Muito bom poder ver as mulheres participando fortemente na cena e chutando todos os preconceitos e machismo existente em nosso meio, a Eskröta, formada exclusivamente por mulheres é uma dessas bandas que representam bem o que estamos falando, próximo de lançar seu primeiro EP e configurada agora no formato de power trio elas chegam ao Microfonia pra mandar o seu recado, leiam!!!
Yasmin: Após a saída da Mars, fizemos um show com a Letícia (vocalista do SUC) e curtimos muito. Porém, devido à outras datas que tínhamos marcado, gravação de EP e outros compromissos, decidimos que no momento seria mais viável permanecer nós três e sentir como o público vai responder.
Com relação ao lançamento do material da banda, vocês podem nos ceder alguns detalhes, quantas faixas pretendem incluir e onde pretendem gravar?
Yasmin: Serão 7 músicas em um EP, que foi gravado junto ao estúdio Warzone em Santos/SP, com produção do Léo (vocal e guitarrista do Surra) e do Jurema. Vocês podem esperar várias referências diferentes, dentro do thrash/crossover.
Quais são as ideias que vocês expõem em suas letras, vocês seguem uma temática ou falam sobre coisas variadas? Em que vocês buscam suas inspirações na hora de compor?
Yasmin: Nós procuramos falar de assuntos variados, mas sempre com foco em problemas sociais, empoderamento feminino, entre outros. Para nós é importante que as pessoas saibam o que estamos falando, por isto escrevemos em português. Inspirações para compor letras e métricas de voz, creio que Ratos de Porão, Sepultura, Dorsal Atlântica, Nervosa, estas brasileiras que mandam muito bem.
Que desafios vocês encontram na vivência da cena underground por ser uma banda só com mulheres na formação?
Yasmin: Principalmente ter que colocar a prova nosso conhecimento musical. Passamos muito por "mansplaining", ou seja, os caras querem dar aula pra gente, explicar como o som ficaria melhor, como regular o amplificador, a bateria, entre outras situações desagradáveis principalmente em comentários pela internet, mas de forma geral o público têm sido bastante respeitoso ao vivo.
O que motivou cada uma de vocês a querer ter uma banda e que mensagem vocês mandariam para outras minas que tem vontade de tocar um instrumento e formar suas bandas?
Yasmin: Eu tinha muita vontade de ser como Lita Ford (The Runaways) ou Donita Sparks (L7), minha família não gostou da ideia, mas eu tinha amigas como eu, que gostavam de heavy metal e queriam tocar. Isso foi um privilégio pra mim, porque na minha cidade já tinham meninas que tocavam/cantavam, os meninos não queriam uma mina na banda, a não ser que ela fosse como a Amy Lee (Evanescence). Então continuamos, até mesmo pra provar que a gente podia ter uma banda muito melhor do que a desses caras. Só posso dizer por mim, mas a Tamy e a Miriam também tocam desde cego e continuam perseguindo esse sonho junto comigo.
Quais as influências da Eskröta, acredito que cada uma de vocês tem suas preferências, uma diferente da outra, mas de que forma definiram a sonoridade da banda quando se uniram pra tocar?
Yasmin: É difícil dizer por todas, mas a Miriam curte muito jazz, a Tamy gosta de muita coisa e eu também. Apesar de estarmos dedicadas ao metal isso não nos impede de enxergar a qualidade de outros estilos musicais.
Vocês passaram recentemente aqui pelo PR e por SC para algumas datas, como foram essas apresentações e quais são os próximos compromissos ao vivo da banda?
Yasmin: A tour por Florianópolis, Blumenau e Curitiba foi sensacional. Muitas bandas fodas tocaram com a gente e eu fiz questão de anotar para acompanhar, é muito massa dividir palco com a galera de diferentes lugares. Sobre os próximos shows, não poderíamos estar mais felizes... Estaremos em Goiânia e Brasília em maio (2018) e isto é um daqueles sonhos que se concretiza. Sabe? Esperamos conhecer cada vez mais lugares.
Mantendo nosso tradicional vício chato por listas, quais são os 5 álbuns favoritos de vocês, discos que consideram essenciais na formação de seu gosto musical?
Yasmin: É difícil listar, mas gosto estou ouvindo muito Suicidal Tendencies - How will I laught tomorrow, Nervosa - Victim of Yourself, Kreator - Violent Revolution, Imminent Attack - Welcome to My Funeral e L7 - Bricks Are Heavy.
Pra finalizar, gostaria de deixar o meu muito obrigado pela atenção em falar conosco e reservar este espaço pra que deixe sua mensagem como bem entender a todos que nos acompanham.
Yasmin: Espero que todas as minas que estejam lendo esta entrevista, que estão nos nossos shows, que participam do underground de alguma forma, sintam-se motivadas em continuar indo em eventos, que cantem ou toquem, porque a gente tem que fazer a diferença. E aos caras que estão lendo, que respeitem o espaço das mulheres nesta luta!
Muito boa a entrevista!
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