sexta-feira, 21 de abril de 2017

Entrevista Facada

O Nordeste sempre foi um grande polo de produção cultural, revelando grandes nomes para a música brasileira em geral, mas no tange a som extremo a região também é referência, diversos nomes vem despontando ao redor dos anos, mas aqui vamos tratar especificamente de um desses nomes, Facada! Formação grindcore cearense, com 15 anos de estrada, autoridade no gênero e que vem trazendo novidades para os adeptos da brutalidade sonora, segue o texto que você vai poder saber um pouco mais a respeito!




Vamos começar relatando um pouco da trajetória dos membros da Facada, como e quando vocês começaram a se envolver com música e em que momento se reuniram dando vida a essa entidade do grindcore?

Desde quando a gente se conhece que cada um tinha banda ou andava em shows e participava do underground de alguma forma. Eu e o Dangelo tínhamos uma banda de doom metal bem no começo e sempre tocamos juntos em outras coisas e o Ari tocava em alguns projetos e o Danyel também. Quando começamos o facada (em 2004), cada um tocava em outra banda e começamos mais como um projeto pra gente se divertir do que qualquer outra coisa, nossas bandas estavam ficando muito sérias e queríamos fazer uma coisa diferente.

Continuando nas apresentações, como vocês descreveriam o som da Facada para aqueles que ainda não conhecem a sua música?

Acho que resumindo a gente toca grindcore. Claro que nosso som tem várias facetas, vários caminhos, tem gente que nos compara a muitas bandas, incorporamos muitas influências, mas tocamos grindcore.



São quase quinze anos de estrada, alguns demos e discos na bagagem e muitas apresentações ao vivo, e sempre demonstrando fidelidade a identidade do som que vocês desenvolveram ao longo desses anos, a que vocês creditam a sobrevivência da banda por todo esse tempo, mesmo fazendo um som totalmente extremo e underground?

Acredito por que gostamos do que fazemos. Ninguém na banda faz cobranças quanto a posturas musicais ou ideológicas. Somos amigos antes de tudo e cada um conhece o outro desde faz muito tempo. Além disso, temos uma forma já bem definida de como a banda deve funcionar o que facilita bastante como compor e de como a banda deve funcionar. Acho muito difícil que mudemos nosso som algum dia, sempre procuramos evoluir seguindo uma linha, não temos a intenção de fazer outra coisa.

Facada está prestes a lançar um Split com a Stheno, que vai contar som sete faixas de vocês, que sons vão entrar nesse Split, são inéditas, regravações? Vocês poderiam nos dar mais detalhes sobre este lançamento?

Ele inclusive já saiu (pela LAJA records, D.I.Y KOLO Records, Scull Crasher Records e Drunk with Power Records) e quem agilizou tudo foi o Leon, guitarrista do Stheno, falta só chegar aqui. A ideia era um 7”, mas resolvemos fazer em CD pelo custo e quantidade. O Stheno é uma banda foda da Grécia que mistura grindcore com black metal então casou com a nossa ideia. Iam ser 7 músicas nossas, mas não deu tempo de finalizarmos 3 sons então ficaram 4 que já tínhamos gravado. Serão 7 músicas deles e o material ficou MUITO bom. Esse é nosso primeiro split da banda.



Qual o conceito utilizado pela banda para escrever as letras, que temas vocês costumam abordar em suas músicas?

Geralmente a gente fala das pessoas e tudo que envolve as suas fraquezas, desilusões, imperfeições. Tem músicas que são pequenos contos reais, tem outras que são pesadelos, tem historinhas de terror, tem referência a livros, tem aviso pra gente mesmo, mas todos envolvendo pessoas.

Vocês liberaram alguns covers que gravaram e com escolhas bem inusitadas, como “Igreja” do Titãs por exemplo, o trabalho parece já estar próximo de seu lançamento físico, “Nenhum puto de atitude”, será um disco só de covers ou vocês vão mandar algum material inédito junto?

Esse disco vai ser só de covers. A gente tinha esse plano já fazia um tempo, mas era pra ser só um 7”. Alguns covers que pensamos que ficariam legais na nossa versão, mas aí fomos decidindo as músicas e cada um foi dando opinião e as músicas foram aumentando. Quando fomos falar com os selos, ele deram a ideia de ser um 12”, então fizemos metade Brasil e metade bandas de fora. Gravamos praticamente junto o de covers e o novo. Esse de covers não ensaiamos as músicas uma única vez, só passava a música na hora e já gravava. E achamos o resultado muito bom. Outro que já tá na fábrica agora.



A cena underground do nordeste é muito forte e sempre revela excelentes bandas, que bandas aí da região vocês destacariam pra quem quer conhecer a cara da cena nordestina?

O nordeste tem muita banda boa e teria que fazer uma lista enorme de bandas de todos os estilos que não caberiam aqui, além da minha memória ser péssima...hehehehe. Das que eu lembro tem a Damned youth, Faixa de gaza, Rabujos, Obitus, Lepra, Capitalistic Death, Desgraça maldita, são muitas...

Em maio vocês participam de um evento em Recife-PE, vão dividir o palco com o GBH e o Ratos de Porão, como rolou o convite pra participar desse show e qual a expectativa de poder se apresentar ao lado desses ícones do hardcore mundial?

Esse festival vai ser demais, talvez o mais punk que já tocamos. Serão muitas bandas fodas de todo o nordeste, como Rotten Flies, Nação corrompida, Karne Krua, Cachorro da duença e subversivos, fora o RDP (que já tocamos algumas vezes), GBH, Total Chaos. É muito massa poder tocar junto de quem fez história tocando e participando do movimento punk. Tantas bandas que ouvimos e vamos ver de perto. Coincidência que gravei os vocais de uma música do GBH que o Stheno fez cover no split. Além que vamos fazer o relançamento do Indigesto nesse show que vai sair pela Pecúlio do Boka.



Vocês já rodaram praticamente todas as regiões do país, ao longo de sua carreira vocês acham que houve melhora quanto a estrutura e organização de eventos underground no Brasil?

Depende. Ainda tem produtores que acham que o underground é fazer mal feito de qualquer jeito e que se sua banda é do underground pode aceitar qualquer coisa. Que você pode ficar em qualquer lugar, deitar no chão, tocar de qualquer jeito. Mas também tem quem se esforce pra fazer bem feito: que dá suporte pra que as bandas possam fazer seu som da melhor forma, dando um som decente, organizando para que tudo corra bem. Acho que nesse aspecto o Brasil cresceu bastante pelo fato de muitas bandas do submundo mundial vierem tocar aqui e as pessoas verem que existe um mínimo de organização. Hoje temos muitos Festivais organizados e bem estruturados, como também shows pequenos feitos dessa forma. Mas, infelizmente, ainda existem muitos pilantras pela cena.



Pra finalizar, gostaria de agradecer pela atenção e reservar este espaço pra que mandem seu salve ao leitores do Microfonia e todos que acompanham a banda! Valeu!

Valeu a todo mundo que leu a entrevista e que gosta da banda, muito obrigado pelo espaço concedido. Tem muita coisa nossa saindo por esses dias, procura facadanagoela na internet que tem tudo por lá! Valeu.

Contato Facada:






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