segunda-feira, 20 de julho de 2020

ENTREVISTA SÖMBRIÖ

Hoje nosso papo é com os malucos da banda de Metal Punk Sömbriö, os caras são de Floripa/Goiânia e lançaram no início desse ano seu primeiro full, "Fogo, Poder e Destruição", que além de sons inéditos, conta com nova formação e destilam toda a aura maldita em um som que caminha por vertentes que agradam em cheio quem curte um metal cru e sem firulas, mais um grande lançamento de 2020 sem dúvidas, pra saber mais sobre esse disco e como andam as atividades da banda em meio a esse cenário de morte e pandemia que está varrendo o país,  se liguem logo menos nas ideias que os caras mandaram!!!



A história da Sömbriö começa em 2018, apesar de breve já rolou muita coisa até chegar no primeiro album “Fogo, Poder e Destruição”, como vocês resumiriam a trajetória da banda até aqui?

Paulin: Começamos em janeiro de 2018 só querendo fazer um som cru e livre que pudesse ser o que a gente quisesse que fosse, se soasse thrash ou punk tanto faz, o feeling que ditava. Ensaiamos algumas semanas e gravamos a demo "Cortejo Fúnebre". Começamos como um duo mas já na intenção de arrumar um baixista. Logo nos primeiros shows conhecemos o Guilhotina, que já participou da nossa primeira tour pelo Sul no mesmo ano. Desde então até a gravação do álbum tivemos bons momentos com shows locais e com uma tour pelo Centro Oeste e outra pelo Sul em 2019 que fizemos as datas junto ao Whipstriker(RJ). Nesse tempo amadurecemos muitos quanto ao som, referências e o modo de compor. Houveram brigas, farra, curtição, conhecemos gente nova e cidades novas. Acho que isso resume o período antes do álbum hehehe 



Pra gravação do primeiro album da banda vocês contaram com uma nova formação, poderiam nos falar um pouco sobre como está funcionando as coisas na banda e como foi o processo de gravação?

 Paulin: Atualmente mesmo tá caótico, com essa situação da pandemia não estamos conseguindo nos reunir direito. Mas na teoria era pra estar funcionando em quarteto: Antifernando na guitarra, Urbano na batera, Guilhotina no baixo e eu nos vocais/guitarra. Essa era a formação que ia pra tour em São Paulo, que era pra ter acontecido em abril se não fosse a pandemia. Agora quanto o processo de gravação do álbum foi bem rápido. Começou depois da tour em julho de 2019 com o Whipstriker, eu estava morando em Floripa na época e já estava compondo novos riffs com o Guilhotina que também mora lá. Mas pra gravar precisávamos da banda completa, daí que chamei o Antifernando e Urbano em Goiânia pra entrar nessa. Não tinha nenhuma música feita, parti pra Goiânia só com as ideias. Infelizmente o Guilhotina não conseguiu viajar, então ensaiamos eu, Antifernando e Urbano exatamente 1 mês compondo e praticando pra gravar o mais rápido possível enquanto estava em Goiânia. Deu certo, fomos ao estúdio de manhã e pela noite já tínhamos gravado tudo.

Como rolou a química dessa nova formação ao vivo e quando rolou a estreia da banda com os novos membros?

Paulin: Essa nova formação já tinha se reunido antes do Sömbriö existir na Desastre(GO), banda das antigas de Goiânia que nos últimos anos só havia restado o Wilton de membro original. E pro retorno da Desastre coincidentemente (nem tão coincidência assim, já rolava uns contatinhos na cena) o Wil me chamou pra assumir a guitarra, Urbano na batera e o Antifernando no baixo. Então a química já existia entre a gente. Conseguimos tocar apenas uma vez com a formação do álbum no final de 2019 antes de lançá-lo. Mas oficialmente não conseguimos lançar o álbum estreando tocá-lo ao vivo, pois assim que íamos fazer a tour de lançamento em 2020 tudo veio por água abaixo com a pandemia.

O disco foi lançado em janeiro, como vocês sentiram a recepção da galera ao novos sons e qual diferença que vocês apontariam desse novo disco para os materiais anteriores lançados até então?

Paulin: Acho que houve uma certa surpresa porque esse álbum já é bem diferente do que havíamos feito. Talvez mais metal que punk, mas nunca só um ou outro. Mas embora diferente, o retorno que tivemos desse material foi super positivo. Mesmo lançando ele em 2020 que é um ano atípico para as bandas, no qual não podemos nos apresentar ao vivo, vendemos por correio muitas camisetas e CD's. Também fizemos muitos contatos novos através desse material, pessoas que conheceram a gente através dele. 



Vimos várias definições para o som da banda, metal punk, D-beat, Black thrash, etc. Sei que esse lance de rótulos é meio chato, mas como vocês definiriam o som da banda pra alguém que não teve acesso ao mesmo?

Paulin: É difícil ter uma definição pois tem tudo isso que disse misturado se analisar em partes hehehe mas se for pra escolher só um eu diria que podem nos definir como Metalpunk. É um termo abrangente, pode ser thrash, heavy, black thrash, punk/d-beat que tá tudo incluso dentro disso.

Em que fontes vocês costumam beber pra ter inspiração na hora de criar os sons da Sömbriö?

 Paulin: Maconha, álcool e psicodélicos hehehehe brincadeira (nem tanto). A gente curte muita coisa diferente, as vezes nos enrolamos com post-punk, as vezes grind, as vezes death metal... Acaba que temos uma biblioteca musical bem variada, daí uma vez que temos um beck legal pra descontrair entre nós, um riff, umas ideias e sentimentos confusos botamos em prática e tudo sai natural.

Um lance muito interessante na sonoridade do disco, é a maneira como soa orgânico e na cara o som, dando uma aura ainda mais maldita nas músicas, era isso que vocês buscavam durante a gravação? PS Vale ressaltar que fica aqui registrado os parabéns pelo puta som foda que conseguiram captar pra pôr no disco, a produção atingiu o que acredito ser o ponto certo para o tipo sonoridade que a banda pratica! 

Paulin: Pô, satisfação total em ouvir isso! Era exatamente essa vibe que buscávamos. Pra esse material queríamos que a gravação fosse bem próxima do que fazemos ao vivo, tanto é que não existe metrônomo algum nesse álbum, é tudo louco e no tempo que quisermos heheh fizemos a gravação dos instrumentos com todo mundo tocando junto, com fones individuais e tudo microfonado, cubos de guitarra/baixo isolados em salas separadas. Gravamos com o Gustavo Vasquez, que já estávamos planejando pois sabíamos que o cara saberia gravar como a gente queria. Ele já teve banda de thrash, já gravou muita banda de som pesado e é doido como a gente, então ele era a melhor opção pra essa sonoridade que buscamos e ficamos muito satisfeitos.

A capa de “Fogo, Poder e Destruição” é muito foda, combinou demais com o conteúdo musical, como foi concebida a ideia e de quem é a arte?

Paulin: A ideia da capa foi minha, pensei muito em como poderia ser uma capa que combinasse com os sons e tudo. Queria muito algo na pegada anos 80 também. Mas nunca teria se materializado dessa forma se não fosse o Lucas(Evilcult). Ele além de tocar na Evilcult é um super artista gráfico e depois de explicar a ideia da capa ele facilmente já conseguiu fazer tudo e ficou muito bom. O perfil dos trabalhos dele é o @fromhellarts, vale a pena conferir.

De que forma a banda tem lhe dado com a questão dessa pandemia maldita, vocês tiveram muitas datas canceladas devido a isso? E de que forma isso impactou o lançamento do disco, visto que dois meses depois tudo começou a fechar?

 Paulin: Tem sido foda... muitos planos que íamos pôr em prática foram adiados. Era pra lançarmos o disco em uma tour por SP em abril como tinha dito acima. Parcelamos o merchan todo, fizemos camiseta, CD's. A notícia da pandemia foi um choque, pois o melhor jeito de vender material pra pegar o dinheiro de volta é tocando ao vivo. Mas fomos tentando nos adaptar, passamos a divulgar a venda pelos correios e acabou que nos ajudou bastante a pagar as dívidas que havíamos feito esperando esses shows. Além da tour de SP tínhamos muitos planos de ir pra lugares que ainda não fomos como o Norte/Nordeste. Mas se tudo der certo continuamos isso em 2021!

Quais são os planos da banda nesse momento? Vocês continuam ensaiando ou compondo? Tem material inédito? 

Paulin: Por enquanto queremos fazer o que tá no nosso alcance, já que não podemos fazer show temos alguns planos de gravar clipes de algumas músicas desse álbum novo, fazer uma live ainda e continuar vendendo os materiais pelo correio. Continuamos compondo sim, apesar dos ensaios estarem em um ritmo na medida do possível teremos muitas novidades até o fim do ano e em 2021. Pro próximo ano além de tocar esse álbum que não conseguimos estrear ao vivo ainda, já vamos deixar um álbum novo no gatilho pro meio de 2021.

Mantendo o tradicional pedido de todas as nossas entrevistas, gostaria que vocês nos dissessem quais são os cinco melhores discos de todos os tempos segundo a Sömbriö? 

Paulin: Dei uma interrogada no pessoal e o nosso top 5 por enquanto seria esse:
1° - Anti Cimex - Absolut Country of Sweden
2° - Broken Bones - F.O.A.D
3° - Black Uniforms - Splatter Punx on Acid
4° - Napalm Death - Harmony Corruption
5° - Celtic Frost - To Mega Therion

Pra finalizar, gostaria de agradecer por falar com o Microfonia e reservar esse espaço pra que deixem suas considerações finais!!! Obrigado!!!

Paulin: Primeiramente agradecer ao Evandro pelo espaço, muito obrigado por manter essa rede de informações e entretenimento sobre o nosso querido underground! E que mantenham vivo e apoiem os blogs/zines que dão essa voz para as bandas. Valeu quem acompanhou até aqui, se mantenham seguros durante essa pandemia e foda se o presidente!!!


SPOTIFY: https://open.spotify.com/album/5mneWosZXBdiOwGMqdYRWs?si=XUrbSx-HTAOLg5aYD3-BSA

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