sábado, 29 de agosto de 2020

DONA IRACEMA - BAHIA


 Dona Iracema

Vitória da Conquista, Bahia

Hardcore, Caatincore

Balaio (vocal), Diegão Aprígio (vocal e contrabaixo), Anderson Gomes (vocal e guitarra) e Oscar Sampaio (vocal e bateria)


Irreverência, atitude, respeito às diferenças e não menos importante resgate da música regional brasileira. Tudo isso se resume a Dona Iracema, quarteto baiano de Vitória da Conquista que mostra em seu trabalho recente “Balbúrdia”.

Com a mistura dos pesados riffs do hardcore com a música brega, o axé music e o forró, a banda, formado por Balaio (vocal), Diegão Aprígio (vocal e contrabaixo), Anderson Gomes (vocal e guitarra) e Oscar Sampaio (vocal e bateria) começou fazendo cover das músicas dos Raimundos e hoje são criadores de um estilo próprio: o “caatincore”, que é a mistura do hardcore com as tradições musicais da caatinga do nordeste brasileiro.

Defensores ferrenhos da igualdade de gênero, hoje a banda tem na linha de frente (vocais), uma transexual, a irreverente e belíssima vocalista Balaio. Atitudes como a da banda Iracema vêm sendo muito comuns na cena hardcore, fazendo com que a cena seja cada dia mais diversa e inclusiva.

Balaio possui uma ótima voz, que se encaixa perfeitamente na proposta da banda, com linhas de guitarra que além de explorar a nata da música nordestina, tem riffs matadores de guitarra que bebem não só do hardcore, mas também do heavy metal.

“Balbúrdia” é um belíssimo trabalho e merece destaque para as músicas “Cara de Pau”, onde eles personificam como é um cidadão de bem no idioma “baianês” (risos), “Volta pra Casa João”, com a participação do mestre multi-instrumentista Luiz Caldas e “Eu tô no CID”, que faz ironia ao fato de uma pessoa transexual estar na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas de Saúde (CID) e ser considerado uma doença, fato que durou por 28 anos até 2019 e que a OMS deixou de classificar.


Em linhas gerais, Dona Iracema tem um ótimo trabalho e podemos considerar uma das grandes referências do rock nordestino, onde só tem evolução no rolê deles, ao qual desejamos como sempre aqui, vida longa nessa saga iracemática!


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