segunda-feira, 16 de abril de 2018

ENTREVISTA ASFIXIA SOCIAL

Fala juventude perdida brasileira!!! Falamos com os caras da Asfixia Social, que lançou recentemente um single de seu vindouro novo play, sucessor de "Da Rua Pra Rua", que deve ganhar as ruas no segundo semestre desse conturbado 2018, batemos um papo sobre esse novo trampo, sobre o festival que os caras organizam e mais outras paradas que vocês podem conferir a seguir!!! 




Fala pessoal, obrigado por falar com a gente, indo direto ao ponto, que detalhes vocês poderiam nos adiantar a respeito de seu novo trabalho, “Sistema de Soma: A Quebrada Constrói”? 

Banda: Salve mano! O novo álbum “Sistema de Soma: A Quebrada Constrói” sai no segundo semestre de 2018 em formato de Livro-Disco, com várias participações especiais. É um trabalho que valoriza muito poesias e melodias que criamos nos últimos 3 e que foi ilustrado por alunos de 10 escolas da rede pública de São Paulo. Você pode esperar muito groove, muito peso e a essência do Da Rua pra Rua num disco que gradativamente apresenta esses diversos ritmos da banda. 



Desde “Da rua pra rua” (2011), já são sete anos, disco excepcional e que ainda me soa muito bem, atual e empolgante, vocês mudaram o direcionamento de alguma forma para este vindouro novo trampo?

Banda: O direcionamento é o mesmo, música sem fronteiras e uma poesia crítica, buscando fortalecer o pensamento coletivo e a caminhada do dia a dia das pessoas. Mas são 7 anos dos quais estamos trabalhando desde 2013 nas composições, arranjos, etc, então naturalmente a gente espera corresponder a todas as expectativas e fazer um disco à altura do “Da Rua pra Rua”! 


É impossível não criar altas expectativas com este novo trampo, a começar pelas participações que vocês têm divulgado, confesso que estou muito curioso pra conferir o resultado dessa mistura, poderiam nos dizer como escolheram os convidados presentes em “Sistema de Soma: A Quebrada Constrói”? 


Banda: Estamos felizes com as participações que aconteceram, pois convidamos gente que estava bem próxima da banda ao longo dos últimos anos. Por exemplo no primeiro single lançado agora em março: “Sistema de Som(a)” (confira o videoclipe no youtube!), com Petróleo, um mano nosso do samba de milianos, DJ Tano Z'África Brasil, que é amigo da banda há muito tempo e gravou no Da Rua pra Rua em algumas faixas, assim como o trombonista Bocato e o trompetista italiano Gabriel Rosati, que são nomes importantes da música e que tocam pra caramba. Esses participaram da música “Sistema de Som(a)”, e tem outras 9 canções aí que vamos lançar até o segundo semestre! 





Em 2015 vocês lançaram “Cuba Punk”, DVD que retrata sua tour pelo país, como foram as trocas de experiencias que rolaram por lá, e de que forma surgiu o projeto de documentar este rolê que vocês fizeram?

Banda: Tínhamos estado lá 2014 com um grupo de teatro (XPTO), tocando também, e conhecemos muita gente. Nossa música ficou por lá e muita gente curtiu e compartilhou isso na ilha, então ao ganharmos o Prêmio da Cultura Hip Hop (Funarte, 2014) tivemos condições de participar de alguns festivais importantes lá, como a Bienal de Arte de Havana, na Fábrica de Arte Cubano (FAC). Tocamos numa programação recheada de artistas internacionais e fomos prestigiados por muita gente legal. Daí, desse show, emendamos a tour pro lado underground, foram 10 shows cabulosos em vários picos como a Casa de Cultura de Trinidad e um cinema abandonado da década de 60!






Ainda sobre “Cuba Punk”, é interessante vocês escolherem um destino incomum para as bandas brasileiras do underground, sempre se fala em tocar na Europa e nos vizinhos da América do sul, e o Asfixia mais uma vez foge do comum ao partir pra um destino diferente, que bagagem vocês consideram ter trazido no fim das contas de toda essa experiencia?

Banda: A gente trouxe de volta várias amizades e aprendizados com relação a um país muito diferente no que diz respeito à lidar com as questões sociais. Não há violência praticamente em Cuba, e apesar dos perrengues, existe muito respeito interpessoal, muita ajuda entre as pessoas e condições mínimas para um povo muito alegre! Foi uma experiência que levar pra vida e com certeza acreditamos muito no lado humano dessa vivência coletiva! Queremos voltar e também trazer muito mais rum na bagagem!

Outra inciativa que sempre vale a pena ressaltar, e que espero um dia poder participar, é o Festival Da Rua pra Rua, como vocês viabilizam um corre louco desses com mais de 50 bandas participando? E já tem planos pra edição 2018?

Banda: O Festival Da Rua pra Rua vem da ideia de, quando em 2009, a gente lançou a nossa primeira demo e fazíamos shows na rua, convidando artistas do punk/hardcore, do reggae e do hiphop de vários cantos pra tocar com a gente. Em 2013, fizemos o festival no aniversário de 6 anos da banda, e foi surpreendente a participação de vários amigos no corre, vimos a possibilidade de organizar uma parada cada vez mais profissional. Tanto que ganhamos o prêmio da Cultura Hip Hop da Funarte também em função do DVD que gravamos naquele ano (DVD Asfixia Social – Da Rua pra Rua). De lá pra cá a coisa cresceu e criamos o Coletivo Da Rua pra Rua pra fazer a curadoria e organização do festival. Estamos planejando o festival de 2018 pra setembro, nossa sexta edição!




A banda está aí há mais de dez anos na estrada, o que numa cena underground e na base do trabalho independente é bastante coisa, como vocês avaliam a trajetória até aqui? Preparados para mais dez anos?

Banda: Há dez anos temos aprendido muito e também nos divertido pra caramba. Amamos fazer isso e acreditamos demais que a mensagem possa tocar em várias quebradas e motivar muitos na caminhada! Nossa caminhada é uma só! Enquanto tiver uma caixa de som ali, a gente vai tocar mano!

Vivemos um momento de intensa polarização politica no país, com muito ódio sendo destilado nas redes e muita gente entrando em conflito por posicionamentos a esquerda ou a direita, o que vocês acham de todo esse movimento, da onda de conservadorismo, de fascistas e racistas aproveitando o “escudo” da internet para dar as caras?

Banda: É triste ver que muita gente fala o que não sabe, sem nenhuma noção. Acho que o “entretenimento” tem afastado as pessoas demais, e parece que a dor do outro não dói. Precisamos discutir mais sobre políticas públicas, projetos políticos, estudar mais, principalmente a história, porque muitos dos erros que estão sendo cometidos não aconteceriam se a gente tivesse um pouco mais de conhecimento e contato real com as necessidades de outros lugares, de outras pessoas que vivem de maneira diferente da nossa. Acho que é um momento triste da história, e o trabalhador tem que abrir o olho, ser mais crítico, analisar quem usa de todo esse ódio pra manipular a opinião pública.




Devido a movimentação da organização do festival, vocês devem ter contato com muitas bandas novas na cena, quem vocês destacariam no cenário atual que merece uma audição mais atenta por parte do público?

Banda: São inúmeras bandas boas que tem surgido, mas muitas também são desconhecidas do público e estão aí há mais tempo que o próprio Asfixia Social. Por exemplo, acabamos de organizar a Frente Popular dos Artistas pela Luta em Movimentos Sociais – FALEMOS – e tem várias bandas do Coletivo Da Rua pra Rua (tem uma lista no www.daruaprarua.com.br). Fora isso, fiquem ligados aí nas bandas autorais que sempre tocam com a gente em outros eventos e no próprio festival. São inúmeras e muito diferentes umas das outras, vale a pena ouvir um pouco de cada uma! 


Mantendo o tradicional plágio da Roadie Crew, e aproveitando que estamos falando sobre bandas que merecem a nossa atenção, poderiam nos listar cinco discos essenciais para a Asfixia Social?

Banda: São inúmeros discos, mas acho que podemos citar aqui Macka B com o álbum “Word, Sound & Power” (2004), Black Sabbath em “Reunion” (1998), Suicidal Tendencies em “How will I laugh Tomorrow”, Skatalites em “African Roots” (1978) e Black Flag em “Nervous Breakdown” (1979). Se você perguntar isso de novo, provavelmente a gente vai mudar todas as respostas. Essa foi a pergunta mais demorada pra gente responder, porque tem muita referência de bandas brasileiras e gringas, doidera!

Pra finalizar, novamente muito obrigado por falar com a gente e o espaço é todo seu para suas considerações finais.

Banda: Agradecemos demais pela força e atenção! Espero que possam curtir o álbum “Sistema de Soma: A Quebrada Constrói”. São anos de dedicação a este trampo, que já começa a estar disponível pelo www.asfixiasocial.com.br ! Acessa lá e fala diretamente com a gente família, satisfação!


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