quinta-feira, 22 de março de 2018

ENTREVISTA DJALMA MAIA (PHU) MACAKONGS 2099, SATAN'S PRAY, EX-DFC

Salve amantes da podreira e do rock veloz, aqui estamos nós novamente pra trazer o que há de melhor em termos de barulho do underground deste decadente país! Hoje nosso papo é com um cara que está no rolê a tempos, membro fundador do DFC, e já a 20 anos a frente do Macakongs 2099, e ainda tem o Satan's Pray, ou seja, o cara tem muita história pra contar e continua a escrever sua trajetória como vocês poderão conferir a seguir! Com a palavra, Djalma "PHU" Maia!!!




Primeiramente muito obrigado por estar falado com o Microfonia, antes de tudo gostaria que nos contasse como se envolveu com a cena hardcore, com a música em geral, como foi o início, como você decidiu que era esse tipo de som que você queria fazer, o começo de tudo para você na cena de BSB.
PHU: Cara o prazer é meu, legal ser lembrado pelas coisas que fiz, pelas coisas que faço, muito agradecido mesmo. Bem, eu era muito molequinho e aqui no Guará a gente só aproveitava os finais de semana que tinha uns que a gente chamava de lazer, que nada mais era os caras que botavam umas caixas, eram como se fosse Dj, mas nem era Dj, nem tinha isso, e ficam tocando os balanços da época, uns reggae, e as coisas eram muito assim, aqui no Guará as coisas eram muito ligadas ao balaço e ao reggae, não tinha tradição de tocar rock e eu gostava muito disso, era aqueles molequinho que gostava de Michael Jackson, e aí eu comecei ouvir outras coisas, começaram a rolar as coisas da new wave, tinha 13 anos e daí comecei a ouvir umas coisas que na época era esquisito, tipo rock, as coisas de Brasília mesmo, que eram Legião Urbana, gravando seu primeiro disco, tinha também o Ultraje a Rigor lançando seu primeiro disco, Titãs lançando o primeiro disco também, e comecei a ouvir essas coisas por osmose, mas no punk mesmo foi quando eu comecei a ouvir Camisa de Vênus, depois ouvi Garotos Podres, esse foi o meu Ramones, foi quando eles lançaram o primeiro álbum e eu já comprei a primeira edição, aí eu falei, caralho, isso é muito foda! O Garotos Podres mudou a minha vida, só fico meio triste de ter trocados os meus discos de balanço que tinha na época, África Bambata, troquei tudo pelo disco do Garotos, poderia ter comprado o do Garotos e ficado com os outros discos, eu ia ficar muito mais feliz, mas aí eu ouvi o Garotos Podres e falei, caralho, é isso o que eu quero, isso é fudido! Mas quando eu ouvi o RDP, Crucificados pelo sistema, caralho, aquilo ali, ali eu fiquei muito fudido, eu fiquei isso é muito foda, é isso que eu quero, e estamos aí de lá para cá.
Continuando nessa pegada de contar sua história dentro da música, você foi um dos membros fundadores do DFC e antes disse você faz parte de outras bandas, que bandas foram essas onde você iniciou seu envolvimento com a música e como foi esse início do DFC, e como é para você ter feito parte da história de uma banda com tanta representatividade no underground?
PHU:Então, meio que se confunde as duas coisas, quando a gente era muito moleque mesmo a gente não tendo nenhum equipamento e não sabendo tocar porra nenhuma, a gente ficava, ah, vamos ter uma banda, era a grande vontade desde moleque, eu lembro cara, que nesse esquema a gente já arrumou um nome, acho que foi a primeira coisa antes de ter a banda, o Lixo que era um cara da época aqui, falou que ele ia cantar e ele criou o logotipo do DFC, isso foi em 87, por aí, 87, 88, daí ele criou esse logo e falou, vamos fazer uma banda chamada DFCaos, que é o logotipo que é usado até hoje do DFC, é a mesma coisa, aí nós começamos a fazer as nossas coisa aqui, ensaiando no quarto, batendo na cama, até que arrumasse alguma coisa próxima de uma bateria, caixa, sei lá velho, umas coisas assim muito esquisitas, esquisito não, coisa que não existia, até que um comprou um contrabaixo e começou a fazer, daí a gente tinha o nosso projetinho, em 87, quando a gente começou a tocar e daí já tinha demorado um ano, até que a gente comprasse tudo e começasse a ensaiar, foi a primeira que nós tentamos, a gente tinha um nome, tinha umas músicas e ficamos tentando fazer uns shows, a coisa era muito difícil na época, e aí quando deu 89 a gente resolveu abreviar o nome de DFCaos para DFC, e meio que ficou uma banda de brincadeira da gente, sabe, de tocar na casa dos amigos e acabou, quando deu 92/93 uma camarada meu que era o Juninho aqui, que até foi ele que fez Molecada 666, ele juntou uma galera e falou, cara vamos voltar com a banda aí, vamos começar uma banda, só ele gostava do nome DFC, e aí a gente resolveu fazer umas músicas, usar alguma coisa que tinha antiga, e aí em 92/93 a gente começou com essa parada de ter a banda mesmo, com esse DFC aí, não deu certo com ele nem com o Podrinho e d´no esquema foi eu né, chamei o Túlio, e o Túlio chamou o Miguel que tinha uma banda chamada Swankers, e o Túlio também chamou o Renzo, que era o batera, que era do DFTA, e dessa minha DFC assim, só sobrou eu e o Ralf que toca no Os Cabeloduro, foi isso aí,  e eu tive uma outra banda também, que eu tentava tocar bateria quando eu era bem moleque que se chamava MR4 ou MR8, nem lembro véio, MR alguma coisa.
Uma das marcas registradas, tanto do DFC como do Macakonks, são as letras cheias de ironia e humor negro, as vezes até incompreendidas, de que forma vocês decidiram seguir essa linha na hora de fazer as letras das músicas, mesmo abordando temas sérios, mas sempre se utilizando do bom humor com ótimas sacadas?
PHU:No DFC na real, eu não sei se de repente pela nossa formação, tipo de ouvir coisas irônicas, tipo SOD, Sex Pistols, que tinha o God save the queen, o Dead Kennedys com Kill the poor, o Camisa de Vênus com Bota pra fuder e Silvia sua piranha, era outra linha que tava se desenvolvendo no Brasil, o Raimundos teve isso também, não sei se de repente a nossa geração, o jeito que a gente vivia, então o sarcasmo, essa contestação, vem do punk rock, do hardcore, do Sex Pistols, do Dead Kennedys, então é uma coisa da nossa escola que a gente ouviu né, e das pessoas entenderem ou não entenderem a gente tá cagando um monte, no DFC tinha palavrão, palavrão pra caralho, uma coisa não era muito usada, já no Macakongs não tem nenhuma música dos quatro ou cinco álbuns, o quinto a gente tá gravando, que não tenha nenhum palavrão, no Satan´s Pray tem palavrão, e é voltado bastante pra parada de contestação religiosa, esse tipo de coisa assim, ironia com religião, com o cristianismo principalmente, mas de ironia a minha vida é assim também, apesar de não ser eu, de repente foram as bandas que forma me moldando pra ficar mais irônico, ou sei lá, mas acho que é minha vida que é mais pra esse lado irônico, essa é mais ou menos a onda.



Aproveitando que você citou o processo de gravação do novo álbum do Macakongs, como está o processo de criação desse novo trampo, vocês já possuem uma previsão de lançamento e o que a galera pode esperar desse trabalho, vai seguir a linha dos anteriores, vocês pretendem incorporar algum novo elemento ao som, que detalhes você poderia dar a respeito disso?
PHU:Esse álbum já era pra ter saído tem muitos anos, é uma longa história, que a gente gravou esse álbum com uma outra formação, e foi perdendo as coisas, perdendo os áudios, a gente já tinha gravado batera, e aí putz, com a troca de formação, foi perdendo, mas bem, aí gravamos as guitarras, e era pra lançar esse ano mesmo, a previsão era pra esse ano, que a gente tá fazendo 19 anos, e outro no ano que vem que a gente vai estar fazendo 20, o que a gente fez, seguramos, pegamos o disco e estamos agora na fase de mixagem, eu vou mandar com exclusividade uma música, mas não vai ser mixada, vai ser gravada de celular, pra vocês, que vai ser uma pré-mix, sem a parte de edição, são nove músicas, o nome do álbum é "Amor", tem muita coisa baseada no som em algo de Catharsis, e tem alguma coisa de No Mercy, que é uma banda que a gente gosta muito, o Michel do Lethal Charge fez seis letras, então é fudido cara, é muito carregado, tem participação do Dino Black, do Cigano Igor, que foi o vocalista dos três primeiros álbuns, cantou uma música no Tropicanalia e não poderia deixar de cantar uma música nesse, participação do Felipe Chehuan do Confronto/Norte Cartel, ele sai ano que vem, em janeiro, pra comemorar os 20 anos, a gente quer lançar muita coisa, um DVD documentário da banda, quer filmar um DVD mesmo que não lance, ou lance até dezembro, tentar fazer uma turnê brasileira legal, se não der a gente tenta uma turnê europeia curta, de 15 dias, além desse álbum a gente quer lançar um EP com essa nova formação, com uma outra linha de som que a gente tá desenvolvendo.




Esse ano o Macakongs completa 20 anos de existência, além do disco de inéditas, que vocês tiraram da gaveta, existe a possibilidade do relançamento do catálogo da banda, já que seria interessante com o novo disco saindo, caso as pessoas procurem por materiais anteriores, até mesmo por uma questão pessoal, já que quero adquirir esse material...rs
PHU:Vou te dar uma boa notícia e pra quem gosta de material físico, como é meu caso, número um, eu tenho ainda disponível o Bonitos, Ricos...e tenho o Ultimate, esses eu tenho em catalogo, eles não saíram, o primeiro saiu, o Biquínis, agora o Tropicanalia eu tenho ainda algumas peças, porque ele saiu em parceria com outros três selos, eu tenho, não sei se os outros selos tem ainda algum material, eu ainda disponibilizo, então só pra recapitular, segundo álbum, o Ultimate Hot, Bonitos, Ricos...,e o Tropicanalia, ainda estão em catalogo, o que não está mais em catalogo, o primeiro que é o Bikinis, mas vou te dar uma informação em primeira mão, eu vou disponibiliza-lo em comemoração aos seus 20 anos de lançamento, de bônus track no próximo álbum do Macakongs, que é o “Amor”, como o disco esgotou, conversei com a banda e vou disponibilizar pra galera pra comemorar os 20 anos da banda.
Com relação ao Satan’s Pray, desculpe a falta de conhecimento, mas vocês possuem algum outro material lançado além do Satan is love? Quais são os planos para o SP, existe algum projeto de novo álbum, ou o foco é total no Macakongs?
PHU:Então cara, o Satan’s Pray desde o início é um projeto maluco, não tem nada pra esse ano, tem a Ray que canta na banda e a gente depende muito do esquema dela, o Podrinho que era o primeiro vocalista que gravou o disco, tava afim de fazer um som, nós conversamos com a Ray, justamente para ter os dois cantando, mas acaba que os dois são muito enrolados, então a gente não tem um planejamento para 2018 igual a que tem do Macakongs, se acontecer vai ser legal, já tem um batera novo que era do Macakongs, que é o Fred Van, eu, tem a Ray, a história do Podrinho de repente vir cantar com ela, agora vai depender deles, porque eu estou focado nos 20 anos do Macakongs, é isso que eu vou me dedicar, disco, EP, DVD, turnê, Lyric vídeo mensal, shows trazendo uma galera pra Brasília, indo tocar, então é dedicação total a isso, se acontecer eu vou gostar muito. Sobre o material só tem o Satan is love mesmo, nós começamos a compor, umas cinco ou seis músicas, mas não virou.

OUÇA "SATAN IS LOVE":





Falando um pouco sobre a cena de Brasília, quem você destaca atualmente no underground local que merece uma audição mais atenta de nossos leitores?
PHU:Vou falar alguns novos nomes e outros nem tão novos, vou tentar evitar falar de bandas mais antigas, mas da cena mais antiga tem o Mais que palavras, muito legal, o Caos Lúdico, banda nova, Caligo, Darkrazor, Colizzor.
Cara, agora nossa pergunta de praxe, cite cinco discos essenciais da cena nacional na sua opinião, que você considere essenciais para a cena ou para sua formação como músico.

PHU:Então, é meio difícil essa parada, mas eu vou tentar fazer o seguinte vou botar assim, historicamente, Garotos Podres marcou minha vida, o primeiro álbum, Mais podres que nunca, aquilo foi foda, a capa, gravação, atitude, letra, rebeldia, época, final do regime militar, foi foda! Segundo, Ratos de Porão, Crucificados pelo sistema que ouvi na sequência, que eu falei, caralho, isso aqui é fudido, incrível, em terceiro, tem álbum aqui local, que se chama Rumores, que é underground e é de rock, ele tem o Detrito Federal de punk rock, ele tem o Elite sofisticada, tem o Arte no Escuro e tem o FinisAfrica, não é que gosto pra caralho mas ele tem uma importância enorme aqui pra cena de Brasília. O Sub foi muito foda, tem uma importância cabulosa, nem tanto pelo som, mas pela história, e o Ataque Sonoro, duas músicas cada banda, dez bandas, era incrível isso, hoje em dia não pega mais assim, mas pela história e pelo registro, tá aí.

Para finalizar, obrigado por falar com o Microfonia, foi uma honra poder trocar uma ideia com você e retratar sua trajetória, reservo esse espaço para que deixe seu salve para todos leitores do blog e fãs do Macakongs e Satan’s Pray, o espaço é todo seu!

PHU:Grato a você pelo carinho e atenção, muito bom ter esse reconhecimento, muito amor e saúde para os nossos e sabotagem para os inimigos...kkkkk



OUÇA A DISCOGRAFIA DO MACAKONGS 2099:




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sábado, 17 de março de 2018

MÚSICAS QUE VOCÊ PRECISA ESCUTAR

"Eu fico muito incomodado por perceber que dois preconceitos estão proliferando entre os apreciadores de metal: contra novidades e contra as bandas brasileiras.
A maioria dos headbangers ouvem somente as mesmas músicas lançadas há mais de vinte anos atrás. Alguns só ouvem música das décadas de 1970 e 1980, de bandas americanas, inglesas e alemãs. Essas pessoas estão perdendo a oportunidade de conhecer arte primorosa lançada nos anos recentes. E, na minha opinião, é essa atitude conservadora, limitada e míope que acabou com a cena do metal brasileiro. Pois poucos se interessam pela música  feita atualmente no Brasil.
Essa playlist é minha contribuição para mostrar músicas incríveis, lançadas nos últimos anos. Todos os estilos de metal estão representados, bem como uma ou outra canção de outros estilos. Resultado, quase seis horas de música sublime, tudo lançado depois de 2011 (oh, existe música ainda!).
Não citei nenhuma banda gigantesca batida e manjada do metal, daquelas que são capas da Roadie Crew ou da Metal Hammer e lotam shows em estádios. Algumas dessas até lançaram coisas interessantes nos últimos anos, mas tirando o Rush, ninguém conseguiu igualar o próprio material clássico.
Tá, tem uma exceção: o cover que o Motörhead fez pro David Bowie. Isso foi um marco na história da música. Merece estar aqui por si só, para nos lembrar da morte e da essência da vida: a mudança, a passagem. Só não muda quem já morreu. Sim, isso é uma provocação para alguns que pararam no tempo.
Coloquei bandas conhecidas, que lançaram recentemente músicas e álbuns incríveis, algumas com seus melhores trabalhos sendo os mais recentes: Moonspell, My Dying Bride, Satyricon, Anathema, Dark Tranquility, Mastodon, The-Haunted, Amon Amarth, Borknagar.
E o Morbid Angel, cujo disco aqui citado quase ninguém gosta...
Bandas que poucos headbangers conhecem aqui no Brasil, mas que são muito famosas lá fora, embora por aqui seus nomes soem como ilustres desconhecidos: KYLESA, Leprous, Baroness, Agoraphobic Nosebleed, Vektor, Sylosis, VUUR, Cretin, Ne Obliviscaris.
Coloquei bandas que talvez só eu conheça, mas que são verdadeiras pérolas: Moving Mountains, Arena, Agrimonia, Textures, Year Of The Goat, Grave Pleasures, Leather Heart, First Fragment, Russian Circles.
Nesse rol, duas bandas que a minha companheira de vida Isabela me apresentou e só nós dois conhecemos: monkey3 e MY SLEEPING KARMA - OFFICIAL.
Novos nomes do metal, tipo Audrey Horne, The Night Flight Orchestra, Insomnium, Myrkur, Deafheaven, The Faceless.
Não faltaram as mais importantes bandas de metal da atualidade, na minha opinião: Orphaned Land, BEHEMOTH!, Gojira e Machine Head, embora esta tenha lançado um disco porcaria neste ano. São bandas antigas, surgidas na década de 1990, mas seus melhores trabalhos foram lançados nesta década e figuram entre os mais relevantes da história do nosso estilo, pois moldam com perfeição o que é o metal no presente.
Fora do metal, coloquei obras primas da música, lançadas por artistas de qualidade mas que não são metal: David Bowie, Editors, Foo Fighters. Um compositor de MPB, Lineker, e um rap, do Baco Exu do Blues.
Mas, por fim, e o mais importante, bandas brasileiras de metal simplesmente geniais: Drowned, Obskure, EVALS MESS, Higher, Trator BR, Uganga, Maestrick, Warshipper e o Miasthenia, que lançou ano passado um dos melhores álbuns de metal extremo em todos os tempos. Não poderia faltar também uma música do Rebaelliun, em homenagem à triste morte do Fabiano Penna
Esses caras foram a maior inspiração da playlist e o maior orgulho de continuar tocando metal no nosso Brasil."


Texto por Dimitri Brandi, guitarrista e vocalista da banda Psychotic Eyes.




Confira a playlist:




quinta-feira, 15 de março de 2018

BLACKSLUG - OLD HABITS DIE HARD - EP (2018) - REVIEW




Uma impressão imediata que tive ao ouvir este novo EP da Blackslug sem dúvidas foi, algo está diferente.
O som dos caras está mais encorpado, a produção das três faixas presentes no EP, também contribuem para a experiencia dessa audição, que ficou a cargo da banda e de Igor Comério da Voadora Studios, que também foi responsável pela mix e pela masterização.
Não que o full lançado anteriormente não seja legal, curti bastante o “Scumbag Messiah”(2014), no entanto devo dizer que aqui em “Old Habits die hard”, a banda se encontrou de fato e acertou a mão em todas as faixas, o material está disponível apenas em formato digital no Bandcamp da banda, mas espero que se torne físico, seja como um EP, ou em novo full com mais faixas desse calibre, já que temos aí quatro anos que passaram desde o último lançamento dos caras.
Enfim, nesse EP a Blackslug apresenta a sua melhor versão, com músicas que prendem a nossa atenção e se você é fã de uma sonoridade stoner rock, curte dar uma viajada ouvindo um som, vá de olhos fechados de encontro a este lançamento, pois não vai se arrepender!

Destaque absoluto para “Hole in the sun”, ouvi umas dez vezes seguidas, mas sem dúvidas “The Riddle” e Mad dog” compõe a trindade muito bem, mas o melhor a se fazer é, ouçam o que uma banda brasileira é capaz de fazer, somos muito sortudos por termos tantos músicos e compositores talentosos na nossa cena, devemos parar de buscar lá fora, o que temos em nosso próprio quintal, parabéns aos envolvidos e logo abaixo mete o clique e ouça esse excelente EP da Blackslug. 




quarta-feira, 14 de março de 2018

ENTREVISTA FABIO MOZINE (MUKEKA DI RATO, OS PEDRERO, MERDA, LAJA REX)

Olá pequenos seres malignos roquistas, nosso papo hoje é com um cara bem conhecido da cena hardcore brasileira, quem curte um som tosco e veloz ou os flertes com a música brega, com certeza é fã desse cara, que toca no Merda, Mukeka di Rato e Os Pedrero, CEO da Laja Rex e em breve pelo que conversamos, vai rolar o híbrido do Merda com o Facada, o Merdada, aguardem!!! Com vocês, Mozine, diretamente de Vila Velha-ES!!!



Fala Fábio, primeiramente muito obrigado por falar com o Microfonia, aproveitando essa recente apresentação no Garage Sounds em Fortaleza, como rolou essa fusão do Merda + Facada, como foi a apresentação e essa parceria pode render mais frutos adiante?

Fábio Mozine: As coisas foram acontecendo e acabaram dando nisso. O pessoal do Garage sondou o Merda, mas estamos sem baterista, aí sondei o D’Ângelo, botamos o James e depois o Danyel na roda, virou o Merdada. Estamos encantados com o que aconteceu, gostamos muito de ensaiar, somos amigos, já temos alguns outros shows engatilhados e vamos gravar um disco.

Falando em Merda, o “Descarga Adrenérgica” é um disco muito foda, despejando todas as características que a gente espera, curti muito a sonoridade e letras, porém estava acompanhando uma resenha do play e a galera da direita invadiu os comentários cuspindo várias ofensas no site em questão, creio que vocês obtiveram êxito ao passar suas ideias nas letras não é mesmo?

Mozine: Rapaz... nem vi essa agressão vinda da galera da direita, mas me sinto um super vitorioso, na verdade a galera da esquerda de vez em quando bate na gente também, então foda-se, tamo todo fudido mesmo.



Quem o acompanha nas redes sociais saca seu gosto pelo brega, e uns tempos atrás vi em uma entrevista em que você falava a respeito de um projeto de uma banda para fazer um som nessa linha, creio que o nome do lance era Tenébrio Peixoto, a quantas anda essa ideia?

Mozine: Eu ainda componho músicas para o Ténebrio Peixoto. Uma delas, que era uma demo, que gravei e produzi com um musico local chamado Fe Paschoal acabou de entrar num curta metragem do irmão do japonês do Merda. A música se chama Tristeza Infinita. Outra foi gravada pelo Figueroas em seu primeiro álbum, a música Gatinha Gatinha. Uma outra foi gravada por um cantor capixaba chamado Lord, a música se chama Copos de Bebida. E por aí vai, vou fazendo, mostrando para os outros, e as vezes acaba rolando. Não tenho intenção de tocar, por vários motivos, incluindo que meu vocal é ruim, eu estou com preguiça de tocar, de viajar, etc.

Uma das bandas que integra, Os Pedrero, lançou recentemente um disco, “Deu um treco no teco teco”, que em breve deve ser lançado em formato físico, correto? Como você faz para compor material para suas diferentes bandas, de que forma você decide isso, agora vou compor para um disco d’Os Pedrero, por exemplo, ou você faz o som e depois decide onde melhor se encaixa?

Mozine: Já fizemos as músicas pensando n’Os Pedrero, que são bases mais harmônicas e letras mais bregas, foi fácil de fazer.



A Laja Rex já possui 20 anos de existência, quando você começou lá em 98, imaginava que esse trampo teria tanta longevidade e que vocês lançariam tantas bandas e produtos diferentes?

Mozine: Não imaginava que conseguiria viver apenas dela como vivo hoje. Imaginei que seria um trampo contínuo sim, porque minha vida é isso, mas achei que seria um eterno hobby e que minhas contas seriam pagas por um emprego normal, tipo na Vale do Rio Doce, etc.

Para comemorar os 20 anos de Laja, você bolou o Laja Festival, como foi o saldo dessa empreitada, pelo que pude ler a respeito na época, foi muito legal essa gig, o que você nos diz? Pretende fazer mais edições?

Mozine: Pretendo fazer uma nova edição esse ano, ainda não sei o mês. Como não tive apoio esse ano, devo fazer uma versão bem enxuta.

Parece que vai rolar um novo disco do Mukeka Di Rato, isso procede? Tem algo rolando já, ensaios? Novos sons? Realmente vocês não vão fazer shows esse ano?

Mozine: Ainda nada rolando, estamos com muita preguiça para ser sincero, eu pelo menos estou, mas acho que deve acontecer algo em breve. Ninguém se encontrou nem começou a fazer nada ainda.




Aproveitando a deixa sobre os shows, ano passado vimos um dos principais palcos do underground brasileiro, encerrando suas atividades, o Hangar 110, inclusive o Mukeka fez a sua última apresentação por lá, como foi esse rolê, e qual a sua impressão sobre o fim de palco tão representativo?

Mozine: O hangar sempre foi um lugar muito querido pra gente, mas acho que tudo te m seu ciclo. Nosso último show lá foi emocionante pois Tb sentíamos que a banda ia parar em breve.

Quanto ao Merda e Os Pedrero, veremos apresentações ao vivo destas bandas este ano?

Mozine: Pode ser que o MERDADA toque pelo Nordeste, até mesmo porque queremos gravar um disco, e possivelmente o será feito em Fortaleza. Os Pedrero e Mukeka não vão tocar.

Aproveitando que estamos falando com o Ceo da Laja Rex, Fábio, quais bandas você tem ouvido ultimamente e que recomendaria a audição aos nossos leitores?

Mozine: Sonido Chuli e Damn Youth.

Para finalizar, novamente meu muito obrigado pela atenção e deixo o espaço em aberto para suas considerações finais, valeu!!!

Mozine: Valeu pelo espaço e pela entrevista! Abraço!!





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quinta-feira, 8 de março de 2018

ENTREVISTA CULT OF HORROR

Hoje nós vamos falar com os caras de uma banda que me foi uma grata descoberta, diretamente da talentosa cena do RJ, o Cult of Horror transmitiu muito bem o seu cartão de visitas com seu debut "Babalon Working" de 2016, trazendo uma aura obscura e o espirito old school na sonoridade influenciada por bandas seminais como Celtic Frost, Hellhammer e Venom, filmes de terror, satanismo e ocultismo, a mistura não poderia ser melhor, ouçam esse disco, não irão se arrepender!






Fala pessoal, obrigado por falar com o Microfonia, primeiramente gostaria de saber como surgiu o Cult of Horror, e de que forma vocês escolheram o direcionamento musical que a banda teria?



DoomHammer: A ideia da banda surgiu em 2015, quando eu voltei de uma tour com o Whipstriker nos EUA. O William Pazuzu e eu sempre tivemos bandas juntos e começamos a conversar sobre fazer algo mais na linha oldschool black/death/doom . Passamos 3 noites na minha casa enchendo a cara e compondo músicas. Gravamos os riffs e as linhas de voz de forma tosca no celular para não esquecermos das músicas e enviamos pro Hugo Golon (Cemitério) para ele dar uma ouvida. Ele curtiu a ideia do som e topou gravar a batera conosco. O Hugo veio pro RJ pra gravar a bateria do disco do Whipstriker e aproveitamos pra gravar as nossas também. O mais louco de tudo é que gravamos o álbum sem nunca termos ensaiado, pois somos do RJ e o Hugo de SP. Foi assim que nasceu o disco Babalon Working. Eu gravei as guitarras e o baixo; o Pazuzu fez os vocais e o Hugo tocou a batera. Até então, não éramos uma banda. Era mais um projeto do Pazuzu comigo. Começamos a receber boas críticas e convites pra tocar ao vivo e viramos uma banda de fato. Convidamos o Dyd Bastard (Tyranno) e o Bitch Hunter (The Unhaligast/Tyranno) pra banda e eles toparam. A formação da Cult of Horror é Pazuzu (voz), DoomHammer (guitarra), Dyd Bastard (baixo) e Bitch Hunter (Bateria).

Ano passado vocês lançaram um split com a banda Martírio, em formato de k7, com tiragem limitada, vocês curtem esses formatos old school? pretendem lançar mais material dessa forma ou em vinil?


DoomHammer: Curtimos muito! Todos nós vivemos a época do vinil, K7 e VHS e continuamos apaixonados por tecnologia analógica. Isso tem a ver também com a sonoridade da banda, que é toda voltada ao metal oldschool. Lançamos material em CD também, pois não tem como fugir disso ainda. O Split Vengeance of Horror, com o Martirio, foi lançado apenas em K7 pela Nightmare Productions. Damos sempre preferência aos lançamentos em vinil e K7, mas o CD continua sendo ainda um formato importante. O que nunca faremos é lançamento apenas virtual. Não consideramos como lançamento qualquer coisa que só saia em formato virtual. Disco lançado apenas no virtual não é material lançado. 


Babalon Working foi lançado em 2016, muita coisa rolou de lá pra cá, como vocês enxergam os resultados obtidos com esse disco? E como avaliam que foi o retorno do público ao trabalho?

DoomHammer: Ficamos bastante surpresos com os resultados obtidos e o retorno do público, pois não tínhamos muitas ambições. Como eu disse anteriormente, a ideia original não era nem pra ser uma banda. Era algo mais naquela onda “bora gravar um disco e foda-se”. Em pouco tempo, o disco já estava sendo lançado por 13 selos nacionais e um selo polonês, que distribuiu o álbum pela Europa. Começaram a pintar convites pra fazer tour, shows etc. Foi realmente uma surpresa.



Vocês pretendem lançar algo em 2018? Como andam as atividades da banda, quais os planos pra esse ano?

DoomHammer: Estamos terminando a composição do segundo álbum. Vamos gravar no meio do ano e deve ser lançado até o final de 2018. Estamos planejando uma tour no início de 2019 também logo após o lançamento do segundo álbum. Devem rolar alguns splits durante esse tempo também.

Gostaria que nos falasse um pouco sobre a temática lírica de Babalon Working, e como foi o processo de composição pra este trabalho? Quais as inspirações musicais, literárias ou cinematográficas da banda?

DoomHammer: As letras são praticamente todas feitas pelo Pazuzu. A temática são sobre coisas que gostamos, como filmes de terror das décadas de 70 e 80; ocultismo; sociedades secretas; doutrinas ocultas; rituais de magia; satanismo; filmes underground slashers e gores; temas pós-apocalípticos; serial-killers. Esse tipo de coisa. Na parte musical, temos influências do oldschool do black, death e doom, principalmente de bandas como Venom, Celtic Frost, Hellhammer, Carnivore, Darkthrone, Paul Chain, Cirith Ungol, Danzig, bandas da NWOBHM etc. Essa lista de influências é infinita na verdade.



O som de vocês tem uma produção bem característica ao estilo de som que praticam, soando bem cru, o que particularmente acho muito bom, quem foi ou foram os responsáveis pela mix do album, e como foram as sessões de estúdio?

DoomHammer: Somos uma banda de metal oldschool. Então fazemos todo o possível para soarmos dessa forma tanto nos timbres quanto na produção. Não existe nada simulado no disco. É tudo real ali. Nem metrônomo usamos, pois acredito que isso engessa demais o tipo de som que fazemos. O lado bom de não usar metrônomo é que obriga que a banda toque junto na hora da gravação da bateria. Acho que isso dá um “mojo” extra pra esse tipo de som. Os responsáveis pela produção, mix e master foram nós mesmos, com a ajuda do Rodrigo Pex do Tokaia Estúdio, que pilotou toda a parte técnica da coisa. As sessões de gravação foram feitas no Tokaia regadas a muita cerveja. Provavelmente bebemos mais do que tocamos. O Hugo ficou isolado numa sala tocando a bateria, enquanto eu tocava a guitarra e o Pazuzu fazia as linhas de voz. Então a base de tudo foi gravada com aquela onda ao vivo, pois não queríamos usar metrônomo e pretendíamos dar uma onda da banda tocando junto no disco. Depois acrescentei uma segunda guitarra, fiz os solos, gravei o baixo e o Pazuzu gravou as vozes finais.

Seus materiais estão disponíveis pra venda através de que meios? Como adquirir os produtos da Cult of Horror?

DoomHammer: Podem entrar em contato com a banda diretamente pela página do Facebook, Bandcamp ou procurar nos selos que nos lançaram.

Quais os próximos compromissos ao vivo da banda e como levar o Cult of Horror pra tocar por aí?

DoomHammer: Acabamos de fazer uns shows no interior de SP e na capital. Temos um compromisso no Black Magic Fest junto com o Velho, Vazio e Death by Starvation aqui no RJ. Pretendemos começar a agendar uma tour logo após o lançamento do próximo álbum também. Pra nos levar para tocar, basta entrar em contato conosco pela nossa página do facebook ou nossos perfis pessoais e trocar uma ideia.

A cena do Rio tem várias bandas legais, quem vocês indicariam pra uma audição com mais atenção dessa galera que vem se destacando no underground carioca?

DoomHammer: Nos últimos anos, a cena do RJ tem revelado muita banda boa. Algumas já tem uma história grande no underground e outras mais recentes: Apokalyptic Raids, Atomic Roar, Diabolic Force, Farscape, Whipstriker, The Unhaligast, Tyranno, Velho, Flagelador, Morbid Dogs, Lastima, Lapide, Poeticus Severus, Into The Cave, Imperador Belial, Invasão Bestial, Silentio Mortis, entre outras. Provavelmente não lembrei nem metade do que deveria citar.

Mantendo nosso tradicional plágio da Roadie Crew, poderia listar cinco maiores albuns de todos os tempos em sua opinião?

DoomHammer: Isso é uma missão impossível, mas vamos lá! Vou citar 5 álbuns que marcaram a minha vida, mas que não necessariamente são de metal ou tem alguma influência no som da Cult of Horror. Vou criar o número 6 para uma banda atual, pois passo a maior parte do meu tempo ouvindo e descobrindo bandas atuais.
1. Iron Maiden – Iron Maiden

2. Alice Cooper – Love it to Death

3. Judas Priest – British Steel

4. Cirith Ungol – King of the Dead

5. Danzig - I

6. Midnight – Satanic Royalty

Pra finalizar, deixo novamente o meu muito obrigado, e reservo este espaço pra que deixem sua mensagem ao leitores do Microfonia e todos que acompanham o seu trabalho.

DoomHammer:Obrigado pelo espaço! Parabéns pelo trabalho! O underground é a nossa vida e é lá que o metal está. Apoie a sua cena local. Ouça bandas novas, pois tem muita coisa boa acontecendo. Faça parte dessa história!







quinta-feira, 1 de março de 2018

ROTTEN FLIES: NOVO CLIPE E DISCO DE INÉDITAS EM BREVE





Formada no inicio da década de 90 na cidade de João Pessoa, a Rotten Flies segue sua saga dentro da cena punk/hardcore lançando trabalhos relevantes e representando muito bem a rica cena underground nordestina.
Os caras seguem em estúdio gravando o sucessor de "Saco de gilete" (2014) e quarto full de sua discografia, que deve ganhar ás ruas ainda esse ano.
Porém sem perder a pegada, os caras lançaram hoje o vídeo clipe para a faixa "Canjiquinha", presente nos recentes albuns, 3 ways to conspiracy e Sight Disaster, a serem lançados ainda este ano na Alemanha e EUA respectivamente, o clipe foi feito em animação e toda concepção de arte ficou a cargo do Leandro Franco, que além de cartunista e arquiteto, é também vocalista na banda Asteroides Trio, confira uma palhinha do trampo no teaser a seguir:



O vídeo completo pra quem quiser curtir estará disponível á partir das 14 horas no youtube e você pode acessar através do link abaixo:

VÍDEO COMPLETO AQUI


Rotten Flies conta em sua formação com Fracisquinho no vocal, Cecílio no baixo, Adriano na guitarra e Beto na Bateria, informações e contato em:

rottenflies@gmail.com
jornalmicrofonia@gmail.com