quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

O REINO SANGRENTO DO SLAYER – JOEL McIVER (Review Póstumo)



Com a tour final do Slayer chegando ao fim no dia 30/11/2019 com uma incrível apresentação no The Forum em Los Angeles, um ciclo iniciado em 1981 chegou ao fim, e que deixou pela estrada um rastro de agressividade, peso, anti-religiosismo e fidelidade total ao thrash metal, subgênero que ao lado de Metallica, Exodus, Anthax, entre outros, ajudou a moldar e popularizar ao redor do mundo. 




O Slayer sempre será pra mim a maior banda que houve, pois tenho um carinho especial por ter sido meu primeiro contato com metal extremo, não tenho como descrever o impacto que a banda teve pra mim, o primeiro disco que ouvi dos caras foi “Divine Intervention” de 1994, um amigo perguntou se eu queria um CD de uma banda estranha que ele tinha na casa dele, nem imaginava do que se tratava, o cara estava simplesmente me doando uma cópia original do disco a pouco citado, quando abri e de cara vi a foto dos braços de um fã que entalhou na própria pele o nome da banda, pensei, estou diante de algo diferente, e que surpresa foi colocar esse disco pra rodar no cd player e ouvir toda a brutalidade e aura sinistra que emanava logo nos primeiros segundos de “Killing Fields”, dali em diante nem preciso dizer que me tornei um grande fã de tudo o que esses caras produziram dali pra frente e um estudioso de tudo que fora realizado até ali.

Achei necessário escrever algo a respeito desse episódio final presenciado pelo mundo, infelizmente não pude comparecer aos últimos shows dessa lenda no Brasil, em São Paulo e no Rio de Janeiro no Rock in Rio, em outubro passado, mas ao menos pude assistir a um show da banda em maio de 2017 no Maximus Festival em SP, pura catarse, experiência que levarei pela vida e até o túmulo, eu vi o Slayer pelo menos uma vez na minha vida!!! Sem dúvidas se não tivesse vivido isso, não me perdoaria, parafraseando o autor da biografia da banda, Joel Mciver: “...Se você quer conhecer a verdadeira força do Slayer, assista um show da banda. Na verdade, esqueça o que acabei de escrever: se você quer conferir tudo o que a música pesada tem para oferecer, assista um show do Slayer. Se você perder a oportunidade de ter essa experiência hoje, e descobrir amanhã que a banda acabou, você se arrependerá para sempre...” (Pag. 337) 



SHOW NO MAXIMUS FESTIVAL EM MAIO DE 2017

Mas vamos ao que realmente interessa, apesar de tudo o que você puder imaginar sobre o Slayer você possa encontrar em uma Wikipedia da vida, eu ainda sou fã de ter registros físicos da história, isso vale para fotos, discos e obviamente, livros! Portanto quando surgiu o registro biográfico do Slayer eu não poderia deixar passar a oportunidade de incorporá-lo a minha coleção, o título faz jus a lenda e achei perfeito pra ilustrar a história de uma banda que sempre teve uma postura tão agressiva, “O reino Sangrento do Slayer”, minha cópia é uma segunda edição, ampliada e revisada, já que o livro originalmente foi publicado em 2007, a capa da primeira edição é mais legal, porém não cobre a trajetória da banda até onde essa edição vai. 



REGISTRO GRAVADO NA ÚLTIMA APRESENTAÇÃO DO SLAYER 30/11/2019



Aqui temos uma apanhado desde os primórdios de cada integrante, passando pela formação da banda, cobrindo cada um dos discos lançados até “World Painted Blood”, falando sobre a lamentável morte de Jeff Hanneman em 02/05/2013, poucos dias antes do lançamento da primeira edição, num trecho muito interessante onde vários nomes do underground nacional dão depoimentos sobre a importância do cara e do Slayer para eles, e uma incrível cronologia visual da banda com fotos de cartazes primitivos de shows e das sessões de gravação de vários discos da banda, tudo tendo como base as mais de 60 entrevistas realizadas pelo autor e citações e entrevistas em vários outros veículos especializados ao redor do mundo que resultaram nesse maravilhoso registro biográfico! Não poderia deixar de citar o texto de Tor Tauil (Zumbis do Espaço) que dá o ponta pé pra leitura e o prefácio pelos malucos da Municipal Waste, enfim não preciso me aprofundar para quem curte a banda é um item obrigatório e para quem não conhece, o que acho improvável, uma forma de entender toda a mística que envolve o nome Slayer!



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