quinta-feira, 1 de junho de 2017

ENTREVISTA COM ICARO ALENCAR DE FREITAS DA SKULL FULL OF INK

Hoje o nosso entrevistado é um cara que teve grande parcela de participação na criação deste blog, uma vez que foi o responsável pela arte foda utilizada tanto no blog quanto em nossa página no facebook, mas o trabalho do cara vai muito além, com desenvolvimento de capas de discos e sites, e também como integrante de algumas bandas da cena curitibana, fora a bagagem que o cara trás de onde veio, Manaus-AM, onde tive o primeiro contato com o trampo dele como músico, na época baixista da banda Mortificy, mas tudo isso ele pode relatar melhor que eu, confiram a nossa conversa e conheçam o grande trampo do nosso amigo Icaro!








Fala Icaro, tudo bem? Obrigado por falar com a gente, antes de qualquer coisa, gostaria de saber um pouco da sua história, como e quando você começou a desenhar e o que te levou a explorar essas temáticas gore em suas artes?

Aê Evandro, valeu pelo convite em responder essa entrevista, começando a parada eu sou de Manaus, mas hoje moro em Curitiba com minha esposa e filho, vim pra cá em 2009 tentar a vida, não como artista pois minha formação é em design, profissão que escolhi pois trabalhei muito em agências de propaganda na minha cidade e dai fui no mais fácil de escolher, após isso comecei a fazer alguns trabalhos de manipulação de fotos para capas, dai vi que não era aquilo que gostava de fazer e dai voltei a apenas desenhar para tentar chegar no ponto que hoje parece estar mais próximo pra minha arte.
Cara pode parecer clichê, mas eu desenho desde criança, sempre quebrando o galho nos corres das minhas irmãs quando elas organizavam aniversários lá em Manaus, desenhava sempre nas cartolinas, aqueles esquemas da Disney ou personagens que bombavam na época, não existia digital e dai era no lápis e caneta pincel ou bic, quando a coisa apertava elas corriam pra pedir ajuda, dai fui crescendo e desenhando sempre que podia, umas horas eu parava por desmotivação e depois voltava, mas sempre
desenhei, no início era mais super-heróis da Marvel Comics, daí fui crescendo parando com desenhos copiados, comecei a estudar anatomia por conta (não sou um especialista, mas sei o que me parece certo ou errado e continuo estudando até hoje) e com o advento da internet fui entrando nos fóruns gringos de arte e fui vendo que poderia aprender mais e que era aquilo que eu queria dai não parei mais. Quanto a temática Gore eu comecei depois de velho assistindo a filmes, documentários sobre o assunto em VHS, tais como o Faces da Morte e aqueles filmes B de terror de baixo custo, e também quando me envolvi na cena metal em Manaus, mas tudo veio naturalmente, vi que eu tinha mais facilidades na época em desenhar pessoas mortas, decapitadas ou algum detalhe mais extremo, tanto que minha esposa pergunta se eu sei desenhar algo menos pesado (risos).




Quais as especialidades de seu estúdio o “Skull full of ink”, qual o nicho de mercado que você trabalha com seus desenhos?

Na Skull Full of Ink eu tento atender a todos os estilos extremos possíveis de música e antimusica (goregrind, grindcore, splatter, death metal, thrash metal e sua vertentes), não fico apenas no estilo que amo que é o grindcore, atendo a todos os pedidos da melhor forma possível que atinja a todas as expectativas.



Você já criou algumas capas de discos pra bandas, poderia citar quais bandas que você trabalhou até aqui?

Sim o foco da Skull Full of Ink é justamente a produção de ilustrações de capa e ilustrações internas para todo o material da banda, mas também realizamos a parte de design (diagramação do material para as gráficas) se a banda não tiver quem o faça e também criamos logotipos para bandas, entre clientes atendidos eu destaco os da Retaliate que toca um Thrash/Death Metal , com eles fiz a capa do debut CD chamado Stream of Excremet (esse trabalho ficou entre as 20 melhores do mês de Outubro de 2016 num site gringo), agora estou trabalhando na segunda capa da banda, fiz também uma capa para a banda Scorner do mano Mauricio Laube do CD Monolithyc Insanity e a da banda de deathgrind Highschool Massacre chamada Alienation, todas daqui da região Sul.

Alguns dos trabalhos realizados para bandas, mais a arte do cartaz do festival "More gore than before"


Que tipos de técnicas e materiais você costuma utilizar nas suas criações?

Eu costumo usar de tudo um pouco, uso nanquim, penas, pinceis, canetas técnicas, marcadores e quando posso utilizo um pouco de arte digital, só não uso mais pois tem bandas que não curtem e por isso não fecham o trabalho comigo por usar o PC pra fazer alguns detalhes no desenho para o layout final, na maioria das vezes quando preciso de um grande número de informações e detalhes eu desenho por partes, escaneio e monto no computador como foi o caso das artes que fiz pra Microfonia Underground.

Você além de desenhista é músico, quais atuais projetos musicais que você está envolvido e por quais bandas já passou? Tem trabalhos lançados com essas bandas?

Cara como disse anteriormente fui envolvido na cena metal em Manaus e hoje estou envolvido aqui também, em Manaus fiz parte da banda de Brutal Death Metal chamada Mortificy, lançamos uma demo chamada Brutal Instinct of Retaliation, um Split na Europa e outro aqui no Brasil com o Mesemon Ecrof , fiz parte do projeto Cizin, dai dei uma parada e só voltei a fazer algo em Curitiba depois de me mudar e ficar procurando banda pra tocar, dai rolou alguns ensaios com a The Negation, mas tive de parar pois foquei na minha pós, hoje eu estou na Highschool Massacre, que lançou algumas demos e o EP Alienation, como baixo e vocal e na Horrific Disturbance, que tem uma EP chamada From Birth to Annihilation, como vocal apenas. 

Capa do spit "Unholy Tryumph" do Mortificy ao lado do Mesemon Ecrof 

Horrific Disturbance




Voltando ao seu trabalho no estúdio, que artistas você considera como referência e influência pro estilo que você desenvolve?

Existem vários que me inspiram nessas pilhas erradas de desenhar, entre eles eu realmente curto o trampo do Hugo Silva, que trampa com nanquim e digital, o Rafael Tavares, que manja muito de pintura digital e tem um trabalho lindíssimo, do Alexandros Pyromallis, Derek Castro que trabalha lindamente com grafite, Vince Locke que sempre trabalha com o Cannibal Corpse e que conheci antes com as artes para o Selo Vertigo da DC Comics e alguns tatuadores que trabalham com o macabro nos seus trabalhos de black and gray .

Como já divulgamos, você foi o criador do conceito de arte do nosso blog, como foi pra você trabalhar no desenvolvimento dessa arte? Você também trabalha com desenvolvimento de sites?

Cara foi tranquilo, você também ajudou bastante, deu um rumo inicial e liberdade para trabalhar em cima da ideia que tinha dado, mas como você notou fomos modificando ela um pouco acrescentando um pouco mais de profundidade, no caso do topo da sua fã page, você só queria um zumbi com fone ouvindo um som, dai acrescentei o fundo e ambientei ele no seu habitat natural. Eu trabalho com sites também, desde o layout até o a montagem dele sempre que surge alguém interessado.

Arte desenvolvida para o Microfonia, nessa dia em estágio de finalização


Sempre achei que desenho e música tem tudo a ver, principalmente quando ligamos ao metal, grind, HC, etc. Você costuma ouvir um som enquanto cria suas artes? O que rola no seu player?

Cara tem de rolar sempre, na maioria das vezes quando estou trabalhando em uma arte eu escuto o som da banda que estou trabalhando, mas escuto de tudo um pouco, desde Mad Ball até Dimmu Borgir, depende do dia, tem dia que estou mais light e tem dia que estou mais pro crime na prancheta.

Mantendo um pouco nesse sentido, como é processo pra criação da capa de um disco? A banda te passa algum conceito, você ouve as músicas? Poderia detalhar pra nós?
Meu processo de trabalho em uma comission é conversar com o cara que vai ser a ponte com da banda comigo, pego as idéias daí vou montando a arte na minha cabeça e passando pro meu sketchbook durante o papo, se possível escuto dois sons da banda, um mais calmo e outro mais porrada, pra conhecer mais o trabalho da banda, depois disso faço 4 esboços pequenos de como penso a composição de como a capa poderá ficar, dando sugestões de enquadramento dos itens que irão compô-la, em seguida passo pra mesa de desenho e faço um rascunho melhorado do desenho para passar pra banda, sem tanto efeito pois isso eu deixo pro nanquim, em alguns casos já mando com boa parte da hachura aplicada, após aprovarem o lápis eu vou pra prancheta e daí vou finalizando misturando pincel, canetas técnicas e penas, depois de pronto eu escaneio e dou umas ajustadas no contraste e aplico o branco nos brilhos que forem precisos, mando pro cliente pro aprove final e dai gero o arquivo com resolução máxima para uso da banda.



Quem quiser contratar seus trabalhos pode entrar em contato por quais meios? E que áreas mais além das que já citamos você se envolve neste trabalho?

Cara para entrar em contato é só visitar o site da Skull Full of Ink (www.skullfullofink.com), lá tem um formulário de contato e nosso portfólio digital com as artes, ou acessar nossa fã page (https://www.facebook.com/skullfullofink/), e tem também nosso Instagram (https://www.instagram.com/skullfullofink/), onde estamos sempre que possível atualizando com rascunhos que em alguns casos estão disponíveis para venda.

Cara, gostaria de agradecer pelo tempo concedido pra conversar com a gente, pelo ótimo trabalho desenvolvido pra gente e reservar este espaço pra que você deixe seu salve como desejar! Valeu!

Mano, eu que agradeço Evandro essa força que você está nos dando com essa entrevista nos ajudando a espalhar a ideia pros amigos que curtem o Microfonia Undeground.

Obrigado mais uma vez!

Stay on the grindind!!!!


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