segunda-feira, 21 de maio de 2018

ENTREVISTA TRAGEDY GARDEN

Depois de um período de inatividade, o Tragedy Garden ressurge, e é uma imensa satisfação falar com esses caras, parceiros de longa data, e que pude acompanhar de perto a evolução da banda e construção de várias composições que integram os três EPs lançados por eles até aqui, com sua sonoridade densa e sombria eles conquistaram notoriedade no underground e fico feliz por retornarem com novos projetos e ideias e mantendo vivo o jardim da tragédia! Falamos com o núcleo original da banda que está de volta agora e eles nos contaram um pouco do que vem por aí, confiram!




Depois de um longo tempo entre mudanças de formação e hiatos, o Tragedy Garden retorna agora com seu núcleo criativo original. Quais os fatores que os levaram à esse retorno e o que vocês têm em mente para essa nova fase da banda?

Marcio Valério:
O retorno do Tragedy Garden foi algo que sempre acreditei, pois ralamos pra caralho e não seria justo que as coisas terminassem com tantas idéias à serem colocadas em prática.

Vitor Carnelossi: O Tragedy Garden tinha uma obra inacabada, acredito assim como eu, o Marcio e o Marcão tem algo totalmente pessoal com a banda.

Marcão: Todos na banda sabíamos que o retorno aconteceria, apenas não tínhamos por razões diversas o momento exato. Como o Vitor disse, algo inacabado esperava por nós.



Como tem rolado a química entre a banda durante os ensaios após a decisão desse retorno?

Marcio Valério: Além de parceiros somos grandes amigos, e isso facilita muito as coisas. Estamos muito felizes e satisfeitos com os rumos que as coisas estão tomando. Sentimos a força de como se estivéssemos começando agora.

Vitor Carnelossi: É impossível não ficar nostálgico com os ensaios. No Tragedy Garden sempre fui valorizado e tive grandes momentos no passado. Acredito que em breve possamos estar entrosados o suficiente para um show simbólico e ritualístico.

Marcão Azevedo: Logo no primeiro ensaio toda a atmosfera se fez presente. Trágica e agradável surpresa.


Tirando as composições presente em seus três EPs lançados até hoje, existe algum material que ficou de fora e vocês pretendem trabalhar e utilizar em um futuro material?

Marcão Azevedo: Sim. Temos um material inédito pronto sendo revisado , intitulado Inconditional Pain, que será dividido em dois EPs com inéditas e um cover cada um. 




Vi através das redes sociais que vocês vão lançar uma edição comemorativa de dez anos do ´´Follow The Insanity´´ (2008) – vai rolar alguns extras junto desse material?

Vitor Carnelossi: Na verdade sempre achei que o ´´Follow The Insanity´´ não tinha sido amplamente divulgado por algumas questões. Em 2008/2009 foi o advento dos downloads (em nossa região pelo menos) com a popularização total dos blogs com conteúdo para baixar. Foi algo que mexeu com a galera na época. Nós éramos uma banda que tínhamos vendas e contatos por cartas. A idéia do relançamento é algo que apresentei pro Marcio e pro Marcão, pois acredito que a arte gráfica não era boa o suficiente para o conteúdo disponibilizado em ´´Follow...´´, que possui uma característica densa e obscura. Contratamos um desenhista e mantivemos a idéia do conceito do Marcão (baterista/letrista), agora correspondida plenamente e aprovada por todos na banda. Existe uma possibilidade de uma edição física, com a música In Our Lives, do primeiro EP, Silent Symphony, como bônus. Vamos analisar a viabilidade disso, e confesso que gostaria de ver a contextualização desse projeto, em se tratando do meu instrumento (guitarra), pois é o melhor material que gravei até hoje, temos ótimas composições nele.


Nesses anos que passaram, várias características na forma de consumir música mudaram, a principal foi a ascenção das plataforma s de streaming, principal canal de divulgação atualmente. Existem planos para subir o material do Tragedy Garden neste formato?

Vitor Carnelossi: Sim, devemos disponibilizar todas as possibilidades de divulgação do nosso material, inclusive nas plataformas de streaming. Follow The Insanity foi repaginado para esse propósito. Esperamos em breve estar com o conteúdo disponível para audição. 




Os EP´s da banda sempre tiveram um conceito lírico bem definido, aprofundando uma temática ao decorrer das faixas, começando com Enemy Time que abordava questões sobre o tempo, seguindo depois para Follow The Insanity, que tratava sobre a insanidade. Isso se deu de forma natural ou já era intenção desde o início seguir um conceito?

Marcão Azevedo: A opção do conceitual é algo proposital. Não há nada, absolutamente nada, em todos os CDs que não tenha algum significado, desde a tonalidade das cores das capas, passando pelos encartes e letras. São significados que se completam.


Outro ponto que podemos perceber é na forma que essas abordagens foram feitas, de uma forma filosófica e bem introspectiva, poética eu diria. Existe alguma inspiração literária no momento de compor?

Marcão Azevedo: A linguagem metafórica e abstrata nos ajudam a transmitir nossa proposta, nossos sentimentos e o que pensamos. São ´´viagens´´ cada vez mais pesadas e profundas, principalmente no material que sucederá o ainda inédito Inconditional Pain.


Ainda dentro desse campo de inspirações, as marcas registradas da sonoridade da banda são os andamentos melancólicos e sombrios. De onde vieram as influências para seguir essa linha de composição e sonoridade?

Vitor Carnelossi: Recordo-me que quando a banda começou havia algumas intenções, principalmente em relação às letras tristes e profundas. Quando começamos à compor era aquele lance meio anos 90, sem aquela preocupação com padrões e velocidade. Tudo isso conspirou para flertarmos com o Doom, o Gótico e com o Heavy Metal. Todos na banda tem seu papel na sonoridade que adotamos.

Marcão Azevedo: A música que praticamos requer execução densa e sentimental. Por mais técnica que uma versão possa ser executada, soa plástica e mecânica se não tiver estas características. Esse conceito é bem apurado dentro da banda, onde nosso guitarrista Vitor Carnelossi sempre desempenhou este papel com maestria.;


Quais os próximos passos após o relançamento do ´´Follow...´´´? Veremos o Tragedy Garden em ação ao vivo novamente?

Marcão Azevedo: Sim, tocaremos ao vivo. É importante para a banda e para quem curte nosso som. A prioridade é ajustar o poder de fogo para reencontrar nosso público em alto nível, pois vocês merecem. Além da gravação dos capítulos I e II de Inconditional Pain, gravaremos um clip para a música Enemy Time; Estamos viabilizando camisetas do Enemy Time e patchs com nossa logo, e breve também camisetas com a capa comemorativa de Follow The Insanity. Nosso canal oficial está quase pronto e todas as plataformas digitais terão nosso material. Temos ainda um projeto complexo e audacioso, em absoluto sigilo, que assim que se confirmar nos comprometemos à avisá-los em primeira mão.


Mantendo nosso tradicional plágio à Roadie Crew, gostaria que listassem os cinco discos favoritos de todos os tempos:

Marcio Valério: Paradise Lost (Gothic), Sepultura (Arise), Annihilator (Alice in Hell), Slayer (South of Heaven) e Black Sabbath (Volume 04);

Vitor Carnelossi: Death (Symbolic), Dream Theater (Images and Words), Angra (Angel´s Cry), Amorphis (Tales from the Thousand Lakes), Paradise Lost (Gothic);

Marcão Azevedo: The Mist (The Hangman Tree), Pink Floyd (The Division Bell), Tristania (Widow´s Weeds), Sepultura (Arise), Angra (Angel´s Cry); 




Para finalizer, reservo este espaço para que deixem suas mensagens à todos que nos acompanham. Valeu!

Marcio Valério: Obrigado Evandro pelo espaço e oportunidade. Hail!!

Vitor Carnelossi: Obrigado Evandro! Muito grato pele espaço para o Tragedy Garden.

Marcão AZEVEDO: Valeu Evandro! Vida longa ao Microfonia Underground Blog e à todos os amantes da cultura underground e do rock e suas vertentes. Tragedy Garden agradece às suas perguntas inteligentes e ao espaço que nos propicia estar perto das pessoas que curtem nosso som. Up the Tragedies!!!


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