quinta-feira, 23 de março de 2017

ENTREVISTA PAURA

O Paura dispensa maiores apresentações, uma entidade do hardcore nacional, na ativa desde 1995, com inúmeros discos lançados, sempre mandando muito bem e cativando qualquer um que tenha contato com a energia desse som, sou fã desses caras, e do Fábio Prandini principalmente, figura gente boa e muito carismática com quem tive o prazer de falar nessa entrevista que você confere a seguir! 




Pra começar e situar quem talvez não conheça o trabalho da banda, gostaria que nos contasse como surgiu o Paura e quem são os atuais integrantes?

Fábio Prandini
: A banda começou em 1995. Desde então, lançamos 6 discos, dois EPs e dois splits. Tocamos em quase todos os estados do Brasil, além de 6 turnês europeias e 5 turnês sulamericanas. Hoje, a formação está estabilizada com Fabio Prandini (vocal, desde 2001), Rogério Rodontaro (guitarra, desde o começo), Claudinei Ferreira (guitarra, desde 2014), Paulo Demutti (baixo desde 2014) e João Limeira (bateria, desde 2014).



Paura é uma banda testada no underground, anos de serviços prestados ao hardcore nacional, disco após disco evoluindo e apresentando muita qualidade e talento, depois de tantos anos na estrada o que os motiva a seguir em frente?

Fábio
: Amor! A gente ama o que faz. Não tiramos nosso sustento disso, infelizmente, mas vivemos pra isso e por isso, felizmente. Além disso, o mundo nos parece cada vez pior, caminhando pra um lugar escuro, ruim e desumano. Não podemos desistir da nossa batalha pra tentar mudar esse cenário. Por mais ingênuo que isso possa soar, desistir nunca foi uma opção.

Seu último lançamento, “Tameless” é realmente um grande disco, faixas como “N.W.A”, “Gas Diplomacy” e “The privilegie”, dão a tônica do que se pode ouvir nesse álbum, como foi o processo de composição do mesmo e o que vocês buscam em termos de sonoridade ao iniciar o trabalho de composição de um novo álbum? 

Fábio:Obrigado pelas palavras. O processo foi o mesmo de sempre, alguém chega com ideias no ensaio e todos se envolvem e desenvolvem ideias complementares para que a sonoridade continue fiel ao que a banda sempre experimentou. Basicamente é isso. Tentamos nos manter fiéis à personalidade musical do Paura, sem medo de tentar novos caminhos dentro de um bom senso musical e lírico.



Desde “Tameless” já se passaram quase três anos, qual o balanço que vocês fazem dos resultados deste disco? Vocês já possuem novas músicas compostas ou planos pra um novo disco?

Fábio: Foi um disco muito bem aceito, em geral. Tivemos tempo para trabalhar o 'Tameless' na estrada com diversos shows pelo Brasil, Chile e Europa. Agora estamos entrando em estúdio para gravar o novo disco. Trabalhando para colocá-lo nas ruas no meio de 2017.

Hoje com um catalogo bem amplo, que tipo de critério vocês utilizam pra escolher quais músicas vocês vão tocar em suas apresentações ao vivo?

Fábio:É um trabalho bem complicado, pois temos um repertório de mais de 60 músicas ao longo da carreira e temos que escolher entre 13 e 15 músicas para compor o setlist dos shows (às vezes até menos). Geralmente, escolhemos as músicas que mais representam a postura da banda e que mais gostamos de tocar.

Dia 19 de março vocês vão dividir o palco com o Madball, como surgiu o convite pra esse show e quais as expectativas da banda pra essa apresentação? (N.E. O show do Madball foi adiado devido a problemas familiares de um membro da banda, a nova data e local vocês podem conferir no cartaz do show após a resposta).

Fábio:A Honor Sounds nos convidou para participar de mais essa aula e aceitamos muito honrados de poder estar junto, mais uma vez, dos nossos professores, que já se tornaram amigos. A expectativa é sempre a melhor possível. Poder representar o cenário hardcore local ao lado de um dos maiores representantes do NYHC é sempre uma situação onde sabemos que vamos nos divertir e trocar ensinamentos, tanto com os caras do Madball, quanto com nossos aliados do Bayside Kings e do Oponente. Toda experiência é valiosíssima num circuito onde não existem rock stars!



Fábio, você também atua na Samsara Discos, você poderia nos contar um pouco sobre esse outro trabalho que você executa?

Fábio:Estou começando, com pouca verba mas muito trabalho. Espero dar um apoio para as bandas que dificilmente elas tem em termos de gravadora. Lanço discos, merchandising, loja online, monto banquinha nos shows, trabalho como assessor de imprensa, agendo shows e ajudo com logística e contatos para desenvolvimento de projetos maiores. Como estou sozinho, não consigo ainda trabalhar tudo isso em todas as bandas que estão no selo, mas aos poucos, estamos progredindo.

Essa é uma pergunta bem especifica e motivada por um gosto pessoal que tenho pela música do Paura, minha faixa preferida da banda é “No hard fellings, fuck you!”, vocês poderiam me contar a história dessa faixa do excelente “History Bleeds”?

Fábio:Essa música foi composta em 'homenagem' a todas as pessoas que te dão 'tapinhas nas costas', que sempre falam o tal "tamo junto", mas que na hora da verdade se escondem e, pra se proteger ou não se envolver, desaparecem quando se mais precisa delas, quando a coisa fica pesada. Pessoas que usam da política da boa vizinhança dentro de um cenário de subcultura em que as verdadeiras amizades prevalecem. Gente assim, não pertence ao nosso círculo de alianças e amizades e não fazem falta na caminhada por algo maior. Basicamente, é um recado aos sanguessugas da cena.

A cena hardcore é super produtiva, há dezenas de bandas lançando material de qualidade, que nomes vocês destacariam que chamou a atenção de vocês nos últimos tempos?

Fábio:Está mesmo e isso se reflete na dificuldade em relacionar alguns nomes entre tantos aqui, sem ser injusto ou esquecer alguém. De bate pronto, lembro de bandas como Amorfo, Violent Stomp, Letall, Direction, CHCL, Charlotte Matou Um Cara, Cano Cerado, Escombro, Shotgun Killah, enfim são muitos e devo ter esquecido várias bandas (a idade pesa...hahaha).


Pra finalizar, deixo este espaço pra que mandem um salve aos leitores do Microfonia e fãs da banda e muito obrigado pela atenção! Valeu!

Fábio:Obrigado a todos que leram a entrevista até aqui! Estamos vivendo tempos difíceis. Muita gente se deixa levar por retóricas superficiais e por verborragia vazia geradas por mídia corporativa e canais de redes sociais que não se aprofundam em fatos e apenas transformam tudo em sensacionalismo para vender anúncios comerciais e opiniões manipuladoras de massa. Mantenham-se instruídos. Leiam muito. Desconfie de tudo o que você lê ou assiste. Esse jogo sujo vem de muito tempo e está cada dia mais forte. Não entre nessa! Mude o jogo. Mantenham fiéis aos seus ideais e cuidem uns dos outros. O governo, as corporações e o crime não se importam com o povo. E nós, o povo, temos uma força muito maior do que achamos ou sabemos. Confrontemos sempre as ideias e pessoas fascistas, sejam elas originárias da direita ou da esquerda. A tirania e a ditadura podem vir desses dois lados e não existem somente esses dois lados. Há muito mais posições e ideais políticos. Não se defina. Não se limite. E cuide!
Nos vemos nos shows e nas ruas! 



Ouça o Paura:



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sexta-feira, 17 de março de 2017

ENTREVISTA HATEFULMURDER

O Hatefulmurder vive uma nova fase, com a entrada da vocalista Angélica Burns em 2015 e o lançamento de seu novo disco "Red Eyes" este ano, que terá seu show de lançamento realizado este final de semana. Conversamos com Renan Campos, membro fundador, guitarra/voz, que nos falou a respeito do novo disco e demais projetos que a banda tem para este ano, e já deixamos a recomendação, ouça o novo disco da Hatefulmurder, grande material e que está disponível nas plataformas digitais!!! 



  


Fala galera, a Hatefulmurder está em atividade desde 2008, e já passou por vários percalços e também mudanças de formação, vocês poderiam nos descrever sua trajetória e dizer com quem conta sua atual formação?

Renan Campos: Salve galera! Basicamente começamos essa banda em 2008, éramos um trio instrumental de música porrada. Mas precisávamos de um vocalista, depois de alguns meses entrou um vocal e começamos a pensar na banda com algo mais sério. Iniciamos os trabalhos no seguinte, com shows e um registro gravado de um Single:
(Extreme Level Of Hate 2009 - Indep.)
 De lá pra cá muita coisa rolou. Da galera que formou a banda comigo, só restou eu (risos). Mas é legal demais. Muitas conquistas, altos e baixos e histórias pra contar, difícil falar resumidamente sobre essa trajetória. Afinal, ela ainda está se desenvolvendo. Temos oito anos de banda, e se você parar pra pensar, isso é muito pouco. Tenho plena consciência que nós ainda temos muita coisa pra aprender nesses rolês da vida.
Mas em geral, desde que começamos tivemos várias experiências, boas e ruins.
A correria é grande, mas sabemos o que queremos e estamos dispostos a ir em frente!
O elemento chave que nos dá todo gás de continuar são as pessoas que nos apóiam e dão essa força incrível durante os shows.

Formação atual:
Angélica Burns – Voz
Renan Campos – Guitarra/voz
Felipe Modesto – Baixo/voz
Thomás Martin – Bateria

Desde 2015 vocês contam com uma nova vocalista, Angélica Burns, como se deu a entrada dela na banda e o que mudou com a sua entrada?

Renan: Tínhamos acabado de voltar da nossa turnê Sulamericana, nosso ex vocalista, Felipe Lameira decidiu deixar a banda, o que pra gente foi um puta susto na época. Não entendemos bem quando ele tomou essa decisão. Hoje eu sei o que rolou, mas isso é algo que prefiro nem comentar, saca? Enfim, decidimos seguir em frente, claro!
Pensamos em muitas pessoas, dentre essas pessoas, surgiu a Angélica, ligamos pra ela, conversamos. E ela se mostrou a mais disposta e feliz com o convite. Fizemos algumas reuniões e ensaios. Pronto, estava tudo acertado! Quando escutei ela cantando nossas músicas tive a certeza de que encontramos nossa nova vocalista.
Nunca imaginamos que seria ela. Conhecemos a Angélica há bastante tempo, ela já foi de algumas bandas muito boas do Rio, já conhecíamos o trabalho dela. Inclusive já dividimos o mesmo palco algumas vezes. Ela possui muita potência na voz!




 Pelo que pude acompanhar vocês estão a poucos dias do lançamento de seu novo álbum, “Red Eyes”, que será feito em evento que acontecerá no Teatro Odisseia no Rio, dia 19 de março, vocês poderiam nos dar detalhes sobre este evento?

Renan: Exatamente, esse show é um pontapé inicial nessa nova etapa, vai ser bem irado. Tocaremos praticamente o Red Eyes na íntegra e mais algumas músicas dos trabalhos antigos, será um show completo.  Além de tudo, teremos a participação de três bandas da nossa cena: Massive Fire, Born2Bleed(atual banda do nosso ex vocalista) e Maieuttica. Escolhemos um cast variado e menos óbvio, pensando exatamente em misturar os estilos.



Sobre o “Red Eyes”, quais as impressões da banda sobre o material, e que mudanças vocês apontariam com relação ao restante da discografia da Hatefulmurder?

Renan: A gente tá realmente muito orgulhoso do disco. Eu considero o melhor já feito pela banda , acho que todo mundo sente isso com o  material mais recente, né? (risos). Mas é verdade, estamos realmente satisfeitos.
É um disco muito inspirado.  As mudanças são notórias, a gente decidiu abrir mais o som, ao invés de ficar fazendo mais do mesmo. Ou seja, usar elementos que nunca usamos antes, mas que sempre curtimos, como vocais limpos, ritmos brasileiros nos arranjos de bateria e baixo entre outras coisas. Vale o confere.



Como foi o processo de composição de “Red Eyes”, mudou algo na dinâmica na banda, já que esse disco marca uma nova fase para vocês?

Renan: O processo de compor é sempre o mesmo. Eu começo as composições através de algum riff, tema ou idéia de harmonia, levo pro estúdio e vamos trabalhando em conjunto. Angélica cuidou das letras, no máximo a gente escreve algum trecho ou idéia e passa pra ela. Mas 99% das letras ela fez sozinha.  Acho que esse álbum foi bem democrático. Fizemos muitas coisas em conjunto. Funcionou muito bem assim. Mas dessa vez a gente buscou ir além do que já fazíamos em termos musicais. A única coisa nova, foi que contamos com o renomado  produtor Renato Tribuzy no processo de pré-produção e arranjo. O cara somou muito no processo final. Curtimos demais, ele trouxe uma bagagem que não tínhamos, foi super importante.

O lançamento do disco está previsto para 15 de março, como será feita a distribuição do mesmo, e onde a galera pode adquiri-lo?

Renan: Na real, o disco já está para venda no site da nossa gravadora, (Secret Service Records), é um selo da Inglaterra que já possui uma filial aqui no Brasil. Em breve a galera pode encontrar nas lojas e nos nossos shows. O lançamento nas plataformas online (Spotify, Deezer etc...) rola a partir do dia 15 de Março.

Vi que vai rolar uma tour em parceria com o Torture Squad, vocês poderiam nos dar detalhes sobre isso, por onde vai passar essa tour e quantas datas estão previstas?

Renan: Sim, temos uma tour pra rolar junto com Torture Squad. Não posso dar mais detalhes no momento. A única coisa que posso adiantar é que será algo inédito, passaremos por todas as regiões do Brasil. Vai ser do caralho!

A Hatefulmurder vai participar de um tributo ao Motorhead, ao lado de grandes nomes do metal nacional, como rolou de participar deste tributo? E quando poderemos conferir o resultado deste trabalho?

Renan: Esse tributo é uma iniciativa da nossa gravadora, os caras convidaram um time de peso daqui do Brasil! Puta honra participar. O Tributo sai em Maio.


Mandando agora aquela pergunta de praxe, o que rola na playlist da banda? Que bandas vocês costumam ouvir e que influenciam vocês de alguma forma?

Renan:  É até difícil falar sobre isso. Cada um ouve uma coisa. Acho que na banda, só Angélica ouve Metal 100% do tempo. 
Mas temos muitos gostos em comum. Eu tenho escutado umas coisas diferentes.
Nossa influência é muita vasta, difícil citar alguma coisa em específico.
Mas comigo é praticamente é assim: Hora eu to ouvindo Johnny Cash, daqui a dez minutos to ouvindo Mastodon, depois Biohazard, depois algum coisa de Jazz, MPB, Rock Clássico e por aí vai (risos). É uma salada musical.
Quando viajamos de carro, a gente ouve coisas mais ligadas ao Metal/Rock, mas sempre numa vibe high.



Gostaria de deixar registrado o meu muito obrigado pela atenção e deixar este espaço pra que deixem seu recado como desejar! Valeu!

Renan: Muito obrigado pelo espaço!  Este ano teremos muita coisa boa rolando!
A  gente se vê na estrada!


Ouça a Hatefulmurder:




terça-feira, 14 de março de 2017

ENTREVISTA DESALMADO

A vantagem de fazer esse trabalho é poder trocar ideias com as bandas que você admira e de certa forma poder fazer parte do lance, o Desalmado é um grande exemplo de uma banda que a tempos habita as minhas playlists, com um som diversificado, com muito peso e agressividade, letras que gritam inúmeras verdades de nossa podre realidade os caras vem escrevendo seu nome no underground com lançamentos de respeito e vem pedrada nova por aí, sobre isso e mais uma porrada de coisas falamos nessa troca de ideia que você confere a seguir!




Salve galera! Desalmado existe aí na cena desde 2004, gostaria que contassem um pouco da história da banda, desde a fase como El Fuego, até se tornar de fato o Desalmado.

Caio: Iniciamos nossas atividades em 2004, começamos como um sexteto, na época combinamos um ensaio com algumas covers, era um dia que estava pra rolar um show do Napalm até, de cara foi algo bem legal. Daquele dia em diante muita coisa rolou, integrantes saíram, entraram, mudamos o nome para Desalmado quando gravamos o Hereditas em 2008, quatro anos mais tarde, após nossa primeira tour na Europa, tivemos uma alteração significativa que foi a consolidação do grupo como quarteto em 2012 e estamos assim até hoje.

 Apesar da definição do som como grindcore, o Desalmado tem um leque bem amplo de influencias em seu som, como vocês unem todas essas referências em suas composições pra chegar a essa personalidade ímpar de suas músicas?

Bruno: Cara, acho que levamos conosco mais o conceito do Grind hoje em dia do que seguimos a cartilha das bandas mais tradicionais do estilo. Se for para dar uma referência, nos inspiramos mais no que o Napalm Death faz atualmente do que no FETO. Acho que não teria como ser diferente, cada um de nós tem um gosto muito particular e quando vamos compor todos trazem estas influências para o estúdio. Muita coisa vem da guitarra, dos riffs que o Estevam traz, mas o nosso processo de composição nosso é bem coletivo.  Eventualmente eu trago uns riffs e ajudo a montar o som, o Caio vem com muitas ideias de referências e estruturas para as músicas e o Alemão preenche com as ideias de batera. Para este disco novo, que estamos pra gravar, nós não nos prendemos ao rótulo Grindcore, tem muita coisa diferente no disco, muita coisa de Death Metal, Hardcore, Crust... e é claro, Grind. Não tenho dúvidas em afirmar que é o disco mais maduro, diversificado e pesado que já fizemos. Mas, resumindo a resposta, cada um veio de uma escola do som pesado e teve um estilo de vida diferente, isso transparece na hora de escrever música juntos.

Temos acompanhado em suas redes sociais que vocês já estão em fase de pré-produção de um novo disco, quais as expectativas da banda com este novo trabalho? E qual a previsão pra soltar o novo petardo na praça?

Caio: Acho que esse será nosso melhor trabalho, entramos de cabeça no processo, é algo muito semelhante ao que aconteceu com o Estado Escravo, só que agora temos uma estrutura melhor e o principal, disponibilidade pra trabalhar em cima de novas composições. A ideia é soltar esse álbum até junho de 2017, acredito muito que não teremos nenhum tipo de atraso.



Em 2016 vocês lançaram um Split com o Homicide, “In grind we trust”, que obteve ótimas críticas da mídia especializada, através da Black Hole Productions, como se deu essa parceria e o quanto é viável esse formato de lançamento para as bandas?

Caio: Eu troco ideia com o William há algum tempo, tínhamos tocado junto em SP certa vez, eu não lembro a data ao certo, sei que em algum momento em 2015 conversamos de fazer algo juntos, e de repente em outubro, todo mundo começou a se agilizar pra gravar. Teve outro lance legal quando estávamos próximos do lançamento, surgiu interesse da Black Hole em lançar o material físico, conversamos, acertamos os detalhes e rolou, isso foi muito foda, foi uma grande aposta da BHP. Com relação ao formato penso da seguinte forma, o split é bom para as duas bandas, uma divulga a outra, isso aumenta bastante o alcance, funciona demais, é um trabalho que me orgulho muito.

Junto ao lançamento do Split vocês emendaram uma tour na Europa, como se deu os contatos pra esta tour, e quais as maiores dificuldades pra se toca fora do brasil?

Caio: Fomos com a mesma agencia que fez nossa tour em 2011, a ON FIRE, dessa vez ao invés de emendar 30 dias por lá, fechamos 20 dias com 17 shows na sequência. Foi muito bom, proveitoso e extremamente corrido, tivemos a oportunidade de tocar em um dos maiores festivais de metal de Portugal, o Barrosellas, na mesma noite de bandas como Incantation, Jucifer, Conan e nossos amigos do Violator, foi demais. Sobre as dificuldades pra se tocar fora do Brasil acho que elas são sempre de ordem financeira, pra uma banda como a gente acontecer lá fora tem que planejar muita coisa, se fizer tudo direito o retorno vem naturalmente, tem que levar em conta que lá a estrutura é bem melhor, meio que equilibra as coisas.



Vocês tem feito algumas apresentações com o Surra, e ambas as bandas tem datas pra uma tour no nordeste, será um role em conjunto das bandas?

Bruno: Exatamente, união total para fazer este rolê acontecer. A sintonia entre as bandas é tão grande que às vezes parece que somos uma banda só, o que é muito do caralho! Curtimos muito o som dos caras, já fizemos alguns shows juntos e é sempre uma grande satisfação dividir o palco com o Surra. As duas bandas seguem uma linha ideológica parecida, quem curte som extremo com letras coerentes com a realidade não pode perder a chance de ver essa tour!

O Desalmado tem letras críticas e politizadas e se posiciona abertamente sobre questões atuais, em meio a todas turbulências que temos vivido no pais, a música é uma voz pra muitas pessoas, vocês pretendem abordar esses temas nas letras deste novo disco, já possuem algumas letras prontas?

Caio: Importante, esse álbum será em inglês, já temos nomes e letras prontos. O direcionamento das letras continuara o mesmo, nesse novo álbum os posicionamentos políticos se aprofundarão justamente por conta dos problemas conjunturais do país e do mundo, em especial na luta contra o fascismo e das ações neoliberais que atingem diretamente a classe trabalhadora brasileira em suas garantias sociais e direitos individuais.
Não imaginávamos ter a infelicidade de viver um golpe de estado, ver um mundo ser engolido pelo fascismo, mesmo que esse seja um fenômeno cíclico próprio do sistema capitalista, então penso da seguinte forma, devemos estar em uma luta frontal contra essa onda de ódio e totalitarismo, é necessário que bandas como a nossa, façam parte da cultura que proponha uma nova construção social, justa, igual, emancipatória, que paute a luta na superação desse sistema de exploração e opressão. É necessário que todos os grupos de contestação se organizem e reajam ativamente contra tudo o que está acontecendo.

Assim como em “Estado escravo” as gravações do novo play serão realizadas no Family Mob?

Caio: Sim, serão realizadas no FM, é nosso QG, felizmente temos esse privilégio.

A produção ficará por conta da banda nesse novo trabalho ou será dividida com algum produtor?

Caio: Por nossa conta, mas contaremos com apoio dos amigos Hugo Silva e André Kbelo, a ideia aqui é ir a fundo no processo todo assim como fomos durante as composições. Vou tentar contribuir algo nesse sentido, tentar trazer aquele espirito noventista das produções do metal extremo, vamos ver no que vai dar.

Um detalhe que sempre me chamou a atenção foram as capas de seus discos, quem foi ou foram os responsáveis pelas mesmas, e qual conceito utilizam pra escolher as artes?

Caio: Exceto a capa do Split com o Homicide que foi feita pelo Marcelo Augusto a partir de uma idéia que troquei com ele, as outras sempre parte, do nosso guitarrista Estevam, é ele que tem essas sacada. Ele idealiza normalmente em cima de colagens, recortes e tal, daí sentamos e discutimos uma coisa ou outra e ele começa a elaborar, as vezes ele chega com tudo pronto, é nossa mente por trás de tudo relacionado a parte visual da banda.

Bom galera, deixo o meu muito obrigado pela atenção dispensada e reservo este espaço pra suas considerações finais ou aquele salve pra galera como bem entenderem, valeu!


Agradecemos demais pelo espaço, nunca deixem de fazer esse trampo. Para os fãs da banda, aguardem nosso trabalho, acho que muitos vão gostar. Continuem apoiando o underground e combatam de frente o fascismo diário que tem contaminado a muitos. Um grande abraço.

Ouça Desalmado em:


quarta-feira, 8 de março de 2017

Entrevista Manger Cadavre?

Na ativa desde 2011, a Manger Cadavre? é uma formação hardcore/crust nativa do Vale do Paraíba, com alguns lançamentos na discografia, eles acabam de colocar na praça "Revide", que vocês devem conferir pois é um ótimo trabalho e um convite ao mosh, trocamos uma ideia com essa galera e vocês podem dar uma sacada no resultado logo abaixo, valeu!





Fala galera, obrigado por falar conosco, primeiramente gostaria que vocês nos contasse um pouco da história da Manger Cadavre, como surgiu a banda e qual a proposta do som de vocês? 


Marcelo Kruszynski: Em 2011, eu e um antigo integrante, o Jux, após conversar sobre bandas de hardcore e de metal que gostávamos em comum tivemos a ideia de começar algo. A ideia era trazer um hardcore tipo Catharsis, mas colocar a influência de tudo aquilo que gostávamos no som. Nisso, convidei o Jonas (atual baixista) e a Nata para tentar vocal junto do Jux, enquanto ele convidou o Patrick para a guitarra. Após alguns ensaios, convidamos o Rogério (ex-Güerilla/Pindamonhangaba) para tocar com a gente. No começo tínhamos 6 integrantes e mais do que isso, éramos de 3 cidades diferentes. Isso acabou interferindo para conciliar shows e ensaios... Foi uma fase bem legal, mas com a saída do Jux, do Rogério e do Patrick, a estada temporária do Bruno (ex-Lunática), resolvemos que 4 era o número ideal, rs. Fizemos alguns ensaios só eu a Nata e o Jonas, até convidarmos o nosso primeiro e único fã da época, o Marcelo Augusto, para tocar. Nesse momento, o Jonas era guitarra e o Marcelinho, baixista. No entanto, o Jonas vem do punk e o Marcelo do thrash... não demorou muito para perceberem que o ideal era inverter as posições e cada um agregar naquilo que é melhor! Nesse meio tempo, gravamos 2 singles, 3 EP´s e 1 split. Nosso som tem referências do curst clássico e do chamado neocrust. Você ainda encontra palhetada de black metal, riffs inspirados em Ratos, Disrupt e Napalm, baixo carregado e sujo do punk, batidas naipe Madball, mas frisamos: somos uma banda de hardcore! 


De que forma vocês escolheram o nome da banda, ele é bem interessante, poderia nos explicar o significado? 


Jonas: Manger Cadavre?(do francês), significa "Comer Cadaver?", foi sugestão do antigo vocalista Jux, logo no começo da banda, é um questionamento relacionado a libertação humana e animal, que era a proposta inicial da banda. Após muita reflexão, resolvemos abordar apenas as temáticas sobre a exploração de classe, gênero, orientação sexual e raça, por mais que tenhamos continuado com nosso ideal abolicionista na causa animal. 


Vocês acabaram de lançar um EP, “Revide”, como tem sido a recepção ao mesmo? 


Marcelo Augusto: Posso dizer, e tenho certeza que os demais da banda também concordam, que esse é o nosso trabalho mais maduro, em todos os aspectos. Creio que finalmente conseguimos lapidar nosso som de uma forma que incorpora todas nossas influências de forma homogênea. Felizmente as pessoas também perceberam isso e a recepção está sendo ótima, sempre elogiando essa viagem que temos feito dentro de estilos distintos do Metal e Hardcore.






Revide está disponível nas plataformas digitais, ele será lançado em formato físico? 


Marcelo Augusto: Revide está disponível no YouTube e Bandcamp no momento para streaming, mas após o lançamento físico, ele poderá ser baixado gratuitamente. Mas como fãs e colecionadores de material físico, não poderíamos deixar de lançar esse trabalho em CD. Já está na fábrica e em breve estará disponível em várias regiões do país graças aos selos e distros que estão nos ajudando a espalhar nosso barulho Brasil afora. 


Vocês estão na ativa desde 2011, este já é o quinto trampo que liberam, vocês poderiam comentar brevemente a discografia da Manger Cadavre, suas impressões sobre cada trabalho lançado até aqui? 


Jonas e Marcelo Krusynski: Lançamos 2 singles "Existimos" e "Sua justiça" em 2012. Esses foram os primeiros registros que foram muito importantes para entendermos os rumos que queríamos para o nosso som. Nosso 1° Ep, o "Origem da queda", veio em 2013. O processo de gravação foi um tanto quanto conturbado, e apesar de não ser o nosso melhor trabalho, temos muito carinho, pois com ele nos efetivamos enquanto banda. Na sequência, lançamos o split com nossos amigos do Disforme, banda de hardcore com vocal feminino de Brasilia. Isso foi em 2015! Foi uma correria, mas gostamos desse trampo, demos um passo a mais em relação àquilo que queríamos no som. O nosso 2° ep, "Senhores da Moral" foi gravado no estúdio Family Mob em 2015, pelo projeto Converse Rubber Tracks e lançado em 2016. Foi uma experiência fantástica sermos produzidos e orientados nesse estúdio. Aprendemos muito sobre execução, gravação (que foi ao vivo) e isso nos ajudou muito no processo de composição do nosso trabalho atual: o Ep "Revide", que acabou de ser lançado. Esse é o trabalho que significa a realização desses quase 6 anos de amizade e crescimento juntos. Jonas: Acredito que o sentimento e dedicação seja o mesmo desde o nosso primeiro single ao mais novo ep, procuramos evoluir e aprender juntos ao longo desses anos, fazer da musica nossa maior resposta contra tudo que enfrentamos no dia dia.


Hoje temos muitas mulheres inseridas no underground, tanto como vocalistas, quanto tocando, como a Nata resolveu se tornar vocalista numa banda de som extremo, e aproveitando o gancho: existe muito machismo na cena?

Nata: No Brasil nós temos excelentes bateristas, guitarristas, baixistas e vocalistas. Não devemos nada pras bandas gringas! rs Felizmente pude conhecer pessoalmente muitas dessas minas que são talentosas pra caralho e servem de inspiração para mim e para tantas outras mulheres que são resilientes nesse meio. Eu sempre tive vontade de ter banda. Tanto que tive uma tentativa frustrada de tocar baixo na adolescência, mas algumas falas de "amigos" me desestimularam, até que bloqueei o interesse, já que aquilo "não era pra mim". O tempo passou e com as responsas da vida adulta, não tinha mais tempo pra aprender a tocar nada, mas a música sempre esteve presente na minha vida (da hora que eu acordo até a hora que eu durmo). Em 2005, eu e o batera (Marcelo K.) começamos a organizar shows de hardcore e metal em nossa cidade e isso era satisfatório pra mim, mas toda vez que a gente trazia banda com mina na formação o olho brilhava. Eis que um dia, a Déia que era vocalista de uma banda de grindcore do ABC, o Demian, me perguntou por que eu não tentava tocar ou "cantar" tipo ela. Aquilo ficou na cabeça. Quando o Marcelo e o Jux resolveram montar a banda, era pra ser algo para amigos passarem um tempo juntos fazendo o que gostam, nisso o Marcelo me convidou. Eu nunca tinha feito esse tipo de vocal. Fui tentando, deu certo. Fui aprimorando e estou em constante evolução. Não posso dizer que eu resolvi ser vocalista, mas esse era um desejo que estava um tanto quanto latente e que se realizou.
Sobre o machismo na cena, é algo que tem e tem pra caralho. Até mesmo os caras que se dizem desconstruídos tem ações machistas. E é sobre esses caras que eu quero falar (já que os que nem tentam, já sabemos como funcionam): Vocês também são machistas, seja não respeitando intelectualmente o que uma mulher tem a dizer, seja criticando ferrenhamente a "qualidade" da produção de mulheres, por trás de uma bandeira de que está sendo "igualitário", enquanto não tece as mesmas críticas a bandas com qualidade inferior produzida por homens, agredir mulheres no mosh (pois se não quer apanhar não pode curtir show) ou mesmo por objetificar mulheres da cena pra pegar e as pra namorar. É muito fácil falar no palco pra "Respeitar as minas" e passar pano pro amigo que é abusivo com outras mulheres, é uma vestimenta muito bacana a dos discursos progressistas contra homofobia, machismo e racismo, quando não se age efetivamente e esses ideias morrem no campo teórico. Tem que ter, tem! Mas é importante lembrar aos caras que desconstrução é uma luta dura e diária. Além do mais, é ingrata! Ninguém vai te agradecer por isso, uma vez que não é mais que a obrigação. E é preciso ter claro que eles vão chegar perto da morte e ainda assim se verão reproduzindo machismo. A cultura patriarcal que existe desde sempre e está intimamente ligada ao sistema capitalista, não vai deixar de existir em apenas uma geração. Portanto, quando lerem uma crítica, não tentem responder com um "nem todo homem", "eu não sou assim"... o patriarcado não é formado por um indivíduo apenas. A autocrítica tem que ser pensada para todo o seu gênero.

Pra quem ainda não teve a oportunidade de vê-los ao vivo, como vocsê descreveriam uma apresentação da Manger Cadavre?

Marcelo Augusto: Podem esperar por uma banda que toca com muita vontade! Costumamos dizer que a Manger Cadavre? é nossa válvula de escape. Diante de todos os problemas e indignação, seja nas nossas vidas particulares ou em relação às injustiças que nos cercam, a banda tá aí pra gente expurgar tudo isso e sairmos do palco cansados, suados e de alma lavada. 


Suas letras contém críticas sociais e políticas, hoje vivemos um momento em que se posicionar é pedir pra ser rotulado e até ofendido, qual a visão da banda sobre isso? 


Nata: Olha, rotulados a gente já é desde o começo da banda e até antes dela hahahaha. Talvéz por sermos mais velhos e não nos importarmos em agradar ninguém, seja fácil e até mesmo natural nos posicionarmos. Somos fiéis aos nossos valores e estamos sempre em busca de conhecimento para mudarmos a nós mesmos e, assim, quem sabe, a realidade que nos cerca. Então pra gente, não é apenas som. É ideal de vida! Já fomos ofendidos algumas vezes, mas não me recordo de ninguém vir falar na nossa cara... pois acredito que a galera saiba que a gente não iria tretar e sim DEBATER, chamar pro desenrolar de ideias e essa galera que parte pra ignorância não tá afim de conversa. Nós acreditamos que é importante se posicionar, pois a neutralidade ajuda sempre o opressor e nunca o oprimido. 


Certamente tocando por ai vocês conhecem o material de várias bandas, o que vocês costumam ouvir fora do palco e dos ensaios e que bandas atuais vocês indicariam pra quem quer conhecer um som novo?

Marcelo Augusto: Conhecemos bandas incríveis tocando por aí ao longo desses anos e nos tornamos fãs delas. Particularmente ouço muita coisa, então fica difícil escolher, mas quando se trata de bandas relativamente atuais que fazem algo diferente que me inspira posso citar Alpinist, His Hero is Gone, Converge, Cursed, Baptists, Wolfbrigade, Wormrot e All Pigs Must Die. Fora essas, tem as clássicas que dispensam comentários como Discharge, Disrupt, Doom e Nausea, por exemplo. Jonas: Além de todas citadas pelo Marcelo,gostaria de acrescentar Catharsis,Fall of elfrafa e Oathbreaker. Marcelo Kruszynski: Vamos das nacionais independetes! rs Desalmado (grindcore/SP), Bandanos (crossover/SP), Surra (hardcore crossover/Santos), Facada (grindcore/Fortaleza), Homicide (grindcore/SC), Rastilho (crust/SP), No Sense (grindcore/Santos), Hellarise (death metal/ SP), Crânula (death grind/SP), Reiketsu (crust/SP), Disforme (hardcore, Brasília), Crushed Bones (Crossover/Brasília), Terror Revolucionário (punk/crust Brasília), SUC (grindcore, São Carlos), Orgasmo de Porco (crossover SJC), Jason (hardcore/RJ), Renagades of Punk (Punk/Aracajú), Eu o declaro meu inimigo (hardcore/ Recife)... Olha, tem muitas. Ficaríamos o dia inteiro aqui e não terminaríamos de indicar. rs

Gostaria de agradecer novamente pela atenção dispensada e reservar este espaço pra que mandem seu salve para os leitores do Microfonia.

Jonas: Obrigado pelo espaço, continuem apoiando bandas, selos independentes e mantenham o underground longe de fascistas ou qualquer forma de opressão. Marcelo 

Augusto: Muito obrigado pelo espaço cedido, muito legal poder falar sobre o que acreditamos e mostrar nossa música. Gostaria de agradecer a todos que sempre nos apoiam, às pessoas, selos e distros que estão colaborando para que Revide seja lançado, aos que colam nos shows, que vem trocar ideia com a gente sobre som e sobre a mensagem que queremos passar. Ficamos muito felizes com essa troca e achamos fundamental, pois acreditamos que o underground deve ser uma comunidade formada por pessoas engajadas em combater todo tipo de injustiça, preconceito e autoritarismo que está aí.




Ouça a Manger Cadavre?





quarta-feira, 1 de março de 2017

ENTREVISTA STATUES ON FIRE

Pra inaugurar os trabalhos aqui no Microfonia, falamos com os caras da Statues On Fire, de Santo André-SP, formada por André Alves - Guitar/Vocal, Lalo - Bass, André Curci - Guitar, Alex - Drums, os caras estão na ativa desde 2013 e somam na discografia dois grandes discos, "Phoenix"(2014) e "No tomorrow" (2016), sobre os quais batemos um papo logo abaixo!


Primeiramente muito obrigado por atender ao Microfonia, o Statues on Fire é formado por músicos experientes da cena, provenientes de outras bandas conhecidas no meio underground, para ilustrar um pouco dessa trajetória, gostaria de saber, como surgiu a banda?

Quando eu sai do Musica Diablo e do Nitrominds, queria ficar um tempo sem banda, Andre Curci q tocava comigo no MD, queria montar outra banda comigo, mais punk do que metal como tocávamos, foi o que aconteceu, Lalo e Alex vieram no bolo.

O primeiro registro da banda, “Phoenix” (2014), já veio com um ótimo cartão de visita, trazendo grandes faixas e sendo bastante elogiado, como foi o processo de composição deste álbum, vocês já tinham em mente qual seria o direcionamento sonoro da banda desde o início?

Fizemos um show com o Bambix no Brasil e surgiu a chance de ir pra Europa, fechamos um contrato com a gravadora, através de uma demo que tínhamos feito e fomos fazendo música atrás de música, foi um processo natural, elas foram saindo, sem pretensão, eram apenas músicas que eu já queria ter feito há muito tempo

Após o lançamento do primeiro disco, vocês partiram numa tour na Europa, e repetiram a dose no ano seguinte, que lembranças vocês guardam dessas passagens pelo velho continente?

Eu e o Lalo já fomos muitas vezes pra lá, devido ao Nitrominds e tmbém devido ao Musica Diablo no meu caso e do Curci, é uma grande chance de rever os amigos e também de divulgar um projeto novo, conquistar um novo público, então a cada ano que a gente vai, mais gente acaba conhecendo a banda mais e mais.

Os dois álbuns lançados pela banda foram produzidos no Mr. Som, por Marcelo Pompeu e Heros Trench, e a sonoridade apresentada em ambos lançamentos está sensacional, já era consenso desde o início gravar os discos neste estúdio e com estes produtores?

Somos amigos faz tempo, e porque não gravar com eles, foi a questão na época. Os caras foram ficando fãs da banda e nós mais fãs deles, não penso em trocar essa parceria tão cedo.

Em Julho de 2016, foi lançado ”No tomorrow” segundo disco da banda, que diferenças vocês apontariam entre este e o seu antecessor, “Phoenix”?

Ele é mais entrosado, tivemos mais tempo para escrever as músicas, o Phoenix fizemos em menos de 6 meses todos os sons.



A banda vai se apresentar em Abril como o No Fun At All no Hangar 110, como surgiu este convite? E quais as expectativas para esta apresentação?

Bom esse foi aquele velho telefonema, tipo: vocês querem tocar lá tal dia? Acho q vai ser bem legal, gosto muito da banda, com o Nitrominds tocamos com eles também, acho que será uma grande noite.

Ainda sobre o “No tomorrow”, como vocês avaliam o desempenho do mesmo, como a galera reage aos novos sons ao vivo e de que forma vocês montam o set list para suas apresentações?

Fazemos um catado das músicas que mais funcionam ao vivo, mas quando a pessoa escutam os sons do "No tomorrow",os refrões marcam demais as canções então todo mundo acaba pedindo mais sons do disco novo, que é bem legal.

A Statues on Fire já possui novos sons no pente para um novo disco, existem planos para um terceiro álbum, o que podemos aguardar de novidades para 2017?

Na verdade, quando lançou o Phoenix a gente já tinha metade do No Tomorrow, a gente sempre faz isso, quando lança um disco novo a gente tem muitas coisas para um próximo, trabalhamos já 5 músicas novas.

Novamente, muito obrigado por nos conceder essa entrevista e deixo aqui o espaço para mandarem seu salve para os leitores do Microfonia e para todos que acompanham a banda.

Abraços a todos e suporte sua cena local!! Abs!