quarta-feira, 13 de setembro de 2017

ENTREVISTA DECEIVERS



O Deceivers já possui uma trajetória longa no underground nacional, em atividade desde de 1994, os caras possuem muita bagagem e historia pra contar, em plena atividade de divulgação de seu novo disco "Poisoning", lançado recentemente e disponível pra audição nas plataformas digitais de streaming e no Youtube, os caras seguem a todo vapor e vão realizar o show de lançamento do album em alguns dias, esse e mais vários detalhes a respeito do trampo dos caras vocês podem conferir a seguir na entrevista que realizamos com a banda, respondida pelo vocalista da banda, Gregório Salles! Confiram! 



Com uma trajetória que nos remete a 1994, gostaria que vocês resumissem um pouco dessa história nos dizendo quem é o Deceivers hoje e o que mudou para vocês em termos de sonoridade nesses tantos anos de estrada?


Realmente são muito e muitos anos...tudo mudou, a qualidade das bandas de hoje, as gravações e toda a pulverização que dá para fazer no digital. Vivemos essa transição toda e acredito que todas as bandas precisam se atualizar nessa nova realidade, onde “divulgação” virou algo muito maior e mais desafiador.

Podemos considerar que vocês são pioneiros no país ao executar essa sonoridade mais moderna, mesclando thrash, hardcore, hip hop, em que artistas vocês se inspiraram quando decidiram montar o Deceivers?

Cara ouvíamos muito Suicidal, Sepultura, Machine Head do começo, DFC, Restless, Os Cabeloduro, Pantera, e até Korn (lá de 96) .... Pra se ter uma ideia trocávamos ideia com os caras do System of a Down quando eles tinham apenas uma demo iniciando na gravadora... olha só.

Vocês lançaram recentemente Poisoning, novo álbum de inéditas depois de um bom tempo, qual tem sido a reação da galera a esses novos sons?

Estamos muito animados! Excelentes comentários e aparições em sites de peso. Há pouco estivemos na lista da Alternative Press, entre as “10 bandas do Brasil que você precisa ouvir”. Sabemos que o disco ainda tem que chegar mais longe e esperamos fazer isso nesse ano e no outro.

A produção de seu novo disco ficou a cargo do renomado produtor dinamarquês Jacob Hansen, como vocês chegaram a essa escolha para produção e de que forma foi que rolou o processo?

Na verdade, o Jacob fez a masterização e finalização dos áudios, um processo próximo a uma mix final; ficamos muito felizes com o trampo dele! A produção mesmo e a mixagem ficou a cargo de Marcos Pagani conosco. Só frisando que o Pagani tem no currículo bandas como Violator e DFC, ou seja, no Brasil não vemos mão mais importante para nos dar a sonoridade que precisamos.

Essa não foi a primeira vez que vocês trabalharam com um produtor gringo, seu EP Paralytic foi masterizado por Justin Shturtz, o que vocês acharam do produto final, soou como esperavam, falando pela banda no caso, para minha audição ficou realmente foda...rs.

Valeu demais! Aquele EP tinha que soar daquela forma, era uma transição mesmo! Também gosto daquele resultado, uma sonoridade mais orgânica...

Mantendo o foco em Poisoning, que temáticas vocês abordam nas letras de seu novo álbum?

Em Poisoning as letras vão para um lado mais pesado, metafórico e protestante. Nossa sociedade está envenenada, cheia de preconceito, e vivendo a violência do terrorismo. Em outra mão, existe a esperança, gente voltada para fazer o bem. O disco traz essa dualidade no som e nas letras, temos certeza que deve trazer a reflexão!

Com todo esse tempo de estrada vocês devem vir acompanhando diversas mudanças no mercado da música, vocês consideram positivas essas novas formas de consumir música que nos são oferecidas atualmente, como as plataformas de streaming por exemplo?

Muito! É um desafio ser uma banda independente e conseguir estar no digital... nos demanda tempo e muito trabalho. Buscamos fazer isso, lançando o disco de forma digital inicialmente, e trazendo muitas plataformas para apoiar isso. Em www.deceivers.com.br tudo isso pode ser visto!

A cena de Brasília tem muitas bandas legais, tendo crescido junto da mesma e ainda vivenciando o dia a dia do underground por aí, que bandas vocês destacariam no cenário atualmente?

Cara, das mais novas destaco o Slow Bleeding, Mais que Palavras, What I Want, Kankra, Extinction Remains e o Shotgun Killa. Das mais antigas temos Terror Revolucionário, DFC, Macakongs, Miasthenia, ARD, Totem, entre muitas outras. Não existe lugar como nossa cidade para parir bandas de qualidade!

Quais são os próximos compromisso da banda, para quem quiser sacar os shows da banda?
Temos o show de lançamento agora no dia 30/09, com DFC, Slow Bleeding e Kankra. Todos os esforços voltados para essa data.

Em tempos complicados como os atuais, como é para vocês viver próximo ao epicentro do turbilhão político que vive o país? Isso influencia de alguma forma suas composições, vocês transmitem essa vivência de sua realidade diária em suas músicas?
Muito. Acredito que vivemos o momento mais apolítico do Brasil, ainda bem. Isso precisa continuar com força total.... Em junho de 2013 tivemos nas ruas a expressão mais importante de um povo que não aguenta mais tanta patifaria no comando do país e suas instituições, aquilo marcou muito e ajudou a compor letras para o novo álbum com certeza.

Olhando para sua trajetória ao longo dos anos, que fatos vocês destacariam como marcantes na história da banda?
Primeiro show com DFC no Garagem do SESC, lançamento da primeira demo e toda a repercussão, show com Sepultura no Porão do Rock, a viagem e moradia em Los Angeles nos EUA, e claro, o novo disco Poisoning!

Mantendo o velho costume de fazer perguntas difíceis, gostaríamos que vocês listassem aí um top Five de álbuns que vocês consideram seminais em toda história.

Segue os meus:
Sepultura – Chaos AD
Machine Head – Burn my Eyes
Meshuggah – Obzen
Biohazard – State of the world address
Pantera – Far Beyond Driven

Para finalizar gostaria de agradecer pela atenção e reservar este espaço para que deixem sua mensagem para a galera que os acompanha e para os leitores do Microfonia.

Agradecemos muito a oportunidade! Peço desculpas pela demora nas respostas... estávamos na correria do disco novo. Esperamos todos vocês no nosso show de lançamento, e não parem de apoiar a cena local e as bandas independentes daqui, especialmente as que fazem música marginal e subversiva, as que não se curvam para agradar nada e nem ninguém, as que estão preocupadas em passar uma mensagem qualquer.

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