sexta-feira, 9 de junho de 2017

ENTREVISTA HORACE GREEN

Já tem um tempo que acompanho os lançamentos da Horace Green, desde o "Sempre Melhor" em 2013 que os caras me chamaram atenção, ainda mais numa fase em que eu estava a procura de ouvir algo diferente, e o Horace difere um pouco do que costumo escutar, mas curti bastante o que encontrei ali e nos trampos seguintes, pois uma coincidência que há entre todos os entrevistados que passam por aqui é que de fato curto e acompanho os trabalhos dos mesmos e aqui não é uma exceção, conheçam essa grande banda e se liguem na ideia que trocamos a seguir.



Fala pessoal, obrigado por falar com a gente, pra começar, conte-nos um pouco de sua trajetória, como surgiu a Horace Green?
Opa o Horace começou sem grandes pretensões obviamente, a gente estava se encontrando direto em shows e conversávamos sobre uma banda assim até que alguém teve a brilhante de ideia de juntar essa galera e começar a tocar, do primeiro ensaio para a formação atual só ficamos eu e Chero, que no primeiro ensaio tocou guitarra e só depois foi pra batera.

Seu último disco, “Jazz depois da meia-noite” (2015), saiu a algum tempo, mas vamos falar sobre ele, como foi o processo de criação dessas 10 faixas presentes nesse disco?
A gente já tinha lançado o 7”, o EP e o split e estávamos com essa ideia fixa que era a hora de lançar um CD full, começamos a compor e mesmo sem as letras, fomos criando as musicas já na ordem que acreditávamos que deveria estar no disco...tipo após fechar uma musica nova a gente já posicionava ela “essa é bem faixa 3 né” e assim foi saindo.
Eu estava numa fase meio conturbada, me preparando para mudar de casa, a paternidade chegando e acabou que dividimos bem as composições, nesse disco tem 4 letras minha, 3 do Fox e 3 do Clayton, por mais que eu ame escrever, acho que foi essencial essa divisão.

Voltando um pouco mais atrás em sua discografia, além do full, vocês lançaram dois Eps, “Sempre Melhor” (2013) e “Madeira” (2014), lançados de forma sequencial entre 2013 e 2015, o material tem ligação entre si ou são lançamentos individuais?
A gente não é uma banda muito conceitual, os trampos não são continuação ou algo do tipo. Mas eu gosto muito de ouvir na sequencia e ver uma evolução natural das composições e das letras.

Além dos lançamentos já citados, em 2015 vocês participaram de um Split com Running Like Lions, Plastic Fire e Rallye, como foi participar desse trampo?
Fomos convidados para participar, já estavam as outras 3 bandas fechadas e resolveram que seria legal ter mais uma banda. Foi uma bela surpresa pra nós, tínhamos 2 musicas quase prontas e corremos um pouco para entrar no prazo do projeto mas gostamos do resultado. Gosto muito da ideia de ter 2 bandas cantando em português e 2 em inglês, e elas não se parecem em nada uma com as outras mas todos são amigos e tocam no mesmo meio. Fora que a parte gráfica desse Split é muito linda!

Tratando um pouco da parte lírica da banda, qual a mensagem que vocês buscam passar em suas letras, e como vocês compõe? Em conjunto? Separadamente? O som depois a letra ou vice versa?

Sempre os sons surgem primeiro e as letras depois, no Jazz a gente fez prés na casa do Fox de todas as musicas então acabou que todos participaram das composições... Sempre tinha um trecho que precisava alterar e alguém dava ideia final sabe. A gente funciona bem assim, um traz uma base de musica e ela vira algo no ensaio com todos participando, e as letras também funcionam assim. Tem um autor principal, mas todos dão pitaco para arrumar a melodia e até mesmo a ideia das mensagens.
Sobre as mensagens, nós acreditamos muito no poder de mudança que a musica tem, senão fossem as letras de bandas como Dead Fish, No Violence e Dominatrix, provavelmente nós não teríamos a postura politica que temos hoje em dia sabe? No começo até tínhamos uma preocupação em não falar sobre nada pessoal pois queríamos fazer uma banda melódica mas com uma postura punk, mas hoje conseguimos equilibrar bem isso, no jazz tem letra de amor, letra contra a postura das religiões contra os homossexuais, falamos sobre o machismo e até abuso sexual infantil.

A Horace Green tem um som bem versátil, dá pra sacar inúmeras facetas em suas músicas, que músicos ou bandas vocês consideram como influências importantes pra banda?
Cada um traz coisas muito diferentes pra banda, o Fox gosta muito de rock progressivo, Clayton de bandas instrumentais tipo Tortoise e eu sou fã de Legião Urbana! hahahahahaahah Mas nossa base como banda é o começo do emo e os anos 90, tem muita coisa foda ali...
Quais são os planos pra esse segundo semestre de 2017, vocês pretendem lançar algo esse ano? Possuem material inédito composto?
Esse ano temos feito tudo com calma, sem pressa. Mas tem coisa nova rolando nos ensaios, sem grandes expectativas do que fazer com elas, sem nenhum projeto por hora.

Por onde vocês tem tocado durante o ano e qual é a agenda da banda para os próximos dias pra quiser colar num show da Horace Green?

Esse ano com os papais recentes acabamos tirando o pé do acelerador e fizemos bem menos shows do que costumávamos fazer, mas felizmente só fizemos shows legais e shows com propósitos como arrecadação de alimentos, roupas ou ração. Agora em Junho tocaremos no lançamento do novo CD dos amigos do Dinamite Club na JAI, vai rolar show em Jundiaí (que não vamos pra lá tem uns dois anos) para ajudar uma criança e tocaremos no Black Embers Fest.

Nos rolês para as apresentações vocês devem dividir o palco com muitas bandas por aí, o que você destacaria na cena atualmente que merece ser ouvido com atenção?

Tem muita banda boa rolando por ae, muita mesmo. O Horace nunca se preocupou em se segmentar então tivemos o prazer de tocar com bandas de power violence até shoegaze. O que eu, Shamil, gostaria de destacar são O Inimigo de São Paulo, Nada em Vão de Brasilia, Better Leave town de Curitiba e o Desventura de Uberlândia. Grandes bandas!

Agora uma pergunta infame, mas uma curiosidade pertinente, gostaria que mandassem um Top 5 de discos essenciais e indispensáveis pra vocês.

Essa eu vou TENTAR responder como banda tá, mas acho que para o Horace Green ser o que é hoje em dia foi graça a todos terem ouvido muito:

- Hot Water Music – No Division
- Samiam – Astray
- Garage Fuzz – Turn the Page...
- Small Brown Bike – Dead Reckoning
- Noção de Nada – Sem gelo

Gostaria de agradecer pela atenção, e reservar este espaço pra que mande seu salve como quiser a todos que acompanham a banda e aos leitores do Microfonia. Valeu!
Pow a gente só tem a agradecer pelo espaço aberto pra banda, parabéns por manter um blog ativo! E fica aqui nosso #foratemer até mais!

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