quinta-feira, 25 de maio de 2017

ENTREVISTA NADA EM VÃO

Posso dizer que me considero amigo dos caras do Nada em Vão, desde o ínicio da banda me vejo envolvido com os lançamentos da banda de alguma forma e até mesmo antes da formação da banda com a entrevista que realizei com a antiga banda do Pirata, o Mais Que Palavras, que me levou a descobrir o Nada em Vão e também entrevistá-los pro outro blog com o qual colaborava, surgido em 2015 e com dois Eps muito legais lançados, os caras desenvolvem um punk rock cheio de energia e melodia, e transmitem uma energia muito boa, além da mensagem carregada de positividade, particularmente sou fã desse trabalhos, ouço muito pois me coloca numa vibe muito boa e recomendo que vocês conheçam o som desses quatro rapazes de Brasilia, confiram a entrevista a seguir e saibam um pouco mais sobre eles!




Fala galera, obrigado por falar conosco, legal poder acompanhar essa continuidade do trabalho do Nada em vão, vamos começar fazendo um raio x de seu mais recente lançamento, o EP “Sempre em frente”, quais as impressões da banda sobre esse novo trabalho? O que vocês acham que mudou desde a estreia da banda até aqui em termos de sonoridade?

Nada Em Vão: Primeiramente, #FORATEMER. Para a gente, este segundo EP é mais coeso porque o Lucas (vocalista) tinha entrado na banda um pouco antes da gravação do primeiro EP ou seja, as músicas já estavam praticamente prontas. Claro que ele deu as contribuições, mas é diferente de participar desde o princípio, saca? No “Sempre Em Frente” todos participaram do processo de composição e isto fez a gente alcançar este resultado. E o que mudou um pouco foi a velocidade, hoje em dia tocamos bem mais rápido as músicas do EP homônimo.

Pra esse EP, vocês fizeram um clipe pra faixa “Perdidos e confusos”, como foi o processo de gravação desse clipe, quem foram os responsáveis pela produção do mesmo, e qual a razão dessa faixa ser a escolhida para o clipe?

Nada Em Vão: O clipe de “Perdidos e Confusos” foi produzido pelos nossos amigos da Produtora Candela. A gente já conhecia o Rafael Homero, da equipe da Candela, porque ele havia feito o clipe de nossos amigos do My Last Bike e o resultado nos agradou.

Escolhemos esta música principalmente por causa da mensagem forte que ela passa. Existe um discurso de ódio muito presente, tanto na internet quanto no dia a dia. Então quisemos mostrar que é possível pensar diferente, é possível agir diferente sendo mais humano e tendo mais empatia. E o pessoal da Candela conseguiu captar exatamente isto com o clipe, pois o roteiro foi todo deles.

Vocês vão dividir o palco com o Chuva Negra em alguns dias, no evento Atos de rebeldia 1, qual a proposta desse evento, e como se dá a organização dos eventos underground em Brasília?

Nada Em Vão: A gente organiza shows há muitos anos em Brasília. Já participamos de diversas produtoras e coletivos, e resolvemos neste ano dar início a este projeto após o fim das Matinês Hardcore. O pessoal que ajudava na matinê continua ao nosso lado, mas chegou o momento de mudar de nome, até porque a proposta é um pouco diferente. Infelizmente não conseguimos mais oferecer o jantar gratuito, mas agora teremos um debate em todos os eventos. Nesta edição, teremos um bate papo sobre racismo, pois precisamos repensar a presença negra no hardcore. Precisamos pensar por que existem poucas bandas com integrantes negros, precisamos pensar no porquê disto. Ah, a ideia do nome surgiu de uma música nossa, a Transformar, pois a liberdade hoje em dia é um ato de rebeldia.



Aproveitando o gancho, além do Brazlandia Underground, há outros coletivos atuantes no underground de sua região que você destacaria?
Nada Em Vão: Sempre escutamos por aí que a cena do DF está fraca, mas vejo vários shows acontecendo por aqui, não estamos parados. O pessoal do Brazlândia Underground é um bom exemplo, atualmente Brazlândia é o melhor lugar do DF para se tocar. Casa cheia, rango vegan e boa infraestrutura. Além deles, existem também várias pessoas bastante atuantes aqui no DF, temos o Fellipe CDC, do Terror Revolucionário, que organiza o HeadBangers Attack Festival há muitos anos. Tivemos esses dias o Bruxaria, que foi um evento produzido somente por mulheres e isto é muito importante porque estamos em 2017 e praticamente nada mudou, continuamos com os mesmos erros. Temos ainda o pessoal do Maltrapilhos, com a MTP Produções, que trouxeram recentemente o Flicts para o DF. Enfim, temos muita gente disposta a contribuir com a cena punk e hardcore do DF e nós estamos neste meio, ajudando sempre que for possível.

Uma marca registrada do Nada em vão que se percebe de cara é o som direto mas com bastante melodia e sempre mensagens legais abordadas nas letras, que bandas vocês consideram como referência pro som que vocês desenvolvem?
Nada Em Vão: Individualmente, várias bandas nos influenciam, mas para montar o Nada Em Vão, pensamos em bandas como Bouncing Souls, Social Distortion, Face to Face, Iron Chic, Red City Radio, Banner Pilot, RVIVR, Hot Water Music e Millencolin. 



Novamente vocês gravaram no 1234 Recording Studio, e dá pra sacar tudo na medida na parte de produção do EP, pelo visto vocês se sentem em casa lá, além da banda certamente estar mais entrosada, foi mais fácil o processo nessa segunda empreitada? Algo mudou no processo de composição para o “Sempre em frente”?
Nada Em Vão: O 1234 Recording Studio é a segunda casa de todos nós. O estúdio é do Pedroca, lá ficamos à vontade para produzir e gravar. Tanto que já fizemos duas sessões ao vivo lá, a primeira da música Equivocado há uns anos e outra este ano, com “O Tempo”, que já foi publicada, e “Respostas”, que será divulgada em breve.

A principal diferença entre os dois EPs foi a produção do Álvaro Dutra no Sempre Em Frente. O Álvaro é nosso amigo há anos, já tocamos e produzimos shows juntos. Não poderíamos ter feito uma escolha melhor. O Álvaro se transformou em integrante por uns meses, viveu toda nossa rotina como banda e trabalhou como nunca para alcançarmos o resultado. Foi a gravação que nos deixou mais feliz.

Vivemos uns tempos um tanto difíceis no país, onde a argumentação foi deixada de lado e vemos uma onda de ódio sendo destilada, apesar dos pesares as temáticas das letras no EP se mantém otimistas e positivas, como vocês se sentem vivendo aí no olho do furacão de toda ebulição política que vivemos?

Nada Em Vão: É importante deixar claro que somos totalmente contra este governo golpista que está atualmente no poder. Brasília é uma cidade maravilhosa para viver, mas ao mesmo tempo é triste estar perto de toda esta sujeira que acontece nos Três Poderes da República e também no governo local. Não dá para ser apolítico com toda esta situação e todas estas reformas sendo realizadas sem o menor debate com a população. Se elas passarem, somente os mais pobres serão prejudicados e isto não podemos aceitar. Portanto, as mensagens positivas não querem dizer que somos cegos em relação a tudo que está acontecendo ao nosso redor. É apenas uma forma que encontramos de mostrar que podemos ser melhores pessoas. É a forma que encontramos para tentar mudar o mundo.



O Nada em vão já dividiu o palco com muitas bandas legais desde o início de sua trajetória, e a cena do centro-oeste é bem ativa e produtiva, que bandas desse cenário vocês destacariam no momento?

Nada Em Vão: Ah, temos diversas bandas fodassas aqui no DF. Passamos por uma fase boa, com o What I Want, Deceivers, Toro, Doze Volts, Maltrapilhos, Agressivo Pau Pôdi, Terror Revolucionário, Violator, My Last Bike, Ingrena, Gran Turismo, Paradisi, Crushed Bones Estamira e em breve teremos o lançamento do Braz Attack. Isso sem falar no clássico DFC, lógico.

A arte de “Sempre em Frente” foi desenvolvida pelo Shamil Carlos do Horace Green, como surgiu o nome dele pra fazer o trampo?

Nada Em Vão: O Shamil é nosso amigo há anos, desde uma minitour que ele fez por aqui com o Don Vito e Seus Foguetes. Com o Horace Green, ele já veio três vezes e já levou também o Mais Que Palavras, antiga banda do Pirata, para São Paulo. Sempre tivemos está forte ligação, pois ele canta em “Ainda é possível”, do primeiro EP. E estávamos conversando com ele durante o processo de produção do Sempre em Frente e ele se ofereceu para fazer. A gente ficou super feliz e topou na hora. Nada melhor que contar com as amigas e amigos ajudando, né? Nada mais hardcore.

Vocês pretendem manter seus lançamentos no formato de Eps? Ou pode pintar um full por aí?

Nada Em Vão: Ouvir dizer que ano que vem tem um full, hein? Após dois EPs, acho que este é o caminho. Aguardem, vamos trabalhar muito para realizar este sonho em 2018.

Falando nisso, quais são os planos para o segundo semestre? Vocês já possuem novos sons compostos?

Nada Em Vão: Estamos com uma música nova e algumas ideias. Vamos trabalhar com mais calma, nosso plano é gravar somente no próximo ano, então temos tempo para nos dedicar a vídeos ao vivo e clipes que pretendemos lançar ainda este ano.

Se tudo sair como o planejado, até o fim do ano soltamos um single, mas você sabe como funciona o mundo independente, né? É devagar, mas pode ter certeza que vamos fazer.

Vamos mandar aquele Top 5 agora, conseguiriam listar cinco discos essenciais e obrigatórios pra vocês?

Pirata: Só cinco? Se fossem dez já seria difícil. Acho que cada um vai citar o seu... Eu fico com “NOFX – so long and thanks for all the shoes”; “Bad Religion – Suffer”; “Bad Brains – Brains”; “Ramones – Ramones” e “Descendents – Everything Sucks”. Faltou um Hot Water, mas o Pedroca vai citar, então tá bom... eheheheh E faltaram também várias bandas nacionais como Dead Fish, Ratos de Porão, Blind Pigs, Garage Fuzz, mas eram somente cinco discos, né? hehehehhehe

Delton: “Green Day – Dookie”; “Ramones – Rocket to Russia”; “Rancid – ...And Out Come The Wolves”; “Teenage Bottlerocket – They Came From The Shadows” e “Against Me! - Transgender Dysphoria Blues”, além de uma menção honrosa a todos os discos e ep´s do Pinhead Gunpowder hehehe

Lucas Cardoso: "Dead Fish - Zero e Um"; "Descendents - Cool to be you"; "The Flatliners - Dead Language"; "Sport - Colors"; "Red City Radio - Titles".

Pedro:"NOFX - So long and thanks for all the shoes e Punk In Drublic"; "Pennywise - Straigh Ahead"; "Misfits - K7 que meu amigo gravou..." heheheh; "Further Seems Forever - How to start a fire"; e "Hot Water Music - Caution"

Pra finalizar, gostaria de agradecer pela atenção e reservar o espaço pra que mande sua mensagem a todos que acompanham o Nada em vão e aos leitores do Microfonia! Valeu!
Nada Em Vão: Em primeiro lugar, gostaria de agradecer ao apoio do Microfonia. A gente sabe o quanto é difícil manter um veículo de comunicação alternativa no Brasil e sabemos que vocês só fazem isto porque gostam, porque amam o underground. A contribuição de vocês é imensa para manter a cena viva.

Em segundo lugar, gostaríamos de deixar aqui os nossos contatos e redes sociais. Se alguém se interessar pela gente, entre em contato. Tudo que nós fazemos é por amor ao hardcore/punk então nada melhor que fazer mais amigas e amigos nesta jornada.

Escute: www.nadaemvao.bandcamp.com

Assista: https://www.youtube.com/channel/UChmInea-WkUlnzdDyAF5QjQ

Veja: www.instagram.com/nadaemvao

Compartilhe: https://www.facebook.com/nadaemvaopunk

Escreva: nadaemvaopunk@gmail.com

Muito obrigado!!!










quarta-feira, 24 de maio de 2017

REVIEW DE DEVASTATION'S SONGS - KADABRA (2017)

Parei pra ouvir este disco por recomendação do Vitor Carnelossi do blog Colorado Heavy Metal, e devo agradecer pela grata surpresa que tive, o Kadabra com seu “Devastation’s songs” faz valer o título que batiza o álbum!




Depois de uma intro bem thrasher que indica um caminho diferente do que vamos encontrar adiante os caras soltam na sequência de faixas um heavy/thrash de responsa, executado com autoridade de quem sabe o que faz, uma estreia de respeito, dado o conhecimento de causa com que é executado o som deste power trio de Vinhedo-SP.
Se fosse citar uma referência para o som diria que é algo como Anthrax e Death Angel em seus primeiros discos, porém com o som bem mais inclinado ao heavy metal tradicional, devido ao som mais cadenciado e os solos e vocais melódicos, mas essa é só uma forma de dar um norte ao leitor, ouvindo o disco vocês poderão descobrir do que falo, a alternância entre os vocais melódicos e agressivos dão um tempero legal nas faixas e a cozinha coesa e na cara durante os solos segura muito bem a bronca preenchendo os espaços na falta de uma segunda guitarra que nem faz falta pra falar a verdade, pois a produção deixou tudo muito bem encorpado e no lugar!
Pra finalizar, um comentário sobre a capa que por alguma razão me lembrou o Keepers do Helloween, uma arte sugestiva, que não entrega o conteúdo do que vamos conferir ao ouvir o disco, vida longa ao Kadabra e que vocês lancem mais discos assim, para o deleite de quem curte essa pegada old school!




ENTREVISTA DISTRAUGHT

O Distraught é uma banda com um longa história no underground nacional, mais de 25 anos de carreira dedicados com maestria a desenvolver seu thrash metal certeiro, com uma discografia de respeito e divulgando seu mais recente lançamento "Locked Forever" (2015), falamos com o André Meyer e o Ricardo Silveira, vocalista e guitarrista respectivamente da banda, sobre a história e projetos envolvendo o Distraught e o resultado você confere a seguir!




Primeiramente vamos fazer as devidas apresentações, com quem conta a atual formação da banda e pra familiarizar aqueles que talvez não os conheçam, poderia nos dar um resumo da história da Distraught que remete ao início da década de 1990?

André: O Distraught é composto por André Meyer (vocal), Ricardo Silveira (guitarra), Everton Acosta (guitarra), Alan Holz (baixo) e Marcelo Azevedo (bateria). A banda foi fundada em fevereiro de 1990, na época nosso som era mais crossover, gravamos uma demo “To live Better”, muitas mudanças de formação nesses anos todos, o que de certa forma foi amadurecendo o grupo por inteiro, gravamos um Split cd lançado em 1994 com mais duas bandas paulistas e estamos no nosso sexto álbum em nossa carreira. Nestes anos tocamos em grande parte do Brasil, Uruguai e quatro Tours pela Argentina. No momento promovendo ainda o nosso mais recente álbum “Locked Forever”.



O Distraught possui mais de 25 anos de carreira, uma discografia de respeito, e já dividiu o palco com grandes nomes do metal nacional e mundial, uma grande trajetória no underground, que momentos vocês destacariam nessa longa história e o que vocês ainda acham que falta realizar em sua carreira?

André: Sim, tivemos momentos de glória junto com bandas que respeitamos muito. O Show com o Destruction foi uma delas, é uma banda que me influenciou muito, Megadeth também foi marcante, os shows que fizemos com nossos irmãos do Krisiun sempre uma grande festa gaúcha, show em Mar del Plata e Córdoba na Argentina, nossa tour de um mês pelo norte e nordeste brasileiro em 2005 foi emocionante também. Seria ótimo tocar em lugares e países onde nunca fomos para mostrar nossa música, mas com uma boa estrutura.

“Locked Forever” (2015), é um ótimo disco, curti bastante a sonoridade, me pareceu uma evolução natural do “The human negligence is repugnant” (2012), como foi o trabalho de produção desse disco, poderia nos dar detalhes, sobre quem produziu, o estúdio?

Ricardo: Diferente dos álbuns anteriores, neste último resolvemos trabalhar com um produtor externo, até então víamos nos auto produzindo. Eu vinha conversando com o Renato Osorio desde o processo de pré-produção (criação/composição/arranjos) do “Locked Forever” e sentimos que era o momento de ter uma pessoa de fora da banda que apontasse onde poderia melhorar etc. e foi onde escolhemos o Renato Osorio para produzir e gravar, que além de ser um grande musico é um grande amigo nosso também. As Guitarras, Baixo e Voz foram gravadas no estúdio dele e a Bateria no estúdio Monostereo aqui em Porto Alegre. A mixagem ficou com nosso amigão Benhur Lima e a Masterização com o Adair Daufembach.



Como tem sido a recepção e as críticas ao “Locked Forever” até aqui, vocês estão satisfeitos com os resultados do disco?

Ricardo: Excelentes, além das expectativas! Somos muito gratos pela aceitação do público e da mídia especializada. Única parte que poderia ser melhor é em relação a tour de divulgação “Locked Forever” pelo motivo do País estar afundando nessa crise, poucos Produtores estão arriscando produzir shows pelo País. Mas temos esperança que esse quadro melhore um dia.

Onde e em que formatos está disponível o disco? E quem está distribuindo o material físico pra vocês, pra quem quiser adquirir saber onde encontrar?

Ricardo: Está disponível no físico e digital.  Digital pelas plataformas itunes, amazon etc e via Streaming; (Spotify, Deezer, itunes e outros). A Distribuição física está sendo feita pela Voice (lojas especializadas em todo Brasil e também Cultura, Saraiva, Fnac) ou pode ser diretamente adquirido pela página da banda no Facebook (Álbuns e Camisetas Disponíveis).

Vocês possuem uma parceria antiga com o Marcelo Vasco (criador da capa do “Repentless” do Slayer), ele já fez vários trabalhos para a banda, como funciona o conceito de criação das artes junto ao Marcelo e o que vocês acharam do trabalho realizado por ele na capa do disco do Slayer?

Ricardo: Essa parceria com o Marcelo já vem desde 2008, época do Álbum UNNATURAL DISPLAY OF ART, que foi o primeiro que ele criou para nós. O conceito dos trabalhos nas capas sempre partiu logo que temos a ideia do que vai ser o tema das letras. Geralmente com três a quatro sons prontos já sabemos a direção que vai ter, com isso já passamos para o Marcelo a ideia para ele se divertir hehehe e depois vamos lapidando conforme vão surgindo as primeiras ideias dele na prática. Sobre o Slayer achamos sensacional o trabalho que ele fez e ficamos muito contentes com essa realização dele, sabemos o quanto ele ralou para isso. Na época que ele estava trabalhando na capa do Slayer também estava trabalhando na nossa. Lembro que liguei para o Marcelo em um momento de ajuste da nossa capa e ele disse: “cara vou precisar dar uma pausa no trampo de vocês porque estou com um trabalho mega gigante”. Depois de uns dias ele me disse qual era hahahaha.



Por quais cidades vocês já tocaram divulgando o disco, e quais são os próximos compromissos da agenda da banda?

André: Começamos fazendo uma mini tour em cidades aqui do RS e SC, recentemente fizemos três shows no interior de SP (Jandira, São José dos Campos e Mauá) e foi ótimo pra promover nosso álbum. Participamos do tributo do Motorhead com o som “ Living in the Past” pretendemos fazer um vídeo também com essa música e mais uma versão de uma outra banda que gravamos que ainda é surpresa e vai surpreender pela escolha da música.

Pude presenciar uma apresentação ao vivo da Distraught durante a tour de divulgação do “The human negligence is repugnant”, aqui em Maringá-PR, se lembram desta apresentação? Pretender passar pelo norte do Paraná novamente pra essa tour? Existe essa possibilidade?

André:  Tocamos muitas vezes aí em Maringá e Londrina, gostamos demais quando vamos pra esses lados, temos fãs e grandes amigos nessa região, lembro de todos sim. Possibilidades sempre existem, tudo depende de produtores e que o trajeto seja favorável pra que possamos fazer uma sequência de shows pela região.



Atualmente que bandas tem chamado a atenção de vocês no cenário nacional?

Ricardo: Temos muitas bandas de qualidade nas diversas vertentes da cena ‘Metal do Brasil’ desde as veteranas até as mais novas. Recentemente estávamos gravando a música tributo para o Motorhead com o Renato Osorio e ele mostrou algumas das bandas que ele gravou e produziu recentemente, gostei bastante. Além da Weakless Machine que já conhecia escutei também a Absens, Seven Days War & Rising State

Já que estamos falando sobre bandas que chamam a atenção, quais bandas vocês apontariam como aquelas responsáveis por fazê-los entrar no mundo da música, tipo, aquele som que você ouviu e disse, é isso aí que eu quero fazer?

André: Bom, vou falar por mim agora. Quando eu tinha 13 anos de idade comecei a escutar bandas como AC/DC, Kiss, Black Sabbath, Def Leppard, Iron Maiden etc e essa foi minha primeira escola como um admirador do gênero, já nessa época queria ser igual a esses caras, mas o que me chamou atenção para realmente criar uma banda e encarar o posto de vocalista foi quando escutei Kreator ¨Pleasure to Kill”, esse álbum mudou minha vida.

Ricardo: Que eu lembre, acho que lá pelos 8 anos influenciado pelos discos (vinil) que tocavam lá em casa (The Beatles, Creedence, Queen e outros) comecei o “Air Guitar”. Depois, com uns 13/14 a coisa começou a ‘pesar’ além das que o André mencionou lembro que o “Ride The Lightning/METALLICA” e The Number of de Beast/IRON MAIDEN  foram os que me fizeram montar a AIR BAND. Juntava uns amigos de escola e todos com seus instrumentos imaginários começávamos a tocar hahaha. Depois, com uns 17, comecei as aulas de violão e guitarra.

Pra finalizar, gostaria de deixar meu muito obrigado por nos atender e deixar o espaço em aberto pra que mandem seu recado aos leitores do Microfonia e fãs da banda! Valeu!

André: Queria agradecer o espaço que nos foi dado para contar um pouco de nossa história e também dizer aos ouvintes metálicos do universo para nunca desistir de sonhar. Esperamos todos em algum show do Distraught por aí. Hellyeah!!!


 CONTATO DISTRAUGHT:https://www.facebook.com/distraughtband

DISTRAUGHT ON SPOTIFY:https://open.spotify.com/artist/4whVE4ydoMDDRvoxkmzpw6














terça-feira, 23 de maio de 2017

REVIEW BROKEN & BURNT "IT COMES TO LIFE" (2016)

Tô devendo um review desse disco desde o ano passado, principalmente por ter o material em mãos, dadas as desculpas, vamos ao que interessa.

O Broken & Burnt é uma banda capixaba na ativa desde de 2011, e ano passado lançou essa bolacha que vocês podem dar uma sacada logo abaixo:











Começando pela parte gráfica, curti o desing da capa e encarte, desenvolvido pelo Gustavo Rodriges, simples e objetivo, casa com o clima da sonoridade apresentada pela banda, em “It comes to life”, o B&B vem com uma proposta de som que conhecemos bem, mas que funciona muito bem, dá pra sentir referências de grunge, stoner e doom no correr das faixas, guitarras bem encorpadas, cozinha carregada no groove, e os vocais casando muito bem com a massa sonora, a produção está no ponto, dando a qualidade sonora ideal a proposta de som apresentada, a gravação e a mixagem ficaram a cargo de Igor Comercio no Voadora Studios e a masterização por Ricardo Mendes.

Enfim, basicamente aqui meu intuito não é dar uma nota ao disco, e sim falar de bandas e discos que conheci e achei legal, caso do Broken & Burnt e seu “It comes to life”, que recomendo na boa pra quem curte Alice in Chains, Black Sabbath, Down, ou uma mistura de tudo isso que é o que vai encontrar ao conhecer esse disco.

Broken & Burnt é:

Hugo Ali – Guitarra e vocal

César Schroeder – Guitarra

Denis Coelho – Baixo e vocal

Apache Mons – Bateria


Pra conferir o material, além de adquirir o disco físico com a banda, você pode ouvir no Youtube ou no Spotify, ou melhor ainda, compre o disco pra apoiar o underground nacional e cole no show mais próximo de você! Valeu e até a próxima!!!





Broken & Burnt - It Comes to Life (2016)
(Voadora Records - Nacional)

Vol.I
01. It Comes to Life
02. Bestowing Animation
03. Unexpected Dirge
Vol.II
04. Along the Way
05. Eve
06. Dead Womb
Vol.III
07. Deep Inside the Void
08. Cold Letters
09. Darkness & Distance

quarta-feira, 10 de maio de 2017

ENTREVISTA BLACK WITCH

O Brasil é um páis de dimensões continentais, e assim como há muitos lugares pra se conhecer, também há muitas bandas legais também, como é o caso da banda com a qual falamos hoje, a Black Witch é do Rio Grande do Norte, e pratica um som muito chapado já por natureza, stoner lisérgico e carregado, bases pesadas e muita viagem, possuem um EP lançado, "Aware", muito interessante por sinal, e o seu primeiro full "Solve et Coagula", lançado em outubro do ano passado, que vale muito a pena conhecer, no mais leiam o papo que mandamos com a Lorena Rocha (Vocal/Guitarra) e conheçam mais sobre a Black Witch!!!



Vamos começar por um raio-x da Black Witch, quem é cada um dos seus integrantes e como se uniram pra formar a banda?

A banda é formada por Lorena Rocha nos vocais e guitarra, Rafaum Costa na guitarra, Fred Nunes na bateria e Amilton Junior no baixo. Já nos conhecíamos há algum tempo antes de montar a banda. Eu (Lorena) e o Rafaum tivemos a ideia de montar uma banda em 2015, pensamos em Fred para a bateria porque ele é um cara com uma boa bagagem de bandas, toca muito e é nosso brother. Amilton entrou depois, substituindo o Jorge logo depois da gravação do Solve et Coagula.

Como rolou a participação de vocês na coletânea da Metal Hammer, e como se sentem sendo o único representante brasileiro na mesma?

Só acreditamos quando a revista saiu! Recebemos um contato da revista, nos falando do interesse que tinham em nos incluir na coletânea e nos pedindo para assinar um contrato, que nem assinamos porque não acreditamos que era verdade. Algum tempo depois, a coletânea saiu mesmo sem termos assinado o contrato, então a revista nos mandou novamente o contrato, pedindo que assinássemos, aí sim nós assinamos. hahahahahaha

“Solve et Coagula” é o primeiro full da banda, poderiam nos descrever como foi o processo de concepção desse álbum?

Acho que o principal momento de concepção do álbum foi o dia em que Rafaum e eu tomamos um doce inteiro e ouvimos Electric Wizard hahahaha, aí deu pra colocar as ideias em ordem, mas o Solve et Coagula na verdade começou quase junto com o Aware, porque existe música nele, como por exemplo Tzolkin, que já estava pronta na mesma safra do Aware, mas queríamos lançar antes um EP para entendermos como estávamos soando na época, então incluímos apenas as musicas mais maduras. O restante das faixas seguiram bem atrás, não houve realmente um espaço de tempo que distanciasse o Aware do Solve et Coagula, a produção não parou, um é continuidade do outro, sendo que a gravação Solve et Coagula foi mais bem planejada.

O disco está disponível pra streaming e download no bandcamp e também no formato físico, como e onde a galera pode adquirir o material da banda?

Temos a página da banda em www.facebook.com/blackwitchbr, enviamos o merchan para qualquer local do Brasil com frete a combinar e sempre temos materiais disponíveis nos shows.

As letras da Black Witch são bem interessantes, vocês se baseiam em alguma obra literária pra escrever? De que forma estabelecem uma temática pra essas letras?

Acho que não houve uma escolha de temática. E o que me inspira para as letras são as coisas da vida numa roupagem ocultista por eu ter contato com literatura principalmente Thelêmica e Hermética. Não foi uma escolha pensada, foi a maneira como as letras fluíram, sendo que eu nunca tinha feito isso antes. 



Em Dezembro vocês fizeram um giro pelo sul e sudeste, como foram essas apresentações? Pretendem retornar para mais datas por aqui?

Foi maravilhoso. Fomos muito bem recebidos em todos os locais. Conhecemos pessoalmente caras que já tinham nossa admiração pelo trabalho, como os irmãos Toscano, revemos os amigos do Projeto Trator que nos acompanharam em boa parte desse giro, o Paulo Machado, grande Paulo Cachaça do Ruínas de Sade, conhecemos o Marcelo do Marte e queremos voltar sim!

Nos últimos anos houve um crescente surgimento de bandas na linha heavy/stoner/doom, que apresentou várias bandas legais ao cenário como um todo, tem alguma dessas bandas atuais que chamam a atenção de vocês ou serviu de inspiração de alguma forma?

Acho que as bandas underground brasileiras nos inspiram no geral. Não pelo estilo que tocam, mas porque a gente saca a garra que tem que ter para fazer alguma coisa por aqui.
Curtimos muito bandas como o Muñoz, Son of a Witch, Old Stove, Pantanum, Cattarse, Projeto Trator, Marte, Ruínas de Sade, Cocaine Cobras, Mondo Bizarro…

A capa de “Solve et Coagula” é bem funcional, simples porém casa perfeitamente com o som, por ter um ar místico na arte, quem foi o/a responsável por desenvolvê-la?

Sim, acho que a identidade visual acaba sendo sólida porque eu desenho as capas, além de fazer as letras, então acaba saindo tudo na mesma vibe. As duas capas feitas até agora foram desenhadas por mim e com finalização de arte do Jorge Luiz, que foi nosso primeiro baixista.

O Rio Grande do Norte tem uma cena forte na música pesada, que bandas, coletivos, gravadoras que fazem parte dessa cena vocês citariam pra termos uma ideia das pessoas por trás dessa cena?

No RN nós temos de bandas o Mad Grinder, Son of a Witch, Monster Coyote, Heavenless, vela, Galactic Gulag, Venus Negra…
Conheço dois coletivos ativos no momento que é o Coletivo Mente Aberta, situado em Santa Cruz e o Coletivo Música Experimental, em Natal. O Música Experimental é o coletivo responsável pela realização do festival Under The Sun.
Aqui em Mossoró fica a sede do Deserto Records, e em Natal vamos ter os estúdios do DoSol e do Mudernage.

Partindo para a perguntinha infame, gostaria que vocês nos listasse cinco bandas ou discos essenciais para a Black Witch, que serviram de influência ou que os fizeram entrar no mundo da música.

Electric Wizard, Windhand, Kyuss, Tool e Orchid eram as bandas que nós mais ouvíamos na época em que começou a banda. Mas as influências sempre acabam indo bem mais além do que se escuta no momento, então colocaria o Black Sabbath como principal influência (apesar de só termos percebido isso depois).

Pra finalizar, gostaria de agradecer pela atenção e reservar este espaço pra que mandem seu salve aos amigos e fãs e também aos leitores do Microfonia! Valeu!

Somos muito gratos pelo espaço! Queremos dizer aos nossos amigos e a todos que nos acompanham de longe ou perto que Papai do Chão é bom, ele ama a todos e todas. E o mais importante! Faze o que queres, há de ser o tudo da Lei.

Beijas!


CONTATO BLACK WITCH:

https://www.facebook.com/blackwitchbr/

OUÇA A BLACK WITCH:

https://blackwitchbr.bandcamp.com/