quinta-feira, 8 de março de 2018

ENTREVISTA CULT OF HORROR

Hoje nós vamos falar com os caras de uma banda que me foi uma grata descoberta, diretamente da talentosa cena do RJ, o Cult of Horror transmitiu muito bem o seu cartão de visitas com seu debut "Babalon Working" de 2016, trazendo uma aura obscura e o espirito old school na sonoridade influenciada por bandas seminais como Celtic Frost, Hellhammer e Venom, filmes de terror, satanismo e ocultismo, a mistura não poderia ser melhor, ouçam esse disco, não irão se arrepender!






Fala pessoal, obrigado por falar com o Microfonia, primeiramente gostaria de saber como surgiu o Cult of Horror, e de que forma vocês escolheram o direcionamento musical que a banda teria?



DoomHammer: A ideia da banda surgiu em 2015, quando eu voltei de uma tour com o Whipstriker nos EUA. O William Pazuzu e eu sempre tivemos bandas juntos e começamos a conversar sobre fazer algo mais na linha oldschool black/death/doom . Passamos 3 noites na minha casa enchendo a cara e compondo músicas. Gravamos os riffs e as linhas de voz de forma tosca no celular para não esquecermos das músicas e enviamos pro Hugo Golon (Cemitério) para ele dar uma ouvida. Ele curtiu a ideia do som e topou gravar a batera conosco. O Hugo veio pro RJ pra gravar a bateria do disco do Whipstriker e aproveitamos pra gravar as nossas também. O mais louco de tudo é que gravamos o álbum sem nunca termos ensaiado, pois somos do RJ e o Hugo de SP. Foi assim que nasceu o disco Babalon Working. Eu gravei as guitarras e o baixo; o Pazuzu fez os vocais e o Hugo tocou a batera. Até então, não éramos uma banda. Era mais um projeto do Pazuzu comigo. Começamos a receber boas críticas e convites pra tocar ao vivo e viramos uma banda de fato. Convidamos o Dyd Bastard (Tyranno) e o Bitch Hunter (The Unhaligast/Tyranno) pra banda e eles toparam. A formação da Cult of Horror é Pazuzu (voz), DoomHammer (guitarra), Dyd Bastard (baixo) e Bitch Hunter (Bateria).

Ano passado vocês lançaram um split com a banda Martírio, em formato de k7, com tiragem limitada, vocês curtem esses formatos old school? pretendem lançar mais material dessa forma ou em vinil?


DoomHammer: Curtimos muito! Todos nós vivemos a época do vinil, K7 e VHS e continuamos apaixonados por tecnologia analógica. Isso tem a ver também com a sonoridade da banda, que é toda voltada ao metal oldschool. Lançamos material em CD também, pois não tem como fugir disso ainda. O Split Vengeance of Horror, com o Martirio, foi lançado apenas em K7 pela Nightmare Productions. Damos sempre preferência aos lançamentos em vinil e K7, mas o CD continua sendo ainda um formato importante. O que nunca faremos é lançamento apenas virtual. Não consideramos como lançamento qualquer coisa que só saia em formato virtual. Disco lançado apenas no virtual não é material lançado. 


Babalon Working foi lançado em 2016, muita coisa rolou de lá pra cá, como vocês enxergam os resultados obtidos com esse disco? E como avaliam que foi o retorno do público ao trabalho?

DoomHammer: Ficamos bastante surpresos com os resultados obtidos e o retorno do público, pois não tínhamos muitas ambições. Como eu disse anteriormente, a ideia original não era nem pra ser uma banda. Era algo mais naquela onda “bora gravar um disco e foda-se”. Em pouco tempo, o disco já estava sendo lançado por 13 selos nacionais e um selo polonês, que distribuiu o álbum pela Europa. Começaram a pintar convites pra fazer tour, shows etc. Foi realmente uma surpresa.



Vocês pretendem lançar algo em 2018? Como andam as atividades da banda, quais os planos pra esse ano?

DoomHammer: Estamos terminando a composição do segundo álbum. Vamos gravar no meio do ano e deve ser lançado até o final de 2018. Estamos planejando uma tour no início de 2019 também logo após o lançamento do segundo álbum. Devem rolar alguns splits durante esse tempo também.

Gostaria que nos falasse um pouco sobre a temática lírica de Babalon Working, e como foi o processo de composição pra este trabalho? Quais as inspirações musicais, literárias ou cinematográficas da banda?

DoomHammer: As letras são praticamente todas feitas pelo Pazuzu. A temática são sobre coisas que gostamos, como filmes de terror das décadas de 70 e 80; ocultismo; sociedades secretas; doutrinas ocultas; rituais de magia; satanismo; filmes underground slashers e gores; temas pós-apocalípticos; serial-killers. Esse tipo de coisa. Na parte musical, temos influências do oldschool do black, death e doom, principalmente de bandas como Venom, Celtic Frost, Hellhammer, Carnivore, Darkthrone, Paul Chain, Cirith Ungol, Danzig, bandas da NWOBHM etc. Essa lista de influências é infinita na verdade.



O som de vocês tem uma produção bem característica ao estilo de som que praticam, soando bem cru, o que particularmente acho muito bom, quem foi ou foram os responsáveis pela mix do album, e como foram as sessões de estúdio?

DoomHammer: Somos uma banda de metal oldschool. Então fazemos todo o possível para soarmos dessa forma tanto nos timbres quanto na produção. Não existe nada simulado no disco. É tudo real ali. Nem metrônomo usamos, pois acredito que isso engessa demais o tipo de som que fazemos. O lado bom de não usar metrônomo é que obriga que a banda toque junto na hora da gravação da bateria. Acho que isso dá um “mojo” extra pra esse tipo de som. Os responsáveis pela produção, mix e master foram nós mesmos, com a ajuda do Rodrigo Pex do Tokaia Estúdio, que pilotou toda a parte técnica da coisa. As sessões de gravação foram feitas no Tokaia regadas a muita cerveja. Provavelmente bebemos mais do que tocamos. O Hugo ficou isolado numa sala tocando a bateria, enquanto eu tocava a guitarra e o Pazuzu fazia as linhas de voz. Então a base de tudo foi gravada com aquela onda ao vivo, pois não queríamos usar metrônomo e pretendíamos dar uma onda da banda tocando junto no disco. Depois acrescentei uma segunda guitarra, fiz os solos, gravei o baixo e o Pazuzu gravou as vozes finais.

Seus materiais estão disponíveis pra venda através de que meios? Como adquirir os produtos da Cult of Horror?

DoomHammer: Podem entrar em contato com a banda diretamente pela página do Facebook, Bandcamp ou procurar nos selos que nos lançaram.

Quais os próximos compromissos ao vivo da banda e como levar o Cult of Horror pra tocar por aí?

DoomHammer: Acabamos de fazer uns shows no interior de SP e na capital. Temos um compromisso no Black Magic Fest junto com o Velho, Vazio e Death by Starvation aqui no RJ. Pretendemos começar a agendar uma tour logo após o lançamento do próximo álbum também. Pra nos levar para tocar, basta entrar em contato conosco pela nossa página do facebook ou nossos perfis pessoais e trocar uma ideia.

A cena do Rio tem várias bandas legais, quem vocês indicariam pra uma audição com mais atenção dessa galera que vem se destacando no underground carioca?

DoomHammer: Nos últimos anos, a cena do RJ tem revelado muita banda boa. Algumas já tem uma história grande no underground e outras mais recentes: Apokalyptic Raids, Atomic Roar, Diabolic Force, Farscape, Whipstriker, The Unhaligast, Tyranno, Velho, Flagelador, Morbid Dogs, Lastima, Lapide, Poeticus Severus, Into The Cave, Imperador Belial, Invasão Bestial, Silentio Mortis, entre outras. Provavelmente não lembrei nem metade do que deveria citar.

Mantendo nosso tradicional plágio da Roadie Crew, poderia listar cinco maiores albuns de todos os tempos em sua opinião?

DoomHammer: Isso é uma missão impossível, mas vamos lá! Vou citar 5 álbuns que marcaram a minha vida, mas que não necessariamente são de metal ou tem alguma influência no som da Cult of Horror. Vou criar o número 6 para uma banda atual, pois passo a maior parte do meu tempo ouvindo e descobrindo bandas atuais.
1. Iron Maiden – Iron Maiden

2. Alice Cooper – Love it to Death

3. Judas Priest – British Steel

4. Cirith Ungol – King of the Dead

5. Danzig - I

6. Midnight – Satanic Royalty

Pra finalizar, deixo novamente o meu muito obrigado, e reservo este espaço pra que deixem sua mensagem ao leitores do Microfonia e todos que acompanham o seu trabalho.

DoomHammer:Obrigado pelo espaço! Parabéns pelo trabalho! O underground é a nossa vida e é lá que o metal está. Apoie a sua cena local. Ouça bandas novas, pois tem muita coisa boa acontecendo. Faça parte dessa história!







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