quinta-feira, 9 de abril de 2020

ESKRÖTA - CENAS BRUTAIS (2020) - REVIEW MICROFONIA






Ficha técnica:

• Banda: Eskröta

• País: Brasil - (Rio Claro-SP/ São Carlos-SP)

• Atividade: 2017- presente

• Álbum: Cenas Brutais

• Gravadora: Independente

• Produção, mixagem e masterização: Martin Furia

• Co-Produção: Prika Amaral (Nervosa)

• Gênero: Crossover

• Membros: Ya Amaral - Vocal e guitarra, Tamy Leopoldo - Baixo e back vocals, Jhon França - Bateria



Cenas brutais é o primeiro full da Eskröta, o antecedem o EP "Eticamente questionável" e o  Split com a Afronta, "Ultriz", são onze faixas produzidas pelo Martin Furia e com co-produção da Prika Amaral, guitarrista da Nervosa, possui várias participações que somaram positivamente as faixas em questão, que citaremos logo menos!
"Cenas Brutais" é fruto de um financiamento coletivo, que inclusive ultrapassou a meta proposta, mostrando a força da banda no underground que vem lançamento após lançamento ganhando destaque na cena e sem dúvidas tem muita representatividade.
O disco inicia com a faixa "Grita" e dá a tônica do que é o "Cenas brutais", sucessivos retratos de situações cotidianas, sobre violência contra mulher, injustiças sociais, repressão policial, que infelizmente são comuns no dia a dia de milhões de pessoas. 
Aqui já temos uma amostra do que vai ser a marca registrada ao longo das onze faixas, o trampo de guitarra é excepcional, uma enxurrada de riffs é despejada com autoridade, impossível não se contagiar com a força de cada faixa, que são certeiras e brutais!
"Tribunal popular" trata sobre a incursão policial na favela de Paraisópolis que acabou em tragédia devido a ação truculenta da policia, tem uma pegada até mais hardcore em alguns momentos e variações pra um momento de cadência que é simplesmente um convite pra quebrar o pescoço!!!
"Vai se arrepender" traz a primeira participação do disco, Mayara Undead Puertas, do Torture Squad, uma música sobre vingança! Um thrash metal fudido, rifferama e velocidade, e os vocais de Mayara imprimem ainda mais agressividade na faixa!
Na sequencia vem "Cárcere", outra faixa abordando de forma certeira e inteligente o tema violência contra mulher, que sem dúvidas é uma epidemia no Brasil, sobre uma mulher que precisa matar o marido em legitima defesa, pois é matar ou morrer, levando sempre a uma reflexão.
"Cruzamento maldito" não dá refresco algum, segue a pancadaria é riff em cima de riff, uma letra que trata de injustiça social, sobre pessoas invisíveis que tem que se humilhar nos semáforos em troca de alguns trocados pra sobreviver e são ignorados diariamente.
"Condenados" é outra faixa que retrata a violência policial nas comunidades carentes e é muito foda, tanto a letra quanto a música em si, muito bem construídas!
"Não vale nada" fala sobre os crimes da Vale em Brumadinho e Mariana que vitimaram centenas de famílias e seguem impunes até hoje.
"Massacre" retrata a invasão das terras e extermínio dos povos indígenas  e tem uma letra bem forte e incisiva nesse sentido, retratando um caso real.
"Follow the money" é um retrato do país atualmente, fala sobre a corrupção e o sucateamento do SUS e o povo sendo jogado na miséria a mercê da própria sorte! 
"Refugees" fala sobre a postura xenófoba de parte das pessoas com os refugiados, como se fossemos donos dessa terra e traz a participação foda da Fernanda Lira, vocal e baixo na Nervosa, um crossover mais que oportuno entre Eskröta e Nervosa que rendeu essa faixa extremamente agressiva!
Fechando o disco temos "Filha do Satanás", que retrata em sua letra a conhecida história de Carrie, a estranha, de Stephen King, que ficou muito foda na abordagem aqui feita, com a participação de Hugo Golon da Cemitério fazendo o duo vocal pra contar essa história de vingança telecinética!
Juntando todas as onze faixas nesse último comentário sobre o disco, podemos observar que a produção ficou impecável, captou todo o peso e agressividade da banda, sujeira na medida certa e Jhon França se encaixou muito bem na bateria da banda, trouxe um novo vigor, o cara tem uma pegada perfeita para o que foi proposto no disco e não poderia deixar de citar a arte que embala tudo isso, Alcides Burn entregou uma capa foda pra caralho que dialoga muito bem com o título do disco, é isso! Ouçam "Cenas Brutais", comprem merch da banda e apoie o underground, principalmente nesse momento de pandemia em que está todo mundo parado e dependemos de nos unir pra que todos se mantenham nessa parada obrigatória, valeu!!!


TRACKLIST

1- Grita
2- Tribunal Popular
3- Vai Se Arrepender
4- Cárcere
5- Cruzamento Maldito
6- Condenados
7- Não Vale Nada
8- Massacre
9- Follow The Money
10- Refugees
11- Filha Do Satanás 




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