foi o responsável pela arte que ilustra a capa do EP? Ficou bem legal e achei que bate com a proposta sonora da banda, merece até uma peita hein!
Barth: Foi o Léo, nosso antigo guitarra. Na real a peita existe com uma arte parecida, feita pelo Léo também, mas também já esgotou.

Em Madness vocês apresentam cinco faixas que mostram todo o poderio de fogo da banda, porém depois de acabar de ouvir as faixas já pensei na mesma hora, quando haverá novos sons da Turbulence, porque realmente o som da banda tem muita personalidade, vocês possuem planos para fazer um full no futuro?

Barth: Não sei se faremos um Full logo, temos material pronto pra gravar, músicas que a gente já toca, mas conversando com a banda acho que nossa preferência seria lançar outro EP ou um Split. Gostaríamos de achar alguma banda que pareça com a gente pra lançar um Split de próximo lançamento, quem sabe uma banda de fora pra que nosso som pudesse ser ouvido em outro canto do mundo. Gosto destes formatos em parceria, acho que agrega muita coisa pras bandas. É a cara do underground...cooperação.

De cara na descrição da banda vocês já se definem como sendo um power trio que pratica metal/punk, então gostaria dissertassem um pouco pra nós sobre quem são as fontes de inspiração e influencia para a Turbulence.

Barth: Até já falei...Motorhead é a principal com certeza, primeiro por ter nascido como um Power trio, depois pela temática e potência do som. Sempre gostei de bandas viscerais e acho que essa é uma das essências do rock n’ roll. Outras influências são Discharge, Inepsy, Venon, Gehennah, Toxic Holocaust, Whipstriker, Ant-Cimex e uma banda paulista que eu particularmente gosto muito chamada Urutu, se você não conhece procure conhecer, eles são muito bons.

Quais os temas que procuram abordar em suas letras e de que forma funciona o processo de composição da Turbulence?

Barth: Bom, não gosto muito de me apegar a esse ou aquele tema, se eu sentir que tenho que escrever sobre algo eu faço, realmente, sem me apegar à estereótipos do metal ou desse ou daquele estilo. Acho isso de temáticas muito limitado. Veja as bandas que se denominam metal/punk por aqui, todas tem um apelo sombrio, falam de coisas tipo morte, batalhas, o mal, o sobrenatural, apocalipse pós-moderno...enfim, particularmente eu gosto de escrever sobre coisas que vão desde a tríade sexo, drogas e rock n’ roll, até questionamentos existenciais. Uma coisa que eu levo muito em consideração é escrever sobre coisas que eu vivi, que eu senti, que eu experimentei, ou que estou vivendo, sentindo, experimentando. Não vou escrever sobre a espada do Odin, não faz o menor sentido pra mim (kkk até rimou, podia usar isso em alguma letra). Acredito que quando o artista fala sobre coisas pessoais isso soa mais sincero, logo, alguém vai se identificar de uma maneira verdadeira. Quando eu escrevo “Sometimes I wake in a bad way, Feeling a blow to my head, This is the warning that all can happen, I telling you but you don’t understand” eu não to falando da boca pra fora, eu realmente tenho esses impulsos que por vezes são difíceis de controlar.
Sobre o processo de composição... normalmente a gente tem idéias de riffs ou melodias, registra em casa e da uma pré-lapidada nisso. Depois a gente mostra e se falta algo vamos somando as idéias. Temos músicas que foram parcerias com amigos também, letra de um e melodia nossa, melodia de outro e letra nossa... gosto dessas coisas misturadas e com somas de influências.

Pra não perdermos o costume de pedir listas aos nossos entrevistados, gostaria que vocês nos dissessem quais são em sua opinião os cinco melhores álbuns que já ouviram.

Barth: Bah, só 5 kkk difícil...

- Ramones – It’s Alive

- Inepsy – Rock N’ Roll Babylon

- Exodus – Bonded By Blood

- Discharge – Hear Nothing, See Nothing, Say Nothing

- Ratos de Porão – Ao Vivo


- Menção honrosa: Trio Parada Dura – Música doída da porra... 




Pra finalizar, deixo o espaço pra que mandem seu salve como bem entender, obrigado por falar com o Microfonia e sucesso pra Turbulence!
Barth: Antes de tudo muito obrigado pelo espaço e por curtir nosso som que é feito de forma humilde, simples mas muito verdadeira. Obrigado a todos os brothers que sempre nos apoiaram em especial ao Nick Edwards, ele sabe a importância dele, ao André da Digital Yourself, ao Joe e Raoni (Room Mate) da Ruído Records que fez todo o trampo de colocar nosso som no bandcamp e Spotify e a todos que de alguma maneira nos deram/dão suporte pra que a gente continue a tocar e a ter uma banda. Bozo é bandido e quem passa pano não é meu amigo. ANTIFA SEMPRE!



PACIFISTA ATÉ ENCONTRAR UM FASCISTA!!!!! 

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