quinta-feira, 26 de março de 2020

ANTAGON - MENTAL POLLUTION (1993) - RESENHA POR BETO FILHO


Ficha técnica:


• Banda: Antagon 

• País: Colômbia 

• Atividade: 1992-1997, 1999, 2013-presente 
• Álbum: Mental Pollution 
• Gravadora: Independente 
• Gênero: Thrash / Death Metal 
• Membros: Luis Guillermo Ramírez (Baixo), David Guerrero (Bateria), Jose Fernando Muñoz (Guitarra) e Alejandro Restrepo (Guitarra e Vocal)



Diretamente das montanhas de Medellín, Colômbia, a banda Antagon é uma ótima opção para quem aprecia o tradicional thash / death oitentista e é prova que do país caribenho temos, além de bons cafés, boas bandas de metal na cena underground. O nome “Antagon” vem do latim, ANTA - CONTRA e AGON - representa o conceito do antagonismo, simbolizando a sociedade em que vivemos: “O império do antagonismo, hostilidade, a inveja e o egoísmo”. 
A banda está na ativa desde 1992 e possui somente um álbum lançado, o “Mental Pollution”, de 1993. A formação atual está assim: Luis Guillermo Ramírez (Baixo), David Guerrero (Bateria), Jose Fernando Muñoz (Guitarra) e Alejandro Restrepo (Guitarra e Vocal). 
Com letras criticando guerras, racismo, ganância e destruição do planeta, o Antagon é uma das bandas pouco conhecidas na cena latino-americana, mas presente na cena underground colombiana. 
Ouvindo o som dos caras, dá para perceber claramente influências de Slayer, Sepultura, Hellhammer e Death. O vocal de Restrepo dá um toque death nas melodias recheadas de thrash executadas com muita técnica. O disco começa com uma intro de guitarra, lembrando as intros clássicas do thrash, como a de “Beneath the Remains” do Sepultura e até mesmo da intro belíssima de teclados do álbum “R.I.P.” dos suíços do Coroner. 
Na sequência, vem um petardo chamado “Slave”. Com uma letra que trata da escravidão, da ganância e do poder, que atrapalham os indivíduos na busca pela verdadeira liberdade. A faixa é recheada de riffs e um thrash altamente convidativo para um moshpit. 
A faixa título do álbum, “Mental Pollution”, é um pé na porta. Trata de um mundo falecido, da destruição em massa da natureza, da hipocrisia do ser humano passando por cima da fauna e da flora mundial, além do aquecimento global e da ganância por dinheiro (um retrato bem parecido com o Brasil atual, não!?). Para mim, uma das faixas mais incríveis desse álbum. Depois, “Corrupt Fleshes”, a música fala dos empresários e políticos que se dizem “heróis” do povo, mas agem sem escrúpulos para serem donos de grandes fortunas, espalhando a fome, a miséria, a violência e a desigualdade em seus territórios. Destaque nessa música para o solo de guitarra ao final, belíssimo! “Blood Legacy”, que fala de loucura e descontrole do ser humano, é uma das faixas na qual o death metal está bem presente. 
Brutal e direto ao ponto, a música é bem trabalhada com belos solos de guitarra. Um som intenso e sombrio. Ainda recheado de críticas ferrenhas ao poder, a faixa “Shaped by Terror” apresenta mensagens pessimistas de um futuro incerto nas mãos de falsos profetas e que, ao contrário de esperança, espalham o sentimento de ódio e dor à sociedade. Um destaque nesta música é que a banda parece ter fortemente se inspirado no solo de introdução da “South of Heaven” do Slayer.
 Para finalizar, minha preferida, “Act of Contriction”. Com letra que aborda a burrice de ser um racista, a música começa e termina com um dueto de guitarras maravilhoso, com uma sequência brutal de riffs que me deu vontade de quebrar tudo aqui em casa em meio a essa quarentena (risos). 
Em resumo, Antagon é uma banda que me causou boa impressão e me provoca a buscar mais bandas de nossos irmãos latinoamericanos. Um thrash muito bem tocado, técnico, com um vocal muito bom voltado ao death com letras bem fortes. Eu só espero que os colombianos voltem a gravar mais um álbum de inéditas um dia, já que “Mental Pollution” é o único e ótimo trabalho realizado no início dos anos 90.





Fontes de pesquisa:



Página Oficial Antagon:


Youtube:


Metal Enciclopédia:

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